Como mulheres e artistas, elas têm em sua linguagem uma forma singular ao abordar questões complexas da natureza feminina, relacionadas a gênero, identidade, abuso social entre outras, proporcionando uma visão da manifestação sensível de suas narrativas poéticas e visuais contemporâneas.
“O olhar artístico feminino abriu portas e janelas para dar espaço a uma forma singularizada de ver o mundo, de estar nele, de poder manifestar-se nele, de explorar ‘o como’ é ser afetado por ele”, diz a curadora.
Na seleção, que reúne fotografias, vídeos e desenhos, encontramos “potência, significado e voz que criam um mapeamento pelo qual, metaforicamente, compreendemos um silêncio que emudece, que faz calar, que arrepia e grita”, completa Tucci. A coordenação do projeto é de Gisa Picosque e a produção, de Ludmila Picosque, ambas da Touché Cultural.
Além da exposição, haverá também um curso para professores no dia 16 de agosto, das 14h às 17h, ministrado por Gisa Picosque – pesquisadora independente e gestora cultural. Coordenadora do projeto "Silêncio(s) do Feminino".
Coordenou diversos programas educativos, entre eles, na 25ª Bienal de São Paulo e 4ª Bienal do Mercosul. Autora de obras textuais sobre ensino de arte e mediação cultural. É sócia Diretora da Touché Cultural. Serão oferecidas 30 vagas e as inscrições devem ser feitas através do e-mail projetos@touchecultural.com.br.
Ementa do curso: Como as artistas presentes na exposição podem nos ajudar a lidar com a gravidade de abusos exercidos sobre o feminino?
Como fazer a leitura das imagens de arte na sala de aula a fim de provocar a discussão sobre gênero? Qual a relação entre arte contemporânea e as questões urgentes da vida atual?
Essas perguntas serão norteadoras da proposta do curso que, a partir do discurso expositivo, propõe pensar sobre a “força constrangedora” da arte contemporânea para a interpretação de diferentes realidades sociais e culturais.
Obras e artistas
Cris Bierrenbach – Fired (2013)
A série fotográfica “Fired” (2013) traz autorretratos da artista, que surge vestida com uniformes de diferentes ocupações, como comissária de bordo, policial militar e empregada doméstica. Além de trazer à tona temas como a mulher “bem sucedida” na sociedade, as imagens discutem a individualidade, já que, usando uniformes, é como se todos estivessem padronizados e identificados a um código de conduta vigente. Fotógrafa e artista plástica, desenvolve um trabalho artístico que inclui vídeo, performance, instalação e pesquisa sobre técnicas de impressão fotográfica do século XIX, com ênfase na produção de daguerreótipos.
Lia Chaia – Glam (2010)Trabalha com diferentes suportes, transitando pela fotografia, vídeo, performance, instalação e intervenções urbanas. Em 2009, recebeu a bolsa residência Currents- Art & Music em Beijing, China, em 2005, a Bolsa Iberê Camargo e Sala de Arte Publico Siqueiros para a Cidade do México.
Beth Moyses – Ex-purgo (2011)
Dedica grande parte de sua produção artística a performances onde é propositora, protagonista, diretora e autora ao mesmo tempo. Sua extensa produção de vídeos comumente apresenta grupos de mulheres, mas em “Ex-purgo” (2011), temos como elementos a mão da artista, uma colmeia fazendo às vezes de uma “ferida organizada” pela qual não escorre sangue, mas sim mel, além de abelhas com seus zumbidos. A artista costuma comparar sua performance com as mulheres, a um coletivo de abelhas – uma sociedade em que todas trabalham juntas, cooperam entre si, dividem as atividades e são solidárias uma com as outras.
Rosana Paulino – “Assentamentos – Adão e Eva no paraíso brasileiro” (2014)
Os trabalhos de Rosana Paulino têm como foco a posição do negro, principalmente, da mulher negra na sociedade brasileira. Na série “Assentamentos – Adão e Eva no Paraíso Brasileiro” (2014), desenhos em técnica mista sobre papel azul foram originados a partir de retratos de pessoas de procedência africana, desconhecidos e desconhecidas, sugerindo a criação da civilização brasileira a partir de um casal de negros escravizados.
Marcela Tiboni - “Estudo para desenho de corpo I” (2006)Tem uma vasta produção de obras onde enfatiza o próprio corpo como suporte, referenciando a história da arte e da pintura. Nas três fotografias de “Estudo para desenho de corpo I” (2006), produzidas no início de sua carreira, a artista registra seu corpo de mulher robusta marcado por traços que são base de um desenho pré-pintura. Seu corpo serve como suporte para a obra existir.
A curadora
Sandra Tucci - Artista plástica, curadora, professora, participou de exposições coletivas e individuais em âmbito nacional e internacional. Coordenadora do curso de Pós Graduação Curadoria em Arte, Senac-SP e docente dos cursos de Pós Graduação em Gestão Cultural, Fotografia como arte contemporânea, Fotografia Aplicada e Design. Mestre em Comunicação e Artes pela USP/ECA (2003). Colaboradora do Cultura e Mercado SP – onde ministra o curso Práticas em Curadoria desde 2014. É curadora da galeria Senac Lapa Scipião onde organizou as mostras: Fotografa Bia Gayotto em 2015; Ilustradores da galeria Ornitorrinco e do Grupo Sciarts “metacampo” em 2014, “Linguagem e Violência: Beth Moyses” em 2012 entre outras.
Serviço
Exposição "Silêncio(s) do Feminino"
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro - Galeria 2
Endereço: avenida Almirante Barroso, 25 - Centro - Tel: (21) 3980-3815
Abertura: dia 5 de julho
Visita com curadora: dias 5 de julho às 11h e 16 de agosto às 19h
Horário de visitação: de terça a domingo - das 10 às 21h
Temporada: de 5 de julho até 21 de agosto de 2016
Atividades extras
Curso para professor dia 16 de agosto, das 14 às 17h
Inscrições: projetos@touchecultural.com.br
Mesa redonda com as artistas: dia 17 de agosto, das 14h às 17h - Conversa com a curadoria e as artistas abordando questões sobre a exposição e o processo de criação das obras.
Classificação indicativa: livre
Entrada franca
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.