Grupo As Meninas do Conto estreia temporada de espetáculo adulto a partir de contos d’ As Mil e Uma Noite e notícias contemporâneas de opressão de gênero
O Grupo As Meninas do Conto amplia seus horizontes de pesquisa e criação em seu primeiro espetáculo dirigido ao público adulto. "Mil Mulheres e Uma Noite" estreia temporada dia 7 de abril, sexta-feira, às 20h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Com sessões às sextas-feiras (20h) e sábados (19h), os ingressos são gratuitos.
A peça, com direção de Eric Nowinski e dramaturgia de Cassiano Sydow Quilici, tem como ponto de partida o livro As Mil e Uma Noites – uma das mais famosas obras da literatura árabe, reunindo uma coleção de contos escritos entre os séculos XIII e XVI – traduzida diretamente do árabe para o português por Mamed Mustafa Jarouche. A proposta é fazer ecoar a voz de Sheerazade, – que, para entreter o rei e salvar a própria vida, não se cansa de contar histórias – uma mulher que enfrenta a tirania dos homens com a potência das histórias. A perspectiva feminina é a força motriz para a dramaturgia.
Na peça, a voz dessa mulher é multiplicada pelas vozes femininas que compõem o grupo de sete atrizes. A dramaturgia sobrepõe as narrativas do livro a notícias contemporâneas de opressão feminina.
O livro contém fábulas de terror, piedade, amor, ódio, medos, paixões desenfreadas, atitudes generosas e de comportamentos cruéis, delicadas e brutais. A obra, de tradição oral árabe e persa, foi escolhida por ser uma referência universalmente reconhecida de difusão de contos populares. “É um livro de tradição oral com histórias milenares dos mais variados gêneros, e ao cruzarmos com histórias de opressão feminina exercitamos o processo de educação e transformação, que é a função do conto, em sua essência. O ato de parar para ouvir, exercitar a imaginação e se colocar no ponto de vista do outro”, diz a atriz Simone Grande.
O diretor Eric Nowinski conta que o grupo fez a primeira interface da obra d’As Mil e Uma Noites com recortes de jornal. “Ao abrirmos os jornais, revistas, sites e outros veículos de comunicação nos deparamos diariamente com notícias sobre abuso, injustiça e violência de gênero. É preciso seguir dando voz às mulheres. E não existe na tradição oral mundial imagem mais emblemática do que a de Sheerazade, noite após noite, seduzindo o sultão Sharyar por meio de narrativas fantásticas que percorrem os mais variados gêneros; e esta imagem é ainda mais universal quando entendida como diálogo entre o feminino e o masculino, entre o oprimido e o opressor,” explica.
“Em tempos de avanço das tecnologias de comunicação estamos perdendo os momentos de compartilhamento que a prática de leitura em voz alta pode trazer. Este tipo de leitura mobiliza não apenas a fala, mas também o corpo e a relação com os demais participantes, gerando um espaço para a construção de subjetividades,” analisa o Eric Nowinski.
Contemplado com a 4 ª edição Prêmio Zé Renato da Cidade de São Paulo em 2016, o espetáculo circulou por 4 bibliotecas municipais - Biblioteca Narbal Fontes (Santana), Biblioteca Hans Christian Andersen (Tatuapé), Biblioteca Cora Coralina (Guaianases) e Biblioteca Paulo Duarte (Jabaquara) - antes da estreia da temporada, além de promover leituras encenadas de episódios da obra que não constam da adaptação teatral.
Proposta de encenação: Com direção musical de Fernanda Maia e direção de movimento e coreografias de Letícia Doreto, um coro costura musicalmente as narrativas e conduz o público pelo espaço cênico percorrendo os diferentes espaços onde ocorrerão as histórias. Uma abertura musical contextualiza a plateia com a história de Sheerazade, de onde se desdobram as outras narrativas.
O coro funciona como um personagem, que tem a função de permear as cenas individuais com outras texturas sonoras, ambientação musical e diferentes composições espaciais. Instrumentos musicais como o darbuka, de tradição árabe, remete o ouvinte rapidamente a essa cultura. Outros, como o pandeiro, promovem um elo entre a música do oriente médio e do Brasil tornando possível revelar as influências árabes na cultura brasileira.
Também a iluminação tem função cenográfica. Na medida em que as histórias estarão instaladas em diferentes espaços cênicos, a luz, tanto quanto a ambientação de cada espaço é um importante índice de remissão a um espaço-tempo mítico situado entre o fantástico e o maravilhoso, universo proposto pelas narrativas e fábulas originais e o contemporâneo expresso em elementos da condição feminina , que reverberam em diferentes culturas e diferentes momentos históricos.
