Livro conta a história de um jornalista atormentado entre a militância comunista e o trabalho no jornal que apoia Getúlio Vargas. Autor reconstrói últimos meses do presidente no governo, antes do suicídio, e a briga entre Samuel Wainer, da Última Hora, e Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa
“Embora tradicionalíssimo na forma, Última Hora, do potiguar José Almeida Júnior, é um romance bem-sucedido. Tem ritmo, linguagem adequada e conta uma boa história. A trama, a luta do empresário Samuel Wainer para consolidar um império de comunicação, tem como pano de fundo os últimos tempos da ditadura de Getúlio Vargas. Histórico, mas sem qualquer ranço de didatismo, Almeida Júnior consegue, ao mesmo tempo, com enorme competência, reviver uma época e insuflar vida a personagens reais, tornando-os complexos. Narrador em primeira pessoa, Marcos, o protagonista, é um jornalista canalha, corrupto, mau caráter, mas que alcança estabelecer com o leitor a empatia necessária para converter sua narrativa singular em excelente literatura. Enfim, um livro que retoma a ideia do prazer da leitura.”
Luiz Ruffato
Marcos é um jornalista que mal recebe pagamento pelo seu trabalho num jornal ligado ao Partido Comunista. Mas ele é militante, está lá pela causa. A instabilidade financeira, no entanto, abala a sua vida familiar e sua relação com a mulher e o filho adolescente. Por isso, movido pela vontade de acertar as contas em casa, ele acaba aceitando um convite irrecusável: trabalhar na Última Hora, jornal que está sendo criado por Samuel Wainer, experiente jornalista, o primeiro a noticiar a volta de Getúlio Vargas, então recluso no Sul, à política. É com o apoio do presidente eleito, que comandou a ditadura do Estado Novo anos antes, que o novo jornal se erguerá. Esse é um dos dilemas de Marcos, que foi preso e torturado pela polícia de Getúlio: trabalhar, ainda que indiretamente, para seu ex-inimigo.
Em “Última Hora”, o escritor José Almeida Júnior, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura em 2017, reconstrói um dos períodos mais importantes da história do país. “Getúlio Vargas lançou as bases do trabalhismo brasileiro e influenciou o pensamento de esquerda de políticos como Jango, Brizola e Lula. Por outro lado, Vargas perseguiu comunistas e implantou uma ditadura violenta durante o Estado Novo. Tive a curiosidade de compreender o comportamento dos comunistas, que haviam sido perseguidos no Estado Novo, durante o governo democrático Vargas do início dos anos 50”, conta o autor, em entrevista ao blog da editora.
No livro, Almeida Júnior refaz uma das maiores batalhas da imprensa na época, a de Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa, e Wainer. Com o apoio da cadeia de jornais e rádios de Assis Chateaubriand, o Chatô, e de outros magnatas das comunicações, como Roberto Marinho, Lacerda perseguiu o dono da Última Hora até o desfecho final da crise, com o suicídio do presidente. Marcos, que ora se alia a Wainer ora ajuda Lacerda, é o contraponto entre esses personagens tão complexos. “Procurei encontrar as contradições em Wainer e Lacerda e explorá-las no ponto de vista de Marcos”, diz o autor.
Nelson Rodrigues, que criou na Última Hora, com o apoio de Wainer, a famosa coluna “A vida como ela é”, também é personagem do livro, um mergulho na capital do Brasil dos anos 1950. Com uma trama envolvente, que inclui histórias de tortura, militância, delação, justiçamento e um combate conservador à corrupção, “Última hora” guarda muitas relações com o a história atual do país.
ORELHA: Por Andréa del Fuego
Última Hora é um romance histórico que nos leva ao Brasil do início da década de 1950, mas não de qualquer ponto de vista: o leitor observará o país pelo lado de dentro do jornal Última Hora. Criado pelo presidente Getúlio Vargas em plena turbulência política, o jornal tem como editor-chefe Samuel Wainer, aqui trazido quase que em carne e osso. Foi Wainer quem deu nome à famosa coluna A vida como ela é..., de Nelson Rodrigues, também convidado para formar o elenco dos colaboradores.
O jornal enfrenta opositores como Carlos Lacerda, que também se opunha ao governo Vargas, mas esse não é o único problema de Marcos, o protagonista. Jornalista torturado na ditadura Vargas, ao ser convidado por Samuel Wainer, Marcos se recusa a fazer parte da redação. E, tendo que lidar com as exigências da militância e da sobrevivência, o caminho tortuoso deste personagem é o pêndulo ideológico e moral que não o afronta apenas na redação, mas também em seu relacionamento familiar.
O romance é lapidar em nos lembrar a história do país sem expor a pesquisa – um bordado que camufla o cerzido e deixa ver apenas o que interessa: a boa literatura.
Obra será lançada nas unidades do Sesc em São Paulo, Brasília e Belém nos dias 28 de novembro, 5 e 7 de dezembro, respectivamente. Leia entrevista do autor no blog da Record: http://bit.ly/2zslj4N
SOBRE O AUTOR: Natural de Mossoró, RN, José Almeida Júnior é formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com pós-graduação em Direito Processual e em Direito Civil. Há dez anos reside em Brasília, onde exerce o cargo de Defensor Público do Distrito Federal.
