Quem se lembra das Olimpíadas de Londres, em 2012, tem na memória, a lembrança da judoca, Rafaela Silva, perdendo para a húngara Hedvig Karakas, e a repercussão dessa luta nas redes sociais.
Hoje, em 2016, após trazer para o Brasil sua primeira medalha de ouro olímpica, nas Olimpíadas do Rio, seu nome estampa os principais jornais nacionais e internacionais, como o orgulho nacional brasileiro. Sua história precisou esperar quatro anos para ser realmente ouvida, e Rafaela Silva se tornou um dos maiores exemplos de superação na vida e no esporte.
Após sofrer forte bullying, preconceito racial e escutar ofensas crueis, por conta da desclassificação em 2012, a judoca quase pensou em desistir do judô e abandonar a carreira. Original do Rio de Janeiro, da comunidade da Cidade de Deus - apenas 8km do Parque Olímpico - a judoca de 24 anos passou por um extenso e árduo trabalho, para recuperar a autoestima. “O coaching realiza um trabalho, que faz o atleta conseguir aproveitar os seus melhores potenciais, para que seus talentos possam vir a tona em um momento de dificuldade. E foi exatamente o que ela conquistou. O papel da Nell Salgado com a Rafaela foi incrível”, diz o professor do Instituto Japonês de Coaching, e psicólogo desportivo, João Alexandre Borba.
Segundo o especialista, no coaching, é muito trabalhado a estruturação dos pontos fortes do atleta para fazer com que ele possa se preparar para se superar e alcançar seu estado de maestria, para competir num nível alto de excelência. “Você se torna grande quando experimenta a vitória, e é preciso preparo, pois esta é algo que traz muito medo. Ser grande pode assustar. A Rafaela perdeu para a Hedvig Karakas em Londres, e agora passou por ela, novamente, para ganhar o ouro. Imagina uma atleta, que passou por várias dificuldades, sofreu todos os tipos de preconceito, chegar ao ponto de receber uma medalha de ouro olímpico para o país dela. Essa vitória é muito grande, então, ela tem que ter um grau de superação descomunal para saber recebê-la”, comenta. “E as pessoas não fazem ideia do quanto. Esse treino, essa concentração, a maneira que ela estava focada na competição, os golpes que ela aplicou... Tudo isso aconteceu porque ela foi treinada. Não só a nível técnico e esportivo, mas também a nível emocional, para poder chegar em quadra e apresentar o seu melhor”, completa o psicólogo.
Uma das técnicas utilizadas por Borba, em atletas, é a visualização mental. Associada à hipnose, faz com o que o atleta se visualize na competição e traga para a superfície, todos os seus medos e angústias. A partir dessa conscientização, o competidor, vai se percebendo e se trabalhando para poder libertar mais seus potenciais e conseguir dar o seu melhor na hora da competição.
“Disseram para a Rafaela que o judô não era para ela, que ela era uma vergonha para sua família. Olha o quanto essa atleta teve que se superar e se vencer internamente para poder ter trazido essa medalha! Isso que é belo em uma vitória. Foi uma autosuperação muito maior do que o trabalho que ela teve tecnicamente como judoca. O treino que ela teve que desenvolver internamente foi muito maior. Eu costumo definir o coaching, pelo o que eu vejo todos os dias como profissional, como nada mais do que a arte de avançar. A Rafaela é uma heroína. Ela trouxe uma medalha de ouro para casa porque ela aprendeu a se autotreinar para se trabalhar e descobrir a melhor maneira de avançar”, conclui o especialista.
Não há dúvidas, que a superação é um dos itens fundamentais para a vitória. E segundo João Alexandre, para ser um vitorioso, é necessário estar em constante superação. Quem se mantém igual, no mesmo padrão, acaba por impedir as suas maiores transformações. É preciso ousar para ser diferente, assim como fez com maestria a nossa Rafaela.
sábado, 13 de agosto de 2016
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