A Editora Peirópolis lança "As linguagens dos quadrinhos", do autor Daniele Barbieri, um clássico da comunicação que por muitos anos fundamentou os estudos de quadrinhos na América Latina. O livro foi originalmente publicado em 1991, tendo completado 25 anos em 2016, com comemorações, pompas e circunstâncias na Academia de Belas Artes de Bologna. Agora ganha sua versão em português, com tradução e revisão técnica de pesquisadores da área que com ele têm convivido nos últimos vinte anos.
A obra não é uma história dos quadrinhos, nem uma investigação sobre seus méritos e deméritos, mas uma exploração que pretende definir suas coordenadas no mapa das linguagens da comunicação de massa (da ilustração à pintura, à fotografia, às artes gráficas, à poesia, à literatura, ao cinema) e suas contínuas e recíprocas interações. Mais do que diferenças – que são, no entanto, um ponto de partida natural – a ênfase é dada às semelhanças, ou melhor, às características comuns às várias linguagens.
A obra traz uma abordagem sobre os quadrinhos que permite atravessar as linguagens que atravessam os quadrinhos, abrindo caminho para uma rica leitura de suas referências multimidiáticas, como um meio de expressão como este merece ter. Cultuado no Brasil numa época em que havia poucos livros teóricos sobre o assunto, o livro de Barbieri veio mostrar aos pesquisadores que os quadrinhos são uma linguagem de características próprias, sim, mas que isso já estava provado e garantido. E que já não havia mais, portanto, a necessidade de nos furtarmos à aventura de abrir bem os olhos para enxergar o que os quadrinhos comungavam com outras linguagens e que parentesco tinham com todas as outras formas de expressão baseadas na narratividade, em processos de inclusão, geração, convergência ou adequação com essas formas expressivas. Afinal, segundo o autor, “a comunicação é um ambiente geral cujos sub-ambientes, as linguagens, vivem tumultuosamente, afastando-se, aproximando-se, trocando características entre si, às vezes morrendo e outras dando vida a uma nova possibilidade expressiva”.
Um livro para todos que acreditam que a leitura de uma boa história em quadrinhos não deixa nada a desejar à de um bom romance ou a um bom filme.
O autor: Daniele Barbieri é semiólogo, ensaísta e poeta italiano. Tem importantes contribuições para o estudo das histórias em quadrinhos, da comunicação visual e da poesia. Entre as muitas experiências de destaque de sua vida, certamente uma das que mais chama a atenção é a de ter trabalhado com Umberto Eco, que foi seu orientador no doutorado em semiótica, concluído em 1992, no qual defendeu a tese intitulada Tempo, immagine, ritmo e racconto: per una semiotica della temporalità nel testo a fumetti.
Antes mesmo da conclusão da tese, em 1991, já havia publicado suas primeiras reflexões sobre os quadrinhos. Nesse ano, exatamente, veio à luz sua obra mais conhecida I linguaggi del fumetto, hoje com várias edições em seu país e já considerado um trabalho clássico sobre a linguagem quadrinística. Na tradução para o espanhol, a obra recebeu o título Los Lenguages de los cómics, sendo a principal responsável pela penetração do pensamento do autor no panorama da pesquisa em quadrinhos no Brasil.
Desde seu doutorado, vem trabalhando no projeto e implementação da Encyclomedia: guida multimediale alla storia della civiltà europea, coordenado por Umberto Eco até o fim da vida. É também um dos fundadores da empresa Horizons Unlimited, responsável pela publicação dessa obra (o nome da empresa representa também mais uma ligação com as histórias em quadrinhos, pois se trata do mesmo nome da agência de investigações do personagem Steve Canyon, criado pelo cartunista norte-americano Milton Caniff, e cuja página inicial foi magistralmente analisada por Umberto Eco no livro Apocalípticos e Integrados...).
A linguagem das mídias sempre foi objeto de grande interesse do autor. A partir da análise da linguagem dos quadrinhos, cuja teoria desenvolveu e aprofundou em sua tese de doutorado, Barbieri desenvolveu teorias passíveis de aplicação na linguagem da televisão (Questioni di ritmo: l'analisi tensiva dei testi televisivi, de 1996), na análise de textos diversos (Nel corso del texto: una teoria della tensione e del ritmo, de 2004), na análise de linguagem visual em geral (Guardare e leggere: la comunicazione visiva dalla pittura alla tipografia, de 2011), e na da linguagem da poesia (Il Linguaggio della Poesia, de 2011). Sobre quadrinhos, é autor também das obras Breve storia della letteratura a fumetti (2009), Il pensiero disegnato: saggi sulla letteratura a fumetti europea (2010) e Maestri del fumetto: quarantuno grandi autori fra serialità e graphic novel (2012). De 1997 a 1998 trabalhou para a Radiotelevisione Italiana (RAI), contribuindo para o lançamento do canal em satélite RAISAT 1. Desde 1996 é docente do Istituto Superiore per le Industrie Artistiche (ISIA), localizado na cidade de Urbino.
Mais informações podem ser encontradas em seu blog http://www.danielebarbieri.it/def.asp.
O tradutor: Thiago de Almeida Castor do Amaral nasceu em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, em 1980. Com mãe professora de português e pai advogado, numa casa com muitos livros, acabou seguindo pelo mesmo caminho, ainda que por vias tortas. Começou a escrever com onze anos, mais tarde publicando alguns poemas e contos, a traduzir como diversão aos quinze, a dar aulas de inglês aos dezoito e de português para estrangeiros aos trinta. Graduou-se bacharel em Letras pela Universidade Federal de São Paulo e completou seu mestrado na mesma instituição, estudando onomatopeias e, em especial, onomatopeias nos quadrinhos. Continua escrevendo, continua traduzindo e continua dando aulas.
