segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

.: “Caçando Che” detalha captura e execução de Guevara

Em novembro de 1966, Che Guevara chegava à Bolívia com um passaporte uruguaio com o nome de Adolfo Mena González. Na posição de enviado especial da Organização dos Estados Americanos, ele recebeu boas-vindas do Diretor de Informação da Presidência da República e carta branca para realizar um estudo sobre as relações econômicas e sociais que prevaleciam na zona rural boliviana. 

A fragilidade do governo e a sequência de golpes no país confirmavam que ali deveria ser a base para o início da revolução comunista na América Latina. O plano, que parecia seguir sem problemas, foi interceptado com o assassinato de Che quase um ano depois.

A história da captura e morte de Che Guevara é conhecida, mas ainda nebulosa. A execução de um dos maiores símbolos da esquerda do século XX aconteceu durante uma das operações dos boinas verdes, como são chamadas as Forças Especiais do exército americano. Para mostrar os bastidores da caça ao guerrilheiro, o jornalista Mitch Weiss, que conquistou o Pulitzer de Jornalismo Investigativo em 2004 com uma série sobre a guerra do Afeganistão, e Kevin Mauren, coautor do best-seller sobre a operação que localizou Osama Bin Laden, escreveram “Caçando Che”, que chega às livrarias brasileiras pela Editora Record, com tradução de Flávio Gordon. 

A partir de uma série de documentos oficiais, centenas de matérias do New York Times e da Associated Press e com base também nas biografias dos personagens centrais da história, os autores recriaram de forma romanceada a trajetória do grupo de homens que caçou e capturou Che.

O livro conta as estratégias do major Ralph Shelton e da equipe de especialistas que transformou um grupo de camponeses bolivianos nos Rangers, uma força de combate montada para encontrar o guerrilheiro. Também são personagens principais da trama o general René Barrientos, o agente da CIA Félix Rodriguez e Gary Prado Salmón, que foi responsável pela prisão de Guevara.

Trecho:
“Che é uma figura polarizadora. Para a esquerda, ele é um revolucionário romântico- um rebelde com causa. Para a direita, Che é um bandido comunista, que pretendia roubar os seus bens arduamente conquistados e entregá-los a parasitas sociais. Até hoje, permanece um ícone da mudança radical em todo o mundo. A sua imagem romântica, enriquecida por sua morte prematura e violenta, e pelo poder da mídia internacional, permitiu que o seu apelo transcendesse linhagens ideológicas”.

Sobre os autores 
Mitch Weiss é jornalista investigativo da Associated Press. Em 2003, foi designado para a série de reportagens Buried Secrets, Brutal Truths, que revelou as atrocidades cometidas por uma unidade de combate norte-americana na Guerra do Vietnã.

Kevin Maurer é repórter especializado na cobertura de operações militares das Forças Especiais norte-americanas. Após cobrir operações destas tropas por quase uma década, passou dez semanas com uma equipe de boinas-verdes no Afeganistão em 2010.
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