Muito já se falou sobre o quanto David Bowie revolucionou a música, a arte, o comportamento e a moda desde que seu primeiro sucesso, “Space Oddity”, veio ao mundo.
Os espectadores se acostumaram a vê-lo em diferentes personas, fosse Ziggy Stardust, Thin White Duke ou Alladin Sane. Mas sua vida pessoal não costumava ganhar tantos flashes. Isso ficou muito claro em janeiro de 2016, quando Bowie morreu, aos 69 anos, três dias depois de lançar seu último álbum, surpreendendo os fãs que não tinham ideia do câncer contra o qual o artista lutava há mais de um ano.
Em “Bowie”, biografia que a editora BestSeller lança em maio, a jornalista e escritora Wendy Leigh se dedica a revelar o homem por trás dos personagens. Tendo como base um imenso trabalho de pesquisa e dezenas de entrevistas com amigos, parceiros musicais, ex-namoradas, ex-amantes e fãs, ela conta os bastidores da vida de Bowie, desde a infância em Brixton, no sul de Londres, até o lançamento de “Blackstar”, seu derradeiro disco.
O texto revela a complicada relação com a mãe do artista, o apoio que ele recebeu do pai para lançar-se na carreira artística, a vida sexual intensa e o talento para quebrar tabus, além do problema com as drogas e o casamento com Iman, sua mulher por 24 anos.
A obra mostra a jornada de Bowie para tornar-se um dos artistas mais icônicos dos séculos 20 e 21, e ainda fornece detalhes de sua personalidade: da enorme criatividade à também gigantesca ambição, da rebeldia a seu lado mais doce. O livro tem capa com tratamento metalizado e traz um encarte com fotos de diversos momentos da vida de Bowie: com a família, amigos, a primeira esposa, Angie, e alguns de seus icônicos figurinos. A tradução é de Joana Faro.
Trecho:
“Desempenhar o papel de John Merrick, um homem nascido com uma trágica deformidade facial, foi um triunfo para David. Mas, ao mesmo tempo, a decisão de fazer um desajustado em sua estreia na Broadway dizia um pouco sobre David Bowie, o homem. Único filho que seus pais tiveram juntos, David nasceu canhoto, o que na Inglaterra dos anos 1950 era considerado uma desgraça, uma aberração que tinha de ser corrigida a todo custo. ‘Na escola, eu me lembro muito bem das crianças rindo de mim porque eu desenhava e escrevia com a mão esquerda’, contou David.
Seus colegas de escola gritavam que ele era ‘o diabo’, simplesmente porque escrevia com a mão esquerda. Pior ainda, ‘a professora tinha o costume de bater na minha mão para tentar me tornar destro’, disse ele.
A professora fez tudo o que pode, mas apesar de suas frequentes tentativas de forçar David a usar a mão direita em vez da esquerda, ele resistiu instintivamente e continuou canhoto. Mesmo assim, a batalha deixou cicatrizes e também serviu para endurecer seu espírito. Muitos anos depois, ele disse: ‘Aquilo me isolou imediatamente. Eu não me sentia igual aos outros por causa daquilo... Então acho que talvez tenha sido um daqueles avisos de como eu ia avaliar minha jornada pela vida: tudo bem, eu não sou igual a vocês, seus filhos da puta, então serei melhor que vocês.’”
Sobre a autora
Wendy Leigh já escreveu 16 livros, entre eles “Prince Charming: The John F. Kennedy Jr. Story” e “The Secret Letters of Marilyn Monroe & Jacqueline Kennedy”. Além de David Bowie, ela também assinou as biografias de Patrick Swayze e Arnold Schwarzenegger.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
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