O programa traz depoimentos de Vida Alves, Rolando Boldrin, Claudio Fontana e Antunes Filho
A atriz Laura Cardoso é a próxima convidada do Persona em Foco, programa da TV Cultura que vai ao ar na terça-feira, dia 9 de fevereiro, às 23h30, com apresentação de Atílio Bari e roteiro de Analy Alvarez, coordenadora de dramaturgia da TV Cultura.
Na atração, que tem como entrevistadores o produtor Mauro Giafrancesco e o ator Zécarlos Andrade, Laura Cardoso, aos 88 anos, conta passagens de seus 70 anos de carreira. Dos cerca de 123 trabalhos realizados, muitos marcaram a história do teatro moderno brasileiro, da televisão e do cinema.
Laura conta que na infância subia em um caixote e declamava para sua avô. E aos 16 anos, contra a vontade de seus pais, fez um teste para atriz de radionovelas na Rádio Cosmos, hoje Rádio América, e foi contratada. Mas o nome de batismo, Laurinda de Jesus Cardoso, não foi aprovado. Assim nasceu Laura Cardoso, como é conhecida até hoje.
A sua paixão pela arte de representar é imensa, tanto que inúmeras vezes deixou de receber cachê. “Durante a semana eu fazia radionovelas e aos sábados e domingos apresentava peças curtas em circos. O circo era tão pobrezinho que eu não tinha coragem de receber a bilheteria. O importante era estar em cena”.
Relembra que trabalhou na Rádio Tupi, Rádio Cultura e passou também pela Rádio Difusora, onde conheceu o ator Fernando Balleroni, com quem se casou e teve duas filhas: Fátima e Fernanda. “A minha vida com Balleroni foi muito boa. Eu não digo que durante o caminho ele não tenha olhado para outra mulher. E que eu não tenha olhado para outro. É da vida. E é muito bom. No final as duas pessoas solidificam a amizade e o companheirismo. A caminhada é longa e durante a caminhada você olha para um lado e para outro. Mas tudo bem. “
Ela também conta da sua trajetória no teatro e no cinema. Lembra da sua estreia no teatro, em 1959, em Plantão 21, com direção de Antunes Filho. E das diversas montagens importantes no teatro brasileiro, dentre elas, Vereda da Salvação e Volpone, com direção de Antônio Abujamra.
Com uma carreira pautada pelo sucesso na televisão, que contabiliza mais 78 novelas e minissérie, ela relembra que na Rádio Tupi sempre pedia uma oportunidade. E que sua primeira aparição na televisão foi em Tribunal do Coração, de Vida Alves. “Eu passava pela Vida Alves e dizia: ‘me escala’. Passava pelo Cassiano Gabus Mendes e dizia: ‘me deixa fazer uma vez. Se não gostar não faço mais’. Fui escalada por Vida. Depois Cassiano me chamou para fazer Coração Sagrado na TV de Vanguarda. E ganhei meu primeiro prêmio na televisão. E nunca mais parei, graças a Deus”.
Conta que o convite para ir para TV Globo foi de Daniel Filho para a novela Brilhante, de Gilberto Braga. Laura, entre tantos assuntos, ressalta a evolução da televisão brasileira. “Tudo que está nas televisões é resultado da TV Tupi, que começou tanto no teleteatro, na música e no esporte. Claro que não tínhamos tecnologia, que veio depois, mas tínhamos um amor, uma garra para fazer. Tudo que existe hoje na televisão foi a turma que criou e começou a fazer. O Rio diz que foram eles. Mas já disse pra eles que começou em São Paulo”.
Ela fala sobre a dificuldade de adaptação do ator da TV artesanal para a era tecnológica. ”É difícil para o ator de verdade. Ele tem até uma certa resistência sobra a industrialização. O ator quer moldar e formar seu personagem. Esse negócio de tecnologia eu e muito outros atores não gostamos muito. Um dia estava fazendo uma cena dramática e, de repente, a diretora parou a cena. Eu disse: ‘por que parou?’. Disse que teria que pegar.... Eu disse: ‘não tem que pegar nada. Você tem que pegar eu. Pois sou eu que estou dizendo o texto de verdade. Eu que estou inteira aqui. Você não pode me cortar para fazer um close da bonitinha . Eu sou importante. Deixa eu terminar. Importa o texto que estou dizendo e não a moça loura. Eu sou feia, mas estou inteira aqui’”.
O programa conta com depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com a atriz, como Vida Alves, Rolando Boldrin, Claudio Fontana e Antunes Filho.
