Primeiro coletivo artístico de rua da cidade se reúne novamente para pintar empena de prédio em famosa esquina da capital, a convite do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. Inauguração: 04 de fevereiro, às 14h, durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta
A parede lateral do Edifício Casa do Baixo Augusta, localizado na esquina da Rua Rego Freitas com a Rua da Consolação, em frente à Paróquia Nossa Senhora da Consolação, se transformará no mais novo painel artístico da cidade. Com 16m de largura por 45m de altura, totalizando 720 m², o mural será uma obra de Carlos Delfino, Ciro Cozzolino e Zé Carratu, três artistas plásticos que compuseram a última formação do Tupinãodá, primeiro coletivo de rua paulistano, formado no início da década de 80 e agora rebatizado como Os Tupys.
O convite partiu do Associação Cultural Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, do qual Zé Carratu é um dos fundadores, e cuja a sede se localiza no térreo do edifício. Alinhado ao tema proposto pelo bloco para o Carnaval 2018 (É Proibido Proibir) e aos ideais pregados pelos estudantes franceses em maio de 1968 e pelo movimento Tropicalista, o mural é um protesto contra todas as formas de autoritarismo e censura e, ao mesmo tempo, uma homenagem à região do Baixo Augusta enquanto território livre de manifestações culturais e boêmia.
Sem atuarem juntos desde fevereiro de 1990, última intervenção urbana realizada pelo Tupinãodá, os três artistas construíram carreiras polivalentes no universo criativo, sem perder de vista a produção artística independente, ao participarem de exposições e terem seus trabalhos em acervos de museus e instituições. Carlos Delfino trocou os muros da cidade pela tridimensionalidade de infláveis gigantes, enquanto Zé Carratu tornou-se prestigiado cenógrafo. Já Ciro Cozzolino, que participou da emblemática mostra “Como vai você, Geração 80? ”, manteve a pintura como atividade principal.
História é o que não falta ao grupo. Além de inaugurar o concreto virgem do túnel da Avenida Paulista – primeiro graffiti em São Paulo –, o Tupinãodá realizou uma série de intervenções polêmicas e bem-humoradas. O grupo foi o primeiro a pintar os muros da Rua Gonçalo Afonso, atual Beco do Batman, na Vila Madalena, local que se tornou posteriormente referência mundial de arte urbana. Painéis produzidos com giz, o que dava aos trabalhos um caráter essencialmente efêmero, eram também uma das marcas do coletivo.
A obra no Edifício Casa do Baixo Augusta, que começou a ser executa no último dia 10, levará 15 dias para ficar totalmente pronta, com uma média de 12 horas de trabalho diário. Estão sendo usados 200 litros de tinta fornecida pelo projeto Tudo de cor, das Tintas Coral, 300 metros de corda, 1 balancin de fachada, 5 equipamentos completos de pintura em rapel e mais de 100 itens entre rolos, pincéis e bandejas. Para chegar ao desenho final apresentado ao Acadêmicos do Baixo Augusta, os artistas criaram mais de 20 layouts internos.
A nova formação do coletivo Os Tupys tem como produtor o paulistano Pagu, responsável por diversos painéis dentro e fora do Brasil, entre eles o mural “Etnias” de Eduardo Kobra e “Contos”, de Luna Buschinelli, ambos localizados no Rio de Janeiro e presentes no Guinness Book como o maior grafite do mundo e o maior grafite do mundo feito por uma mulher, respectivamente.
Serviço: Inauguração do novo painel no Edifício Casa do Baixo Augusta.
Local: Rua Rego Freitas, 553 (esquina com a Rua da Consolação).
Data da inauguração: 04 de fevereiro, às 14h, durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta
Autores: Os Tupys
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
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