Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2017
"Até o último homem" não é mais um filme situado em uma determinada guerra entre americanos e outros povos. A produção dirigida por Mel Gibson vai além da clássica e linda história de um casal apaixonado que o patriotismo separa, assim como em "No amor e na guerra", de Richard Attenborough ou "Pearl Harbor", de Michael Bay. Não! O drama tem uma pitada da história de amor entre Dos e Dorothy, com a guerra como pano de fundo e focado no ideal do rapaz: "Não matarás!"
O longa que recebeu seis indicações ao Oscar 2017, apresenta a visão do primeiro Opositor Consciente, Desmond Doss, para a Segunda Guerra Mundial. Por conta da fé que professa, o jovem insiste em não pegar em uma arma e matar pessoas, embora queira ser médico do exército, ou seja, salvar vidas em um cenário repleto de mortes. Resultado: Doss é um soldado desarmado.
Não! O diferencial de "Até o último homem" não se restringe ao objetivo particular -e religioso- do protagonista, o qual é muito bem contextualizado no decorrer das 2 horas 19 minutos de filme. O marcante da trama é a sensibilidade de transpor para a telona o olhar daquele que está numa guerra em defesa de um propósito maior.
Assim como em "A Paixão de Cristo", Mel Gibson sabe ser impactante para agarrar a atenção do público enquanto consegue amenizar tamanho choque visual e sonoro. "Até o último homem" segue um morde e assopra com imagens impressionantes -por conta do realismo- e, por vezes, brandas, sem a necessidade de destacar -precisamente- a carnificina.
Em tempo, o longa faz jus ao Oscar de "Melhor Edição" e "Melhor Mixagem de Som". Logo, o arregalar dos olhos, ficar boquiaberto ou dizer "Nossa!" é algo corriqueiro. Infelizmente, pode-se afirmar que Andrew Garfield, indicado ao Oscar de "Melhor Ator", perdeu a estatueta de um grande trabalho.
O californiano é tão talentoso que conquista nas cenas iniciais. Não há como negar a atuação impecável e comovente daquele que um dia foi "O Espetacular Homem-Aranha". Ao dar vida ao Doss, Garfield emociona e transborda todo o desespero em salvar a vida dos outros, assim como a própria. Como não torcer por um jovem com cara de bobo, cheio de sonhos e de bom coração?
Há também Vince Vaughn tirando uma carta da manga. Sério e mandão, interpreta o Sargento Howell e consegue roubar algumas cenas. Outro destaque na produção é o inesquecível Hugo Weaving, na pele do pai do soldado sem arma: Tom Doss. Completamente diferente do Agente Smith, de "Matrix" e Elrond, da franquia "O Senhor do Anéis", em "Até o último homem", dá a vida a um pai ex-combatente de guerra que gosta de beber e bater em que aparece na frente. Sim! Mesmo em poucas cenas, Weaving impressiona sendo agressivo, seja para atacar ou defender. Enfim, "Até o último homem" é uma produção imperdível!
Filme: Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Estados Unidos)
Ano: 2016
Duração: 139 min
Direção: Mel Gibson
Produção: Terry Benedict, Paul Currie, Bruce Davey, William D. Johnson, Bill Mechanic, Brian Oliver, David Permut
Roteiro: Andrew Knight, Robert Schenkkan
Elenco: Andrew Garfield, Sam Worthington, Luke Bracey, Teresa Palmer, Hugo Weaving, Rachel Griffiths, Vince Vaughn
Música: Rupert Gregson-Williams
Cinematografia: Simon Duggan
Edição: John Gilbert
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm
Em março de 2017
"Até o último homem" não é mais um filme situado em uma determinada guerra entre americanos e outros povos. A produção dirigida por Mel Gibson vai além da clássica e linda história de um casal apaixonado que o patriotismo separa, assim como em "No amor e na guerra", de Richard Attenborough ou "Pearl Harbor", de Michael Bay. Não! O drama tem uma pitada da história de amor entre Dos e Dorothy, com a guerra como pano de fundo e focado no ideal do rapaz: "Não matarás!"
O longa que recebeu seis indicações ao Oscar 2017, apresenta a visão do primeiro Opositor Consciente, Desmond Doss, para a Segunda Guerra Mundial. Por conta da fé que professa, o jovem insiste em não pegar em uma arma e matar pessoas, embora queira ser médico do exército, ou seja, salvar vidas em um cenário repleto de mortes. Resultado: Doss é um soldado desarmado.
Não! O diferencial de "Até o último homem" não se restringe ao objetivo particular -e religioso- do protagonista, o qual é muito bem contextualizado no decorrer das 2 horas 19 minutos de filme. O marcante da trama é a sensibilidade de transpor para a telona o olhar daquele que está numa guerra em defesa de um propósito maior.
Assim como em "A Paixão de Cristo", Mel Gibson sabe ser impactante para agarrar a atenção do público enquanto consegue amenizar tamanho choque visual e sonoro. "Até o último homem" segue um morde e assopra com imagens impressionantes -por conta do realismo- e, por vezes, brandas, sem a necessidade de destacar -precisamente- a carnificina.
Em tempo, o longa faz jus ao Oscar de "Melhor Edição" e "Melhor Mixagem de Som". Logo, o arregalar dos olhos, ficar boquiaberto ou dizer "Nossa!" é algo corriqueiro. Infelizmente, pode-se afirmar que Andrew Garfield, indicado ao Oscar de "Melhor Ator", perdeu a estatueta de um grande trabalho.
O californiano é tão talentoso que conquista nas cenas iniciais. Não há como negar a atuação impecável e comovente daquele que um dia foi "O Espetacular Homem-Aranha". Ao dar vida ao Doss, Garfield emociona e transborda todo o desespero em salvar a vida dos outros, assim como a própria. Como não torcer por um jovem com cara de bobo, cheio de sonhos e de bom coração?
Há também Vince Vaughn tirando uma carta da manga. Sério e mandão, interpreta o Sargento Howell e consegue roubar algumas cenas. Outro destaque na produção é o inesquecível Hugo Weaving, na pele do pai do soldado sem arma: Tom Doss. Completamente diferente do Agente Smith, de "Matrix" e Elrond, da franquia "O Senhor do Anéis", em "Até o último homem", dá a vida a um pai ex-combatente de guerra que gosta de beber e bater em que aparece na frente. Sim! Mesmo em poucas cenas, Weaving impressiona sendo agressivo, seja para atacar ou defender. Enfim, "Até o último homem" é uma produção imperdível!
Filme: Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Estados Unidos)
Ano: 2016
Duração: 139 min
Direção: Mel Gibson
Produção: Terry Benedict, Paul Currie, Bruce Davey, William D. Johnson, Bill Mechanic, Brian Oliver, David Permut
Roteiro: Andrew Knight, Robert Schenkkan
Elenco: Andrew Garfield, Sam Worthington, Luke Bracey, Teresa Palmer, Hugo Weaving, Rachel Griffiths, Vince Vaughn
Música: Rupert Gregson-Williams
Cinematografia: Simon Duggan
Edição: John Gilbert
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm
Trailer do filme
Filme de guerra o que não gosto, mas eu até chorei vendo. Muito bom.
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