Por Luiz Gomes Otero*, em março de 2018.
Apesar do curto espaço de tempo – Hendrix morreu em 1970, aos 27 anos – muitas gravações de estúdio foram encontradas com ótima qualidade de som. E em "Both Sides Of The Sky", há algumas surpresas, como a releitura de "Mannish Boy", do bluesman Muddy Waters, que ganhou um arranjo mais focado no rock.
"Lover Man", a faixa seguinte, traz uma sonoridade próxima da "Band Of Gypsies", que ele criou ao lado do baterista Buddy Miles no final dos anos 60. Seus solos preservam a antiga magia em "Power Of Soul" – para mim uma das melhores faixas desse disco – e na nova releitura de "Hear My Train a Comin".
"Sweet Angel" é uma peça instrumental que parece ter sido extraída de alguma jam session em estúdio, mas soa ótima nessa produção. E na faixa "Thing I Used to You", Hendrix rende tributo ao blues, estilo musical que ajudou a moldar a sua formação musical.
Outro momento gratificante é "Woodstock", canção de Joni Mitchell que foi gravada originalmente pelo quarteto Crosby Stills Nash e Young. Soa nostálgico ouvir Hendrix cantar e tocar uma letra que homenageia o mítico festival de 1969 que ele mesmo ajudou a eternizar na história. Stills participa dessa gravação cantando e tocando guitarra.
"Both Sides of Sky" está longe de ser um disco caça-níqueis. Trata-se de um tesouro musical que agora está preservado em forma de CD. E merece ser conferido.
"Lover Man"
"Hear My Train a Comin"
"Mannish Boy"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.
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