Por Luiz Gomes Otero*, em outubro de 2017.
O disco já veio com uma surpresa no single "Bluebirds Over The Mountain", uma canção de 1958 que havia sido gravada anteriormente pelos Beach Boys e por Richie Valens (aquele do hit "La Bamba"). A canção ganhou um arranjo mais soturno e pesado, que se encaixou como uma luva na voz de Plant, que se já não alcança os mesmos agudos de antigamente, ainda consegue convencer e encantar dentro de suas limitações.
O disco tem canções com arranjos semi-acústicos, como se observa na faixa de abertura, a ótima "The May Queen". E um riff de guitarra invade a introdução de New World, uma canção com toques de mainstream mais comercial e menos experimental.
Gostei muito de ouvir a balada folk "Season´s Song", algo mais próximo da clássica "Going To California", mas sem querer soar como clichê. É como se o mestre mostrasse que aprendeu a lição de como fazer uma canção forte para um álbum solo. Grande momento do veterano vocalista.
Nas faixas finais, Plant realiza alguns experimentalismos na produção, mas sempre conservando a sua genialidade na arte de interpretar. "Keep It Hid" e "Heaven Sent" seguem nessa vibe menos comercial, mas sem comprometer o resultado final, que é bastante positivo.
Na prática, Plant provou que há vida além do Led Zeppelin, ainda que ele cante as canções do antigo grupo em seus shows solo. Não há problema algum nisso. O público vai sempre querer ouvir as suas músicas novas e os hits antigos. Para ele, o passado jamais se transformará em um fardo pesado.
"Bluebirds Over The Mountain"
"Dance With You Tonight"
"Season´s Song"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página "Musicalidades", que agrega os textos escritos por ele.
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