.: Gringo Star: reciclando sonoridades dos anos 60/70

Por Luiz Gomes Otero
Em setembro de 2016

Ouvindo o novo disco da banda Gringo Star, o "The Sides and In Between", quase levei um susto. Por um momento pensei estar ouvindo um disco de alguma banda dos anos 60, tamanha a identificação deles com essa época.

O grupo foi formado em 2007 nos Estados Unidos. E segue a linha do indie rock. A formação atual conta com os irmãos Peter e Nicholas Furgiuele, além de Jonathan Bragg e Josh Longino que completam o time.

Apesar de serem americanos, é incrível a identificação deles com o som dos britânicos Kinks, que fizeram história no rock nos anos 60. Seja no timbre de voz do vocalista, seja nos arranjos objetivos e diretos, as coincidências são tantas que fica até difícil enumerá-las aqui.

Claro que os Kinks não são a única referência, embora elas fiquem mais a mostra em faixas como "Knee Deep", "Rotten" (a minha preferida desde a primeira audição) e "Magic". Mas há também ecos de bandas dos anos 70, como T-Rex, por exemplo. O ótimo hit "Get Closer" é um exemplo disso, assim como a quase folk music de "Heading South".

Não há muitos solos de guitarra em "The Sides ans In Between". Os que são executados apenas adornam as melodias ou fazem uma colcha de retalhos sonoros para as canções, que são breves e objetivas, não passando muito dos três minutos, na maioria das vezes.

Falando assim parece até que o Gringo Star não sabe fazer nada de original. Não se trata disso. Eles apenas reciclam, de forma positiva, o que ouviram. Não se trata de apenas repetir algo velho, mas sim, trazer de novo, de uma forma diferente, algo que ainda vale a pena (e muito) ser ouvido.

Sobre o autor
Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Recentemente, criou a página Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.

"Rotten"

"Get Closer"

"Magic"

Categorias: Luiz Otero, Música