Site: www.josealmeidajunior.com
Facebook: /almeidaemprosa
Twitter: @almeidaemprosa
Serviço:
Livro: Última Hora
Autor: José Almeida Júnior
Páginas: 352
Editora: Record
“Embora tradicionalíssimo na forma, Última Hora, do potiguar José Almeida Júnior, é um romance bem-sucedido. Tem ritmo, linguagem adequada e conta uma boa história. A trama, a luta do empresário Samuel Wainer para consolidar um império de comunicação, tem como pano de fundo os últimos tempos da ditadura de Getúlio Vargas. Histórico, mas sem qualquer ranço de didatismo, Almeida Júnior consegue, ao mesmo tempo, com enorme competência, reviver uma época e insuflar vida a personagens reais, tornando-os complexos. Narrador em primeira pessoa, Marcos, o protagonista, é um jornalista canalha, corrupto, mau caráter, mas que alcança estabelecer com o leitor a empatia necessária para converter sua narrativa singular em excelente literatura. Enfim, um livro que retoma a ideia do prazer da leitura.”
Luiz Ruffato
Marcos é um jornalista que mal recebe pagamento pelo seu trabalho num jornal ligado ao Partido Comunista. Mas ele é militante, está lá pela causa. A instabilidade financeira, no entanto, abala a sua vida familiar e sua relação com a mulher e o filho adolescente. Por isso, movido pela vontade de acertar as contas em casa, ele acaba aceitando um convite irrecusável: trabalhar na Última Hora, jornal que está sendo criado por Samuel Wainer, experiente jornalista, o primeiro a noticiar a volta de Getúlio Vargas, então recluso no Sul, à política. É com o apoio do presidente eleito, que comandou a ditadura do Estado Novo anos antes, que o novo jornal se erguerá. Esse é um dos dilemas de Marcos, que foi preso e torturado pela polícia de Getúlio: trabalhar, ainda que indiretamente, para seu ex-inimigo.
Em “Última Hora”, o escritor José Almeida Júnior, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura em 2017, reconstrói um dos períodos mais importantes da história do país. “Getúlio Vargas lançou as bases do trabalhismo brasileiro e influenciou o pensamento de esquerda de políticos como Jango, Brizola e Lula. Por outro lado, Vargas perseguiu comunistas e implantou uma ditadura violenta durante o Estado Novo. Tive a curiosidade de compreender o comportamento dos comunistas, que haviam sido perseguidos no Estado Novo, durante o governo democrático Vargas do início dos anos 50”, conta o autor, em entrevista ao blog da editora.
No livro, Almeida Júnior refaz uma das maiores batalhas da imprensa na época, a de Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa, e Wainer. Com o apoio da cadeia de jornais e rádios de Assis Chateaubriand, o Chatô, e de outros magnatas das comunicações, como Roberto Marinho, Lacerda perseguiu o dono da Última Hora até o desfecho final da crise, com o suicídio do presidente. Marcos, que ora se alia a Wainer ora ajuda Lacerda, é o contraponto entre esses personagens tão complexos. “Procurei encontrar as contradições em Wainer e Lacerda e explorá-las no ponto de vista de Marcos”, diz o autor.
Nelson Rodrigues, que criou na Última Hora, com o apoio de Wainer, a famosa coluna “A vida como ela é”, também é personagem do livro, um mergulho na capital do Brasil dos anos 1950. Com uma trama envolvente, que inclui histórias de tortura, militância, delação, justiçamento e um combate conservador à corrupção, “Última hora” guarda muitas relações com o a história atual do país.
ORELHA: Por Andréa del Fuego
Última Hora é um romance histórico que nos leva ao Brasil do início da década de 1950, mas não de qualquer ponto de vista: o leitor observará o país pelo lado de dentro do jornal Última Hora. Criado pelo presidente Getúlio Vargas em plena turbulência política, o jornal tem como editor-chefe Samuel Wainer, aqui trazido quase que em carne e osso. Foi Wainer quem deu nome à famosa coluna A vida como ela é..., de Nelson Rodrigues, também convidado para formar o elenco dos colaboradores.
O jornal enfrenta opositores como Carlos Lacerda, que também se opunha ao governo Vargas, mas esse não é o único problema de Marcos, o protagonista. Jornalista torturado na ditadura Vargas, ao ser convidado por Samuel Wainer, Marcos se recusa a fazer parte da redação. E, tendo que lidar com as exigências da militância e da sobrevivência, o caminho tortuoso deste personagem é o pêndulo ideológico e moral que não o afronta apenas na redação, mas também em seu relacionamento familiar.
O romance é lapidar em nos lembrar a história do país sem expor a pesquisa – um bordado que camufla o cerzido e deixa ver apenas o que interessa: a boa literatura.
Obra será lançada nas unidades do Sesc em São Paulo, Brasília e Belém nos dias 28 de novembro, 5 e 7 de dezembro, respectivamente. Leia entrevista do autor no blog da Record: http://bit.ly/2zslj4N
SOBRE O AUTOR: Natural de Mossoró, RN, José Almeida Júnior é formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com pós-graduação em Direito Processual e em Direito Civil. Há dez anos reside em Brasília, onde exerce o cargo de Defensor Público do Distrito Federal.
Site: www.josealmeidajunior.com
Facebook: /almeidaemprosa
Twitter: @almeidaemprosa
Serviço:
Livro: Última Hora
Autor: José Almeida Júnior
Páginas: 352
Editora: Record
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