segunda-feira, 14 de março de 2016

.: "Hausfrau", best-seller mistura Anna Karenina e Madame Bovary

Um dos livros mais aclamados de 2015, "Hausfrau", lançado no Brasil pela editora "Casa da Palavra", é uma história sobre casamento, fidelidade, moralidade e escolhas. 

Como um encontro entre Anna Karenina e Madame Bovary transposto ao mundo contemporâneo, o romance de estreia de Jill Alexander Essbaum apresenta outra Anna, mas que, assim como a personagem de Tolstói, rompe com sua rotina doméstica ("hausfrau", em alemão, significa tanto “mulher casada” quanto “dona de casa”) e embarca em uma jornada sexual marcada pela autodescoberta - mas também pela tragédia.

Anna Benz é uma americana de 30 e tantos anos que mora em um subúrbio de cartão-postal em Zurique. Embora tenha uma vida confortável e tranquila, por dentro ela está desmoronando. Sem rumo e cada vez mais incapaz de se conectar com o marido Bruno, emocionalmente indisponível, e até mesmo com seus próprios pensamentos e sentimentos, Anna tenta dar significado a sua existência com novas experiências: aulas de alemão, análise junguiana e uma série de casos sexuais - que têm início com uma facilidade surpreendente. Abandoná-los, no entanto, não é tão simples, levando-a a uma rotina de tensões e mentiras que a fazer perder o controle da própria vida.

A protagonista de "Hausfrau" é uma mulher que - entre desejo e amor, culpa e prazer, desculpas e necessidades - atravessa um limiar moral e percebe que não há mais como voltar atrás. Construído com estilo e beleza, o texto preciso e hipnótico de Jill Alexander Essbaum deixa claras as origens da autora na poesia ao mesmo tempo que anuncia a chegada de uma grande romancista. Conforme publicou o jornal San Francisco Chronicle, “estamos em um território literário tão familiar quanto o nome Anna, mas Essbaum o torna fresco com uma prosa afiada e conhecimentos psicológicos”.

Sobre a autora
Jill Alexander Essbaum já teve seus poemas publicados em jornais, revistas religiosas, revistas online e publicações eróticas.  É obcecada por Nick Cave & The Bad Seeds, seus cinco gatos, trocadilhos, sexo, Deus e palavras. Atualmente leciona na pós-graduação de Redação Criativa na UCR Palm Desert.
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Um comentário:

  1. Li o livro e achei muito interessante a forma como percebemos um imenso vazio na personagem. Vazio existêncial e sentimental.
    Em certos momentos sentimos até raiva de Anna por sua passividade, mas depois de a conhecer melhor, essa personagem se torna cada vez mais próxima de muitas de nós.

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