"Canto para Rinocerontes e Homens" busca, antes de tudo, refletir coletivamente sobre a forma como o homem tem dirigido seus atos na história e quais escolhas tem tomado dentro da construção da sociedade. Quando escreveu "O Rinoceronte", em 1960, Ionesco discutia a massificação, os governos e os pensamentos totalitários. Hoje, a interpretação da Cia. Teatro do Osso se refere à violência urbana, a miséria, o trânsito, a exploração do trabalho, o culto da beleza, a falta de tempo que consome a alma e a educação das crianças.
Para dar vida à obra, Tarifa criou um espetáculo musical, que também dialoga com as artes plásticas e a dança, pois a história é cantada, em coro e com composições inéditas, e contada por sete atores: Gabriela Gonçalves, Guilherme Carrasco, João Victor Toledo, Luísa Valente, Renan Ferreira, Rubens Alexandre e Viviane Almeida. É uma mistura de depoimentos pessoais dos artistas e trechos do texto original, levando, em alguns momentos, o público a refletir e a dialogar a respeito do quanto de humanidade ainda temos dentro de nós.
Eles são acompanhados pelos músicos Bruno Pfefferkorn e Felipe Astolfi, que assumem piano e percussão. Nesta peça, a música foi construída para assumir a condição de elemento condutor da dramaturgia e para ser um dos componentes preponderantes na encenação. Nesse sentido, não só ela, mas todo o som do espetáculo foi concebido para atuar como dado significativo, influente no contexto.
A montagem é dividida em prólogo, primeiro, segundo, terceiro e quarto atos, além do epílogo. Essa nova dramaturgia construída pelo grupo visa não só abranger os temas trazidos pelo autor, como também atualizar o texto para questões vividas pelo homem contemporâneo: “as pessoas estão sempre a ponto de explodir como uma verdadeira bomba”, comenta o diretor.
Nos atos é contada a história da obra "O Rinoceronte", que narra a absurda transformação da população de uma cidade inteira em rinocerontes, com exceção apenas de um homem, Bérenger. Enquanto os rinocerontes destroem tudo do lado de fora, esse homem reflete num intenso monólogo final, num discurso anti-heroico, sua condição humana, sua vida e os motivos que não o fizeram se tornar uma fera. Fera brutalizada e massificada, descrita por Ionesco em uma dramaturgia crua e radical contra a violência e em defesa da liberdade.
Crédito das fotos: Cacá Bernardes
Serviço:
"Canto para Rinocerontes e Homens"
De 15 a 17 de julho (de sexta-feira a domingo)
Sexta-feira e sábado, às 20h. Domingo, às 19h.
Piso -2
Duração: 180 minutos (com intervalo)
70 vagas
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: duas horas antes do espetáculo
Público não preferencial: uma hora antes do espetáculo
Classificação Indicativa: 14 anos
Interpretação em Libras
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho
R$ 10 pelo período de 12 horas.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
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