Livro revela os segredos de um dos principais intelectuais do nazismo e relata a saga para encontrar seu diário, que ficou desaparecido por mais de seis décadas. Descoberto após o fim da Segunda Guerra, o diário de Alfred Rosenberg havia sumido misteriosamente depois dos julgamentos de Nuremberg
Em abril de 1945, semanas antes de a Segunda Guerra Mundial chegar oficialmente ao fim, soldados americanos entraram no Schloss Banz, um dos palácios alemães responsáveis por abrigar objetos saqueados e documentos, que começavam então a ser resgatados pelos Aliados. Lá, encontraram o diário pessoal de Alfred Rosenberg, figura do círculo íntimo de Hitler e um dos principais teóricos do nazismo. Após os julgamentos do Tribunal de Nuremberg, o caderno desapareceu e foi localizado somente em 2013.
Em “O diário do diabo”, o repórter David Kinney e o fundador da equipe de crimes contra a arte do FBI, Robert Wittman, relatam a busca pelo objeto, descortinando a rede de contatos que levaria ao paradeiro do diário. Uma das figuras centrais na história é o advogado alemão Robert Kempner, que no início da década de 30 tentou deter o avanço do nazismo, mas, por ser judeu, acabou fugindo para a Itália, para a França e, por fim, para os Estados Unidos. Com o fim da guerra, Kempner voltou para sua terra natal para trabalhar no Tribunal de Nuremberg e foi responsável pelo julgamento de vários homens que o haviam perseguido. O curioso é que ele tinha o hábito de levar documentos oficiais para casa e tinha ambições editoriais com eles.
Esclarecido o mistério sobre o sumiço do diário, os autores narram a trajetória de Alfred Rosenberg desde sua saída da Estônia para a Alemanha, até a construção das bases ideológicas para o projeto de extermínio dos judeus, definido pelo nazista como “solução final”. Rosenberg é autor do livro “O mito do século XX”, que vendeu mais de um milhão de exemplares na época de seu lançamento e foi considerada, junto com “Minha luta”, de Hitler, obra fundamental do nazismo.
Apesar de ter sido um dos principais intelectuais da doutrina nazista, a reputação de Rosenberg era controversa mesmo entre os próprios colegas de partido. Desprezado pelo ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, ele era considerado muito confuso por outros nazistas. Alguns afirmavam que ele tinha apenas uma boa memória, juntava uma impressionante quantidade de fatos isolados, mas sem conseguir integrá-los e desenvolver uma visão própria sobre os mesmos.
A dúvida, afinal, era se a proximidade entre Rosenberg e Hitler não fazia parte justamente de uma estratégia do füher, pela interpretação de que o incompreensível e o estapafúrdio provocam maior impacto nas massas: “Talvez Hitler não enxergasse isso. Ou talvez sim, e talvez percebesse, espertamente, que ele era justamente o tipo de sábio ideológico de que necessitava para o seu movimento”, escrevem os autores no livro.
“O diário do diabo” chega às livrarias no fim de março pela Editora Record
David Kinney escreve para inúmeras publicações, inclusive o New York Times, e já ganhou o Pulitzer.
Robert K. Wittman fundou a Equipe de Crimes contra a Arte do FBI e foi expert da agência para crimes de propriedades culturais. É autor do best-seller “ Infiltrado: a história real de um agente do FBI à caça de obras de arte roubadas” e presidente da Robert Wittman Inc., especializada em proteção e recuperação de obras de arte.
Livro: “O Diário do Diabo”
(The devil’s diary)
Robert K. Wittman & David Kinney
Tradução de Cristina Cavalcanti
462 páginas
Editora Record
(Grupo Editorial Record)
Em abril de 1945, semanas antes de a Segunda Guerra Mundial chegar oficialmente ao fim, soldados americanos entraram no Schloss Banz, um dos palácios alemães responsáveis por abrigar objetos saqueados e documentos, que começavam então a ser resgatados pelos Aliados. Lá, encontraram o diário pessoal de Alfred Rosenberg, figura do círculo íntimo de Hitler e um dos principais teóricos do nazismo. Após os julgamentos do Tribunal de Nuremberg, o caderno desapareceu e foi localizado somente em 2013.
Em “O diário do diabo”, o repórter David Kinney e o fundador da equipe de crimes contra a arte do FBI, Robert Wittman, relatam a busca pelo objeto, descortinando a rede de contatos que levaria ao paradeiro do diário. Uma das figuras centrais na história é o advogado alemão Robert Kempner, que no início da década de 30 tentou deter o avanço do nazismo, mas, por ser judeu, acabou fugindo para a Itália, para a França e, por fim, para os Estados Unidos. Com o fim da guerra, Kempner voltou para sua terra natal para trabalhar no Tribunal de Nuremberg e foi responsável pelo julgamento de vários homens que o haviam perseguido. O curioso é que ele tinha o hábito de levar documentos oficiais para casa e tinha ambições editoriais com eles.
Esclarecido o mistério sobre o sumiço do diário, os autores narram a trajetória de Alfred Rosenberg desde sua saída da Estônia para a Alemanha, até a construção das bases ideológicas para o projeto de extermínio dos judeus, definido pelo nazista como “solução final”. Rosenberg é autor do livro “O mito do século XX”, que vendeu mais de um milhão de exemplares na época de seu lançamento e foi considerada, junto com “Minha luta”, de Hitler, obra fundamental do nazismo.
Apesar de ter sido um dos principais intelectuais da doutrina nazista, a reputação de Rosenberg era controversa mesmo entre os próprios colegas de partido. Desprezado pelo ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, ele era considerado muito confuso por outros nazistas. Alguns afirmavam que ele tinha apenas uma boa memória, juntava uma impressionante quantidade de fatos isolados, mas sem conseguir integrá-los e desenvolver uma visão própria sobre os mesmos.
A dúvida, afinal, era se a proximidade entre Rosenberg e Hitler não fazia parte justamente de uma estratégia do füher, pela interpretação de que o incompreensível e o estapafúrdio provocam maior impacto nas massas: “Talvez Hitler não enxergasse isso. Ou talvez sim, e talvez percebesse, espertamente, que ele era justamente o tipo de sábio ideológico de que necessitava para o seu movimento”, escrevem os autores no livro.
“O diário do diabo” chega às livrarias no fim de março pela Editora Record
David Kinney escreve para inúmeras publicações, inclusive o New York Times, e já ganhou o Pulitzer.
Robert K. Wittman fundou a Equipe de Crimes contra a Arte do FBI e foi expert da agência para crimes de propriedades culturais. É autor do best-seller “ Infiltrado: a história real de um agente do FBI à caça de obras de arte roubadas” e presidente da Robert Wittman Inc., especializada em proteção e recuperação de obras de arte.
Livro: “O Diário do Diabo”
(The devil’s diary)
Robert K. Wittman & David Kinney
Tradução de Cristina Cavalcanti
462 páginas
Editora Record
(Grupo Editorial Record)
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