O ator conta como começou sua carreira, o sucesso do "Porta dos Fundos" no YouTube, do qual é um dos fundadores, além dos processos jurídicos sofridos pelo canal devido principalmente ao que considera fanatismo religioso. Ele também comenta seus projetos que estão para estrear. Além da entrevista com Duvivier, a publicação apresenta uma reportagem especial sobre arquitetura e design.
Duvivier é um ator que vem de uma família de veia artística. Seus pais eram músicos e incentivaram-no, aos nove anos de idade, a fazer aulas de teatro na escola Tablado, no Rio de Janeiro. Foi lá que viu sua carreira crescer. Seu primeiro trabalho de sucesso foi a peça teatral “Z.É. Zenas Emprovisadas” no ano de 2003, composta por esquetes de improvisação junto de nomes como Fernando Caruso, Marcelo Adnet e Rafael Queiroga. “Foi muito marcante para nós todos, mudou a nossa vida. Foi quando tivemos visibilidade. Passei a ver que dava para viver de teatro, sabe? Deixou de ser um sonho distante e passou a ser uma profissão, uma fonte de renda, um sustento”, relata Duvivier.
O maior destaque da carreira do ator é sem dúvida o "Porta dos Fundos", fundado em 2012 por Duvivier com Fábio Porchat, Antonio Pedro Tabet, Ian SBF e João Vicente de Castro. Em menos de três anos o canal chegou à marca de 1,6 milhão de visualizações e, atualmente, tem mais de 11,5 milhões de expectadores inscritos, o maior número do YouTube já registrado no Brasil.
Quando questionado sobre os processos judiciais sofridos pelo conteúdo divulgado pelo "Porta dos Fundos" na internet, Duvivier opina: “A gente lida, no 'Porta', com fanatismo religioso. Pessoas que são fanáticas têm um sagrado delas e não gostam que se brinque com esse sagrado. Essas pessoas eu não respeito o direito à indignação, porque o que é sagrado para ela não é necessariamente sagrado para o outro. Foram arquivadas as denúncias porque, embora exista uma lei de intolerância religiosa, temos uma jurisprudência aí que é a da liberdade de expressão”.
Gregorio está em cartaz com a peça teatral “Portátil”, da marca "Porta dos Fundos", que teve sua passagem por São Paulo até abril deste ano e que em julho terá sua temporada no Rio de Janeiro. “É uma improvisação sobre a história de vida de uma pessoa da plateia. A primeira pergunta que os atores fazem para a pessoa é como os pais dela se conheceram”, afirma. O ator ainda destaca: “A gente pensou 'o que as pessoas têm em comum, o que todo mundo tem em comum?'. Eu acho que é o fato de ser filho de alguém. Todo mundo é filho. É um bom ponto de partida pra gente começar a contar a história de alguém”.
Além do espetáculo, Duvivier estreia no dia 30 de junho o longa “Contrato Vitalício”. “É uma história de amizade entre dois personagens, o meu, um diretor de cinema insano, e o do Fábio (Porchat), um ator. A gente um dia decide fazer um contrato vitalício de que sempre trabalharemos juntos. Esse contrato se revela uma péssima ideia porque meu personagem é completamente enlouquecido. A história é dessa roubada que o Fábio se mete por causa de um contrato com um melhor amigo”, conta o humorista.
Quando o assunto é sobre as drogas, ele enfatiza: “Sou a favor da regulamentação de todas as drogas. Significa que elas têm que ser reguladas por um órgão. Tudo é regulado, só as drogas que não são. Proibir não evita que as pessoas as consumam”. O ator acredita que as drogas são liberadas da pior maneira possível, pois qualquer um consegue ter acesso a elas e, com isso, a situação torna-se um grande problema.
Ao citar que tipo de ator Gregorio é, ele explica se achar engraçado. “Acho que eu sou mais um palhaço mesmo. No sentido em que o palhaço não é um ator camaleônico, ele é um ator que explora ao máximo o próprio ridículo. Ao invés de se vestir com máscaras e acessórios, ele se despe das máscaras sociais e mostra sua alma da forma mais ridícula, mais engraçada”, conta o ator. A graça, para Duvivier, vem da tristeza, de outro lugar que não seja a ficção, pois ele acredita que os acontecimentos mais hilários vêm de acontecimentos verdadeiros do dia a dia.
Na entrevista ele também externa seus sentimentos e fala o que pensa da vida, sendo autêntico ao refletir, como escreveu em uma de suas colunas para a Folha de S.Paulo: “Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito empenhado em provar que a pessoa que faz alguma coisa está errada – melhor seria se usasse essa energia para tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha”.
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