Brasil, 1963. O país vivia um período turbulento, com o governo em crise, o Congresso em chamas, denúncias de corrupção na imprensa e um golpe a caminho. Neste país dividido, um brasileiro anônimo, Antonio Trindade, entusiasmado com as propostas de reformas do presidente João Goulart, sai de Minas Gerais com mulher Nancy Emediato e três filhos para tentar realizar em Brasília, cidade ainda em construção, o maior sonho de sua vida: achar o paraíso na terra.
A história, real e baseada em livro autobiográfico de Luiz Fernando Emediato, é contada em off por Nando, o filho de Antonio, que tinha então 12 anos. Sua mãe, Nancy, que sofria com as ausências do marido, um aventureiro que vivia viajando por garimpos, encontra em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, uma certa estabilidade, apesar da pobreza, e sonha – assim como o marido – com um futuro melhor. Ali eles convivem com Jorjão, um sindicalista, padre Alberto (inspirado em Frei Betto), Marina, que alfabetiza adultos pelo método de Paulo Freire, Ricardo, um soldado golpista que namorada Sueli, também filha de Antonio e a professora Iolanda, que vê em Nando um futuro escritor e estimula suas leituras.
Enquanto transcorre a trama que vai levar ao golpe, Nando se apaixona por Iara, filha da professora. É Nando quem apresenta os personagens e vai narrando a história com um misto de admiração, amor, dor, orgulho e tristeza, num crescendo que culmina com o golpe militar e a destruição dos sonhos de Antonio. Mas o que parecia ser uma tragédia continua com uma nostálgica e amarga, mas também esperançosa conclusão sobre o sentido da vida.
Ganhador do prêmio do júri popular em Gramado, o filme estreia em junho e abordará utopias, amor adolescente, política e golpe em um país dividido.
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