Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2018
Viver por longos anos é o mesmo que ganhar tickets para ir além ao amor e ao ódio alheio. Com o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Winston Churchill, não foi diferente, o que é muito bem retratado no filme "O Destino de Uma Nação", dirigido por Joe Wright -de "Desejo e Reparação". No longa de 2 horas de duração, o senhor careca e muito honorável que vivia regado a whisky e esfumaçado por charutos, é representado pelo talentoso Gary Oldman, complementado por uma maquiagem perfeita.
Contudo, o enredo da película é de um momento na Segunda Guerra Mundial -que durou de 1939 a 1945-, especificamente que levou o Reino Unido a realizar a Operação Dínamo -também conhecida como Evacuação de Dunquerque e Milagre de Dunquerque. Diferentemente do longa de Christopher Nolan, "Dunkirk" que destaca a realidade dos soldados por terra, céu e mar, "O Destino de Uma Nação", representa os bastidores, o lado político na guerra.
Assim, a história começa com uma pequena introdução do tema por letreiros e imagens de Hitler, soldados e guerra ao fundo em preto e branco. Em cores, dois gritos pedindo "Ordem!" no parlamento da Grã-Bretanha para decidir a saída de Neville Chamberlain e a seleção de um substituto ao cargo de Primeiro-Ministro. É a vez de Winston Churchill comandar a trama, o que não é segredo, seja por conhecimento histórico ou pela simples observação do cartaz do filme.
"Ele balbucia, então é quase impossível captar tudo", a nova datilógrafa do estadista britânico é alertada. Com dificuldade de fala e o cacoete -nos lábios-, a representação de Oldman para Churchill, em muito se assemelha ao político conservador falecido em 24 de janeiro de 1990, aos 90 anos. A atuação fervorosa de Oldman convence totalmente, fortalecendo o serviço histórico ficcional.
De modo cronológico, o passar dos dias agiliza o enredo que trabalha muito com a escuridão e a pouca luz. Não há como deixar de negar que, por vezes e vezes, são estabelecidas relações figuradas com o título original do filme "The Darkest Hour". Seja na cena em que a técnica de datilografia adentra o quarto de Churchill, escuridão absoluta, ele acende um charuto e se faz a luz em todo o ambiente ou quando o Primeiro-Ministro negocia com o Presidente Franklin. O enquadramento deixa de abranger todo o espaço, aproxima no rosto de Churchill até que de perfil, toma distância centralizando-o no pequeno espaço ao telefone, tendo as laterais completamente escurecidas -como que se ele estivesse aprisionado em um caixote. Há poucas escolhas!
Além das cores e enquadramentos dinâmicos que transmitem as sensações do protagonista ou a bela fotografia, o roteiro de "O Destino de Uma Nação", escrito por Anthony McCarten ("A Teoria de Tudo"), é fascinante a ponto de envolver completamente -inclusive a quem não é atraído pelo tema guerra em produções cinematográficas. Sendo assim, todo o conjunto da obra leva o público ao inverso do aviso no cartaz: "Não nos renderemos jamais". O longa fisga.
"O Destino de Uma Nação" é para ser apreciado. A quem não assistiu "Dunkirk", a dica é a de começar com a produção de Joe Wright. O recorte histórico dramatizado por ambos é o mesmo, mas com olhares e ângulos divergentes, assim como situações romanceadas distintas. No entanto, Wright segue a ordem dos acontecimentos enriquecidos de detalhes, enquanto que "Dunkirk" é um pouco mais trabalhoso por ser não linear. Logo, sente-se confortavelmente, pois lá vem História. Essas aulas serão válidas!
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
Em fevereiro de 2018
Viver por longos anos é o mesmo que ganhar tickets para ir além ao amor e ao ódio alheio. Com o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Winston Churchill, não foi diferente, o que é muito bem retratado no filme "O Destino de Uma Nação", dirigido por Joe Wright -de "Desejo e Reparação". No longa de 2 horas de duração, o senhor careca e muito honorável que vivia regado a whisky e esfumaçado por charutos, é representado pelo talentoso Gary Oldman, complementado por uma maquiagem perfeita.
Contudo, o enredo da película é de um momento na Segunda Guerra Mundial -que durou de 1939 a 1945-, especificamente que levou o Reino Unido a realizar a Operação Dínamo -também conhecida como Evacuação de Dunquerque e Milagre de Dunquerque. Diferentemente do longa de Christopher Nolan, "Dunkirk" que destaca a realidade dos soldados por terra, céu e mar, "O Destino de Uma Nação", representa os bastidores, o lado político na guerra.
Assim, a história começa com uma pequena introdução do tema por letreiros e imagens de Hitler, soldados e guerra ao fundo em preto e branco. Em cores, dois gritos pedindo "Ordem!" no parlamento da Grã-Bretanha para decidir a saída de Neville Chamberlain e a seleção de um substituto ao cargo de Primeiro-Ministro. É a vez de Winston Churchill comandar a trama, o que não é segredo, seja por conhecimento histórico ou pela simples observação do cartaz do filme.
"Ele balbucia, então é quase impossível captar tudo", a nova datilógrafa do estadista britânico é alertada. Com dificuldade de fala e o cacoete -nos lábios-, a representação de Oldman para Churchill, em muito se assemelha ao político conservador falecido em 24 de janeiro de 1990, aos 90 anos. A atuação fervorosa de Oldman convence totalmente, fortalecendo o serviço histórico ficcional.
Além das cores e enquadramentos dinâmicos que transmitem as sensações do protagonista ou a bela fotografia, o roteiro de "O Destino de Uma Nação", escrito por Anthony McCarten ("A Teoria de Tudo"), é fascinante a ponto de envolver completamente -inclusive a quem não é atraído pelo tema guerra em produções cinematográficas. Sendo assim, todo o conjunto da obra leva o público ao inverso do aviso no cartaz: "Não nos renderemos jamais". O longa fisga.
"O Destino de Uma Nação" é para ser apreciado. A quem não assistiu "Dunkirk", a dica é a de começar com a produção de Joe Wright. O recorte histórico dramatizado por ambos é o mesmo, mas com olhares e ângulos divergentes, assim como situações romanceadas distintas. No entanto, Wright segue a ordem dos acontecimentos enriquecidos de detalhes, enquanto que "Dunkirk" é um pouco mais trabalhoso por ser não linear. Logo, sente-se confortavelmente, pois lá vem História. Essas aulas serão válidas!
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
Trailer do filme
Discurso de Churchill durante a Segunda Guerra
Gary Oldman comenta sobre o papel no filme
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