Laéssio Rodrigues de Oliveira é considerado pelas autoridades brasileiras o maior ladrão de livros raros do país. Ao longo dos últimos cinco anos, o documentário "Cartas Para Um Ladrão de Livros" tentou narrar sua trajetória, num percurso que inclui quatro passagens pelo sistema carcerário.
Dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, o filme apresenta ao público um personagem incomum. A ideia desde o início foi tentar desvendar a mente deste piauiense de origem humilde que cresceu em São Bernardo do Campo e rompeu barreiras para estudar e se tornar um especialista em livros e documentos raros.
Graças ao próprio esforço, deixou o balcão de uma padaria para circular entre ricos de colecionadores de arte, mas botou quase tudo a perder ao usar o conhecimento acumulado para furtar obras preciosas de bibliotecas e museus.
Para entender e contar essa história, os diretores entrevistaram Laéssio dentro de uma penitenciária, bem como pessoas que conheceram ou foram vítimas do criminoso. Exibido no último Festival de Rio e elogiado pela crítica, o filme levanta debates sobre as fraquezas humanas e a preservação da memória no Brasil.
Não é uma história comum a do jovem balconista de uma padaria, obcecado por papéis antigos, que passa a frequentar as altas rodas de merchants e colecionadores de arte e, em seguida, as páginas dos cadernos policiais. Ao mesmo tempo, a decisão de contá-la envolve dilemas para os quais nem Laéssio nem o próprio documentário estavam preparados. Ainda que por caminhos tortos, Laessio evidencia a necessidade de o Brasil cuidar de sua própria História.
Trailer de "Cartas Para Um Ladrão de Livros"
Entrevista com os diretores do filme
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