sábado, 3 de março de 2018

.: Espetáculo "Dioniso – A Vida Indestrutível" celebra o mito da cultura

Foto: Marília Lino
Para dar sequencia a trilogia "Vida e Morte", cujo primeiro espetáculo foi “A Jornada de Orfeu”, com estreia em 2013 e que ficou dois anos em cartaz no Cemitério do Redentor, a Cia. Coexistir de Teatro tem o prazer de celebrar a tragédia de “Dioniso - A vida indestrutível”. As apresentações serão aos sábados, a meia noite, no Teatro Estação Satyros.

O espetáculo aborda aspectos desconhecidos ou pouco explorados de Dioniso – o deus da natureza, da transformação, do teatro - dada à complexidade paradoxal do mito grego. Como um deus da vegetação, ele mantém estreita relação com o sofrimento, a morte, a ressurreição e a iniciação, sendo dinâmico e soteriológico, isto é, trata da salvação humana.

Dioniso, filho de Zeus, foi morto duas vezes, rejeitado, enlouquecido e sobreviveu dentre todas as dificuldades que lhe foram impostas. Foi gerado na coxa de seu pai e não teve contato com o universo materno. Por isso busca nas mulheres esse materno perdido, seu feminino ferido. Como deus estrangeiro – aquele que vem de fora, ele se faz necessário, pois não faz distinção de cor, raça, gênero e condição entre as pessoas, que assim como ele, buscam ser reconhecidas.

“O espetáculo celebra de forma ritualística, a reedição do mito da cultura clássica grega - berço da civilização ocidental – propondo pontes com a nossa cultura, que tem em seu cerne, a presença do negro e do índio, valorizando o humano por meio do mito, independente das diferenças, modos e estilos culturais, que geram o preconceito, a intolerância e a falta de respeito”, afirma a diretora do espetáculo, Patrícia Teixeira.

Ao eleger o mito de Dioniso, a Cia. Coexistir de Teatro busca um possível caminho para reflexão dos tempos atuais e traz como mote os seguintes questionamentos: como lidar com as nossas tragédias pessoais e sociais? Transformamos ou sucumbimos? Como reconhecer o que já está incluído?. 

O espectador será convidado a rever a forma como lida com suas tragédias, a entender que ser é ser com o outro, e que é preciso morrer para germinar. Esse é o movimento constante da vida, que a todo instante nos leva a revermos o que somos e o que também queremos ser.

Cia. Coexistir de Teatro
A companhia Coexistir de Teatro existe desde 1999 e foi idealizada a partir de trabalhos realizados com grupos de adolescentes da rede pública de ensino e de curso superior na área de artes cênicas. Sob a direção da psicóloga junguiana e diretora de teatro Patrícia Teixeira, a Coexistir parte da ideia do "existir junto" no palco com partes esquecidas, renegadas, fixadas e desconhecidas do ator por meio das personagens e da constelação do tema do espetáculo na vida dos próprios atores, enquanto expressão arquetípica.

Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção Geral: Patrícia Teixeira
Atores-criadores: Diego Garcias, Fellipe Defall, Guilherme Ribeiro, Janaína Reis, Mariane Mastrella, Patricia Britto, Patrícia Castilho, Roberto Farias, Thais Galdino, Taís Medeiros, Thayara Cristine e Sandra Crobelatti.
Figurino e Adereços: Gislaine Oliveira
Iluminação: Beato Ten Prenafeta
Coreografias: Criação coletiva Cia. Coexistir.
Preparação do elenco: Marcos Callia - Laboratório dos Sonhos e Imaginação Ativa; Leandro Dona (1ª Fase) e Thais Galdino (2ª Fase) - preparação corporal.
Técnica de Som: Talita Alecrim
Co-Produção: Amanda Leones - VERSA e Michele Lara – EBENÉZER

Serviço
Espetáculo: "Dionisio – A Vida Indestrutível" (Cia. Coexistir de Teatro)
Local: Teatro Estação Satyros
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 134 - Centro, São Paulo - SP
Temporada: 3 de março a 28 de abril de 2018
Dia: sábados
Horário: 23h59
Entrada: R$ 40 (inteira). Meia-entrada para estudantes, idosos e classe artística.
Lotação: 60 pessoas
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Vendas: em dinheiro ou cartão no local do evento e no dia da apresentação
ou antecipado no site da Companhia (www.ciacoexistir.com).
* O voucher da compra online deverá ser trocado pelo ingresso no dia da apresentação, na bilheteria.


Depoimento Patrícia Teixeira (Diretora): 


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