Por Helder Miranda
Em janeiro de 2017
“Morte Acidental de Um Anarquista” – que teve a última temporada abrigada com sucesso e lotação esgotada no Teatro Folha e reestreia nesta sexta-feira, 13 de janeiro, no Teatro Tuca – é sobre as máscaras sociais que colocamos durante o longo do percurso. O texto do italiano Dario Fo, Prêmio Nobel de Literatura, falecido em outubro do ano passado, ganha vida, e força, com as interpretações de Dan Stulbach, Henrique Stroeter, Riba Carlovich, Maíra Chasseraux, Marcelo Castro e Rodrigo Bella Dona, além da música ao vivo de Rodrigo Geribello, que é um personagem à parte e, direta ou indiretamente, está presente em todas as cenas.
Assistimos a última apresentação do ano passado no Teatro Folha, esse aconchegante reduto, e o que pudemos ver foi uma explosão de arte. Desde os atores à respiração do público, tudo conspira a favor da história real de um crime que aconteceu, com toques de ficção. Dan Stulbach é um homem que assume diversas personalidades e tipos, um prato cheio para que ele mostre, mais uma vez, que é, indiscutivelmente um bom ator.
Há, nesse espetáculo, a combinação entre talento, bom texto e crítica social salpicada de um humor que abraça. No palco e na plateia, personagens e espectadores que, em um certo momento, deixam de ser público para se tornarem parte da história que está sendo contada.
Cada olhar atento, cada pausa, cada gesto constrói uma espécie de atmosfera que pode ser vista, embora invisível, e poucas vezes vi isso dentro de um espetáculo – talvez até o próprio espaço do Teatro Folha, tão doce, tão aconchegante, tão lindo, tenha contribuído para isso. Dário Fo falou sobre a loucura nossa de cada dia. Dan Stulbach e elenco, por sua vez, brincam com a sanidade, de maneira em que tornam comum o que seria considerado loucura. O texto, os atores, o público, o privado e o espaço, naquele momento, conspiram a favor do teatro: a quarta parede foi quebrada.
História real
A comédia “Morte Acidental de Um Anarquista”, que já foi apresentada em duas temporadas de sucesso em horário alternativo, volta ao palco agora aos finais de semana. A montagem do texto de Dario Fo, prêmio Nobel de Literatura em 1997 e um dos dramaturgos mais importantes da atualidade.
O espetáculo é sobre um louco, cuja doença é interpretar pessoas reais, que é detido por falsa identidade. Na delegacia, se passa por um falso juiz na investigação do misterioso caso do anarquista. A polícia afirma que ele teria se jogado pela janela do quarto andar. A imprensa e a população acreditam que foi jogado. O que teria acontecido realmente? O louco vai enganando um a um, assumindo várias identidades e brincando com o que é ou não é real.
O autor Dario Fo partiu de um caso verídico, o “suicídio” de um anarquista em Milão em dezembro de 1969. Sua engenhosidade, sua capacidade de escrever diálogos cortantes, de criar tipos diversos dentro de uma mesma peça, representados por um mesmo ator, aliado a um profundo senso cômico, dão dimensão universal ao texto. É sua peça mais conhecida, montada no mundo inteiro. Recentemente em Londres, foi encenada com referências ao caso Jean Charles de Menezes.
26ª edição do Festival de Férias Até dia 29 de janeiro, o Teatro Folha realizará a 26ª edição do Festival de Férias. Considerando a qualidade e diversidade de estilos e linguagens, a programação tem sete peças para as crianças e, pela primeira vez, duas montagens destinadas ao público jovem (“O Alvo Parte 1 – Ser ou Não Ser o Centro das Atenções” e “O Alvo Parte 2 – Hateclub”).
Para o público a partir de 3 anos de idade, o Festival de Férias traz as peças “Os Saltimbancos”, a saga de quatro bichos que formam um grupo musical; “Pluft, o Fantasminha”, um clássico do teatro infantil brasileiro escrito por Maria Clara Machado; “João e Maria”, encenação da Cia. Le Plat du Jour; e “Branca de Neve”, com trilha sonora reunindo músicas dos Beatles. Também para esta faixa etária haverá a montagem “Os Três Porquinhos”, com direção de Pitty Webo, que fará a estreia no festival e continuará em cartaz até o final de março.
O Festival de Férias também terá duas montagens para crianças na faixa etária a partir de 6 anos de idade: “Watchatchá, Um Viagem Pela Ciência”, produção da Mad Science; e “O Imprevisível Circo da Lua”, um freak show da Cia Paraladosanjos que faz uma homenagem aos primeiros circos da Terra. O Teatro Folha fica no Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 - Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323.
Sobre o crítico
Helder Miranda é editor do portal Resenhando há 12 anos. É formado em Comunicação Social - Jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos -Universidade Católica de Santos, e pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela USP. Atuou como repórter em vários veículos de comunicação. Lançou, aos 17 anos, o livro independente de poemas "Fuga", que teve duas tiragens esgotadas.
