terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

.: “Filhote de Cruz-Credo”, a autobiografia de Fabricio Carpinejar

“Sou feio, feio de nascença, mais feio do que você possa desenhar.” É assim que começa o livro “Filhote de Cruz-Credo”, de Fabricio Carpinejar. Considerado um dos nomes mais relevantes da poesia contemporânea, o escritor gaúcho foi vítima de bullying na infância. Num relato autobiográfico, ele conta como usou o bom humor e a inteligência para recuperar a autoestima.

Fabricio teve uma série de apelidos: "Panqueca", "Cavalinho de Pau", "Cara de Morcego" e até "Placenta". Um dia quando tomou um banho gelado e o espelho não embaçou, analisou minuciosamente seu rosto e foi correndo para a mãe perguntar se era feio. Como ela já havia perdido a paciência com o menino, que não acreditava ser "bonitinho", disse por fim que ele era "feio", sim.

A partir desse episódio em casa, Fabricio chegou à conclusão de que o jeito era aceitar as brincadeiras e fugir delas quando tinha escolha. Por isso, atravessava a rua para não cruzar com as pessoas e ficava o recreio todo dentro da sala para não encarar os colegas da escola. Até que um dia, quando foi chamado de "Panqueca" pela primeira vez, resolveu revidar, caçoando dos cabelos na orelha da menina que lhe deu o apelido. “Panqueca” e “Orelha Cabeluda” acabaram se aproximando e namoraram. E, com o tempo, o menino aprendeu a se sentir bonito do seu jeito.

Sobre o autor
Fabrício Carpinejar nasceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, mudou-se para Porto Alegre onde estudou jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, se graduando em 1995.  Estreou na literatura com o livro de poesias “As Solas do Sol” (1998), que foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 1999, Secretaria Municipal de Porto Alegre (RS), categoria poesia, e recebeu o Prêmio Nacional Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores (RJ), na categoria Revelação e Estreia, em 2000. Entre outros livros do autor destacam-se: “Cinco Marias” (2004), “O Amor Esquece de Começar” (2006), “Meu Filho, Minha Filha” (2007), “Ai Meu Deus, Ai Meu Jesus” (2012), “Espero Alguém” (2013), “Para Onde Vai o Amor?” (2014) e “Felicidade Incurável” (2016).

Sobre a ilustradora
Sandra Lavandeira é argentina, mas mora no Brasil desde 2011. Estudou Belas-Artes na Escola Nacional Prilidiano Pueyrredón de Buenos Aires e técnicas de quadrinhos com o mestre Alberto Breccia. Lá, em 1994, fundou, junto com outros colegas, a revista em quadrinhos El Tripero. Ela ilustra tanto livros para crianças e jovens, quanto histórias em quadrinhos.  Suas ilustrações já foram publicadas em editoras da Argentina, Brasil, Portugal, Estados Unidos, México, Nicarágua, Colômbia, Equador e Costa Rica.

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