Sobre As Meninas do Conto: Formado em 1995, o grupo As Meninas do Conto, vencedor de diversos prêmios, (APCA e FEMSA, entre outros), vem direcionando suas criações ao público infantil, sem perder de vista a presença do adulto, que acompanha a criança na ida ao teatro. O grupo vem aproximando a relação com o público adulto através de apresentações em Saraus, Maratonas e Rodas de Histórias.
Possui em seu repertório oito espetáculos. A Princesa Jia e Porque o Mar Tanto Chora (Prêmio APCA e Prêmio Pananco), ambos de 2002. Em 2004, estreou o espetáculo As Velhas Fiandeiras (Prêmio APCA e Prêmio Coca-Cola Femsa). Papagaio Real, produzido em parceria com o Teatro Alfa, estreou em 2005. Em 2008, com o espetáculo BUUUU!! A Casa do Bichão recebeu o Prêmio APCA de melhor espetáculo do ano. Em 2010, estreou Pedro Palerma e outras histórias, indicado em várias categorias para o Prêmio Coca-Cola. Em 2012, com o espetáculo Bruxas, Bruxas...e mais Bruxas recebeu o Prêmio APCA para todas as atrizes do elenco. E em maio 2016, estre o Caminho da Roça, eleito Melhor espetáculo Infantil (Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2016) e melhor espetáculo de Valorização da Cultura Popular (Prêmio APCA/2016).
Ficha Técnica:
Dramaturgia: Grupo As Meninas do Conto, em colaboração com Cassiano Sydow Quilici. Direção: Eric Nowinski. Atrizes: Danielle Barros, Helena Castro, Lilian de Lima, Lívia Salles, Norma Gabriel, Silvia Suzy e Simone Grande. Musicista: Carolina Bahiense. Direção de arte: Yumi Sakate. Direção Musical e Preparação Vocal: Fernanda Maia. Preparação Corporal, direção de Movimento e Coreografia: Letícia Doreto. Assistentes de direção de Arte e contrarregragem: Diego Dac e Saulo Santos (Ateliê Russo). Produção: Joice Portes. Administração: Regiane Moraes.
Serviço: MIL MULHERES E UMA NOITE
Estreia dia 7 de abril, sexta-feira, às 20h.
Temporada: de 7 a 22 de abril - Sextas-feiras às 20 h e sábados, às 19 h. Duração: 90 minutos.
Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 35 lugares.
Ingressos: Grátis (Retirada de ingressos a partir de 1 hora antes da apresentação).
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro (próximo a estação Tiradentes do metrô). Informações (11) 3221-4704.
O Grupo As Meninas do Conto amplia seus horizontes de pesquisa e criação em seu primeiro espetáculo dirigido ao público adulto. "Mil Mulheres e Uma Noite" estreia temporada dia 7 de abril, sexta-feira, às 20h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Com sessões às sextas-feiras (20h) e sábados (19h), os ingressos são gratuitos.
A peça, com direção de Eric Nowinski e dramaturgia de Cassiano Sydow Quilici, tem como ponto de partida o livro As Mil e Uma Noites – uma das mais famosas obras da literatura árabe, reunindo uma coleção de contos escritos entre os séculos XIII e XVI – traduzida diretamente do árabe para o português por Mamed Mustafa Jarouche. A proposta é fazer ecoar a voz de Sheerazade, – que, para entreter o rei e salvar a própria vida, não se cansa de contar histórias – uma mulher que enfrenta a tirania dos homens com a potência das histórias. A perspectiva feminina é a força motriz para a dramaturgia.
Na peça, a voz dessa mulher é multiplicada pelas vozes femininas que compõem o grupo de sete atrizes. A dramaturgia sobrepõe as narrativas do livro a notícias contemporâneas de opressão feminina.
O livro contém fábulas de terror, piedade, amor, ódio, medos, paixões desenfreadas, atitudes generosas e de comportamentos cruéis, delicadas e brutais. A obra, de tradição oral árabe e persa, foi escolhida por ser uma referência universalmente reconhecida de difusão de contos populares. “É um livro de tradição oral com histórias milenares dos mais variados gêneros, e ao cruzarmos com histórias de opressão feminina exercitamos o processo de educação e transformação, que é a função do conto, em sua essência. O ato de parar para ouvir, exercitar a imaginação e se colocar no ponto de vista do outro”, diz a atriz Simone Grande.
O diretor Eric Nowinski conta que o grupo fez a primeira interface da obra d’As Mil e Uma Noites com recortes de jornal. “Ao abrirmos os jornais, revistas, sites e outros veículos de comunicação nos deparamos diariamente com notícias sobre abuso, injustiça e violência de gênero. É preciso seguir dando voz às mulheres. E não existe na tradição oral mundial imagem mais emblemática do que a de Sheerazade, noite após noite, seduzindo o sultão Sharyar por meio de narrativas fantásticas que percorrem os mais variados gêneros; e esta imagem é ainda mais universal quando entendida como diálogo entre o feminino e o masculino, entre o oprimido e o opressor,” explica.