A atriz Laura Cardoso é a próxima convidada do Persona em Foco, programa da TV Cultura que vai ao ar na terça-feira, dia 9 de fevereiro, às 23h30, com apresentação de Atílio Bari e roteiro de Analy Alvarez, coordenadora de dramaturgia da TV Cultura.
Na atração, que tem como entrevistadores o produtor Mauro Giafrancesco e o ator Zécarlos Andrade, Laura Cardoso, aos 88 anos, conta passagens de seus 70 anos de carreira. Dos cerca de 123 trabalhos realizados, muitos marcaram a história do teatro moderno brasileiro, da televisão e do cinema.
Laura conta que na infância subia em um caixote e declamava para sua avô. E aos 16 anos, contra a vontade de seus pais, fez um teste para atriz de radionovelas na Rádio Cosmos, hoje Rádio América, e foi contratada. Mas o nome de batismo, Laurinda de Jesus Cardoso, não foi aprovado. Assim nasceu Laura Cardoso, como é conhecida até hoje.
A sua paixão pela arte de representar é imensa, tanto que inúmeras vezes deixou de receber cachê. “Durante a semana eu fazia radionovelas e aos sábados e domingos apresentava peças curtas em circos. O circo era tão pobrezinho que eu não tinha coragem de receber a bilheteria. O importante era estar em cena”.
Relembra que trabalhou na Rádio Tupi, Rádio Cultura e passou também pela Rádio Difusora, onde conheceu o ator Fernando Balleroni, com quem se casou e teve duas filhas: Fátima e Fernanda. “A minha vida com Balleroni foi muito boa. Eu não digo que durante o caminho ele não tenha olhado para outra mulher. E que eu não tenha olhado para outro. É da vida. E é muito bom. No final as duas pessoas solidificam a amizade e o companheirismo. A caminhada é longa e durante a caminhada você olha para um lado e para outro. Mas tudo bem. “
Ela também conta da sua trajetória no teatro e no cinema. Lembra da sua estreia no teatro, em 1959, em Plantão 21, com direção de Antunes Filho. E das diversas montagens importantes no teatro brasileiro, dentre elas, Vereda da Salvação e Volpone, com direção de Antônio Abujamra.
Com uma carreira pautada pelo sucesso na televisão, que contabiliza mais 78 novelas e minissérie, ela relembra que na Rádio Tupi sempre pedia uma oportunidade. E que sua primeira aparição na televisão foi em Tribunal do Coração, de Vida Alves. “Eu passava pela Vida Alves e dizia: ‘me escala’. Passava pelo Cassiano Gabus Mendes e dizia: ‘me deixa fazer uma vez. Se não gostar não faço mais’. Fui escalada por Vida. Depois Cassiano me chamou para fazer Coração Sagrado na TV de Vanguarda. E ganhei meu primeiro prêmio na televisão. E nunca mais parei, graças a Deus”.
Conta que o convite para ir para TV Globo foi de Daniel Filho para a novela Brilhante, de Gilberto Braga. Laura, entre tantos assuntos, ressalta a evolução da televisão brasileira. “Tudo que está nas televisões é resultado da TV Tupi, que começou tanto no teleteatro, na música e no esporte. Claro que não tínhamos tecnologia, que veio depois, mas tínhamos um amor, uma garra para fazer. Tudo que existe hoje na televisão foi a turma que criou e começou a fazer. O Rio diz que foram eles. Mas já disse pra eles que começou em São Paulo”.
Ela fala sobre a dificuldade de adaptação do ator da TV artesanal para a era tecnológica. ”É difícil para o ator de verdade. Ele tem até uma certa resistência sobra a industrialização. O ator quer moldar e formar seu personagem. Esse negócio de tecnologia eu e muito outros atores não gostamos muito. Um dia estava fazendo uma cena dramática e, de repente, a diretora parou a cena. Eu disse: ‘por que parou?’. Disse que teria que pegar.... Eu disse: ‘não tem que pegar nada. Você tem que pegar eu. Pois sou eu que estou dizendo o texto de verdade. Eu que estou inteira aqui. Você não pode me cortar para fazer um close da bonitinha . Eu sou importante. Deixa eu terminar. Importa o texto que estou dizendo e não a moça loura. Eu sou feia, mas estou inteira aqui’”.
O programa conta com depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com a atriz, como Vida Alves, Rolando Boldrin, Claudio Fontana e Antunes Filho.
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