Livro: As linguagens dos quadrinhos
Tradução de Thiago de Almeida Castor do Amaral
272 páginas
Disponível em ebook nos formatos ePub
A obra não é uma história dos quadrinhos, nem uma investigação sobre seus méritos e deméritos, mas uma exploração que pretende definir suas coordenadas no mapa das linguagens da comunicação de massa (da ilustração à pintura, à fotografia, às artes gráficas, à poesia, à literatura, ao cinema) e suas contínuas e recíprocas interações. Mais do que diferenças – que são, no entanto, um ponto de partida natural – a ênfase é dada às semelhanças, ou melhor, às características comuns às várias linguagens.
A obra traz uma abordagem sobre os quadrinhos que permite atravessar as linguagens que atravessam os quadrinhos, abrindo caminho para uma rica leitura de suas referências multimidiáticas, como um meio de expressão como este merece ter. Cultuado no Brasil numa época em que havia poucos livros teóricos sobre o assunto, o livro de Barbieri veio mostrar aos pesquisadores que os quadrinhos são uma linguagem de características próprias, sim, mas que isso já estava provado e garantido. E que já não havia mais, portanto, a necessidade de nos furtarmos à aventura de abrir bem os olhos para enxergar o que os quadrinhos comungavam com outras linguagens e que parentesco tinham com todas as outras formas de expressão baseadas na narratividade, em processos de inclusão, geração, convergência ou adequação com essas formas expressivas. Afinal, segundo o autor, “a comunicação é um ambiente geral cujos sub-ambientes, as linguagens, vivem tumultuosamente, afastando-se, aproximando-se, trocando características entre si, às vezes morrendo e outras dando vida a uma nova possibilidade expressiva”.
Um livro para todos que acreditam que a leitura de uma boa história em quadrinhos não deixa nada a desejar à de um bom romance ou a um bom filme.
O autor: Daniele Barbieri é semiólogo, ensaísta e poeta italiano. Tem importantes contribuições para o estudo das histórias em quadrinhos, da comunicação visual e da poesia. Entre as muitas experiências de destaque de sua vida, certamente uma das que mais chama a atenção é a de ter trabalhado com Umberto Eco, que foi seu orientador no doutorado em semiótica, concluído em 1992, no qual defendeu a tese intitulada Tempo, immagine, ritmo e racconto: per una semiotica della temporalità nel testo a fumetti.
Antes mesmo da conclusão da tese, em 1991, já havia publicado suas primeiras reflexões sobre os quadrinhos. Nesse ano, exatamente, veio à luz sua obra mais conhecida I linguaggi del fumetto, hoje com várias edições em seu país e já considerado um trabalho clássico sobre a linguagem quadrinística. Na tradução para o espanhol, a obra recebeu o título Los Lenguages de los cómics, sendo a principal responsável pela penetração do pensamento do autor no panorama da pesquisa em quadrinhos no Brasil.
Desde seu doutorado, vem trabalhando no projeto e implementação da Encyclomedia: guida multimediale alla storia della civiltà europea, coordenado por Umberto Eco até o fim da vida. É também um dos fundadores da empresa Horizons Unlimited, responsável pela publicação dessa obra (o nome da empresa representa também mais uma ligação com as histórias em quadrinhos, pois se trata do mesmo nome da agência de investigações do personagem Steve Canyon, criado pelo cartunista norte-americano Milton Caniff, e cuja página inicial foi magistralmente analisada por Umberto Eco no livro Apocalípticos e Integrados...).
A linguagem das mídias sempre foi objeto de grande interesse do autor. A partir da análise da linguagem dos quadrinhos, cuja teoria desenvolveu e aprofundou em sua tese de doutorado, Barbieri desenvolveu teorias passíveis de aplicação na linguagem da televisão (Questioni di ritmo: l'analisi tensiva dei testi televisivi, de 1996), na análise de textos diversos (Nel corso del texto: una teoria della tensione e del ritmo, de 2004), na análise de linguagem visual em geral (Guardare e leggere: la comunicazione visiva dalla pittura alla tipografia, de 2011), e na da linguagem da poesia (Il Linguaggio della Poesia, de 2011). Sobre quadrinhos, é autor também das obras Breve storia della letteratura a fumetti (2009), Il pensiero disegnato: saggi sulla letteratura a fumetti europea (2010) e Maestri del fumetto: quarantuno grandi autori fra serialità e graphic novel (2012). De 1997 a 1998 trabalhou para a Radiotelevisione Italiana (RAI), contribuindo para o lançamento do canal em satélite RAISAT 1. Desde 1996 é docente do Istituto Superiore per le Industrie Artistiche (ISIA), localizado na cidade de Urbino.
Mais informações podem ser encontradas em seu blog http://www.danielebarbieri.it/def.asp.
O tradutor: Thiago de Almeida Castor do Amaral nasceu em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, em 1980. Com mãe professora de português e pai advogado, numa casa com muitos livros, acabou seguindo pelo mesmo caminho, ainda que por vias tortas. Começou a escrever com onze anos, mais tarde publicando alguns poemas e contos, a traduzir como diversão aos quinze, a dar aulas de inglês aos dezoito e de português para estrangeiros aos trinta. Graduou-se bacharel em Letras pela Universidade Federal de São Paulo e completou seu mestrado na mesma instituição, estudando onomatopeias e, em especial, onomatopeias nos quadrinhos. Continua escrevendo, continua traduzindo e continua dando aulas.
Livro: As linguagens dos quadrinhos
Tradução de Thiago de Almeida Castor do Amaral
272 páginas
Disponível em ebook nos formatos ePub
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