“Em tempos de avanço das tecnologias de comunicação estamos perdendo os momentos de compartilhamento que a prática de leitura em voz alta pode trazer. Este tipo de leitura mobiliza não apenas a fala, mas também o corpo e a relação com os demais participantes, gerando um espaço para a construção de subjetividades,” analisa o Eric Nowinski.
Contemplado com a 4 ª edição Prêmio Zé Renato da Cidade de São Paulo em 2016, o espetáculo circulou por 4 bibliotecas municipais - Biblioteca Narbal Fontes (Santana), Biblioteca Hans Christian Andersen (Tatuapé), Biblioteca Cora Coralina (Guaianases) e Biblioteca Paulo Duarte (Jabaquara) - antes da estreia da temporada, além de promover leituras encenadas de episódios da obra que não constam da adaptação teatral.
Proposta de encenação: Com direção musical de Fernanda Maia e direção de movimento e coreografias de Letícia Doreto, um coro costura musicalmente as narrativas e conduz o público pelo espaço cênico percorrendo os diferentes espaços onde ocorrerão as histórias. Uma abertura musical contextualiza a plateia com a história de Sheerazade, de onde se desdobram as outras narrativas.
O coro funciona como um personagem, que tem a função de permear as cenas individuais com outras texturas sonoras, ambientação musical e diferentes composições espaciais. Instrumentos musicais como o darbuka, de tradição árabe, remete o ouvinte rapidamente a essa cultura. Outros, como o pandeiro, promovem um elo entre a música do oriente médio e do Brasil tornando possível revelar as influências árabes na cultura brasileira.
Também a iluminação tem função cenográfica. Na medida em que as histórias estarão instaladas em diferentes espaços cênicos, a luz, tanto quanto a ambientação de cada espaço é um importante índice de remissão a um espaço-tempo mítico situado entre o fantástico e o maravilhoso, universo proposto pelas narrativas e fábulas originais e o contemporâneo expresso em elementos da condição feminina , que reverberam em diferentes culturas e diferentes momentos históricos.
Sobre As Meninas do Conto: Formado em 1995, o grupo As Meninas do Conto, vencedor de diversos prêmios, (APCA e FEMSA, entre outros), vem direcionando suas criações ao público infantil, sem perder de vista a presença do adulto, que acompanha a criança na ida ao teatro. O grupo vem aproximando a relação com o público adulto através de apresentações em Saraus, Maratonas e Rodas de Histórias.
Possui em seu repertório oito espetáculos. A Princesa Jia e Porque o Mar Tanto Chora (Prêmio APCA e Prêmio Pananco), ambos de 2002. Em 2004, estreou o espetáculo As Velhas Fiandeiras (Prêmio APCA e Prêmio Coca-Cola Femsa). Papagaio Real, produzido em parceria com o Teatro Alfa, estreou em 2005. Em 2008, com o espetáculo BUUUU!! A Casa do Bichão recebeu o Prêmio APCA de melhor espetáculo do ano. Em 2010, estreou Pedro Palerma e outras histórias, indicado em várias categorias para o Prêmio Coca-Cola. Em 2012, com o espetáculo Bruxas, Bruxas...e mais Bruxas recebeu o Prêmio APCA para todas as atrizes do elenco. E em maio 2016, estre o Caminho da Roça, eleito Melhor espetáculo Infantil (Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2016) e melhor espetáculo de Valorização da Cultura Popular (Prêmio APCA/2016).
Ficha Técnica:
Dramaturgia: Grupo As Meninas do Conto, em colaboração com Cassiano Sydow Quilici. Direção: Eric Nowinski. Atrizes: Danielle Barros, Helena Castro, Lilian de Lima, Lívia Salles, Norma Gabriel, Silvia Suzy e Simone Grande. Musicista: Carolina Bahiense. Direção de arte: Yumi Sakate. Direção Musical e Preparação Vocal: Fernanda Maia. Preparação Corporal, direção de Movimento e Coreografia: Letícia Doreto. Assistentes de direção de Arte e contrarregragem: Diego Dac e Saulo Santos (Ateliê Russo). Produção: Joice Portes. Administração: Regiane Moraes.
Serviço: MIL MULHERES E UMA NOITE
Estreia dia 7 de abril, sexta-feira, às 20h.
Temporada: de 7 a 22 de abril - Sextas-feiras às 20 h e sábados, às 19 h. Duração: 90 minutos.
Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 35 lugares.
Ingressos: Grátis (Retirada de ingressos a partir de 1 hora antes da apresentação).
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro (próximo a estação Tiradentes do metrô). Informações (11) 3221-4704.
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