Em janeiro de 2017
“Morte Acidental de Um Anarquista” – que teve a última temporada abrigada com sucesso e lotação esgotada no Teatro Folha e reestreia nesta sexta-feira, 13 de janeiro, no Teatro Tuca – é sobre as máscaras sociais que colocamos durante o longo do percurso. O texto do italiano Dario Fo, Prêmio Nobel de Literatura, falecido em outubro do ano passado, ganha vida, e força, com as interpretações de Dan Stulbach, Henrique Stroeter, Riba Carlovich, Maíra Chasseraux, Marcelo Castro e Rodrigo Bella Dona, além da música ao vivo de Rodrigo Geribello, que é um personagem à parte e, direta ou indiretamente, está presente em todas as cenas.
Assistimos a última apresentação do ano passado no Teatro Folha, esse aconchegante reduto, e o que pudemos ver foi uma explosão de arte. Desde os atores à respiração do público, tudo conspira a favor da história real de um crime que aconteceu, com toques de ficção. Dan Stulbach é um homem que assume diversas personalidades e tipos, um prato cheio para que ele mostre, mais uma vez, que é, indiscutivelmente um bom ator.
Há, nesse espetáculo, a combinação entre talento, bom texto e crítica social salpicada de um humor que abraça. No palco e na plateia, personagens e espectadores que, em um certo momento, deixam de ser público para se tornarem parte da história que está sendo contada.
Cada olhar atento, cada pausa, cada gesto constrói uma espécie de atmosfera que pode ser vista, embora invisível, e poucas vezes vi isso dentro de um espetáculo – talvez até o próprio espaço do Teatro Folha, tão doce, tão aconchegante, tão lindo, tenha contribuído para isso. Dário Fo falou sobre a loucura nossa de cada dia. Dan Stulbach e elenco, por sua vez, brincam com a sanidade, de maneira em que tornam comum o que seria considerado loucura. O texto, os atores, o público, o privado e o espaço, naquele momento, conspiram a favor do teatro: a quarta parede foi quebrada.
História real
A comédia “Morte Acidental de Um Anarquista”, que já foi apresentada em duas temporadas de sucesso em horário alternativo, volta ao palco agora aos finais de semana. A montagem do texto de Dario Fo, prêmio Nobel de Literatura em 1997 e um dos dramaturgos mais importantes da atualidade.
O espetáculo é sobre um louco, cuja doença é interpretar pessoas reais, que é detido por falsa identidade. Na delegacia, se passa por um falso juiz na investigação do misterioso caso do anarquista. A polícia afirma que ele teria se jogado pela janela do quarto andar. A imprensa e a população acreditam que foi jogado. O que teria acontecido realmente? O louco vai enganando um a um, assumindo várias identidades e brincando com o que é ou não é real.
O autor Dario Fo partiu de um caso verídico, o “suicídio” de um anarquista em Milão em dezembro de 1969. Sua engenhosidade, sua capacidade de escrever diálogos cortantes, de criar tipos diversos dentro de uma mesma peça, representados por um mesmo ator, aliado a um profundo senso cômico, dão dimensão universal ao texto. É sua peça mais conhecida, montada no mundo inteiro. Recentemente em Londres, foi encenada com referências ao caso Jean Charles de Menezes.
26ª edição do Festival de Férias Até dia 29 de janeiro, o Teatro Folha realizará a 26ª edição do Festival de Férias. Considerando a qualidade e diversidade de estilos e linguagens, a programação tem sete peças para as crianças e, pela primeira vez, duas montagens destinadas ao público jovem (“O Alvo Parte 1 – Ser ou Não Ser o Centro das Atenções” e “O Alvo Parte 2 – Hateclub”).
Para o público a partir de 3 anos de idade, o Festival de Férias traz as peças “Os Saltimbancos”, a saga de quatro bichos que formam um grupo musical; “Pluft, o Fantasminha”, um clássico do teatro infantil brasileiro escrito por Maria Clara Machado; “João e Maria”, encenação da Cia. Le Plat du Jour; e “Branca de Neve”, com trilha sonora reunindo músicas dos Beatles. Também para esta faixa etária haverá a montagem “Os Três Porquinhos”, com direção de Pitty Webo, que fará a estreia no festival e continuará em cartaz até o final de março.
O Festival de Férias também terá duas montagens para crianças na faixa etária a partir de 6 anos de idade: “Watchatchá, Um Viagem Pela Ciência”, produção da Mad Science; e “O Imprevisível Circo da Lua”, um freak show da Cia Paraladosanjos que faz uma homenagem aos primeiros circos da Terra. O Teatro Folha fica no Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 - Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323.
Sobre o crítico
Helder Miranda é editor do portal Resenhando há 12 anos. É formado em Comunicação Social - Jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos -Universidade Católica de Santos, e pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela USP. Atuou como repórter em vários veículos de comunicação. Lançou, aos 17 anos, o livro independente de poemas "Fuga", que teve duas tiragens esgotadas.
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