Em dezembro de 2015
Fui vítima de bullying na infância e na adolescência. Alvo das chacotas. Minha estranha figura não se adaptava ao mundo à minha volta. Me voltei para os livros e para o cinema, já que amizades não as tinha muitas (ainda hoje sou bem isolado).
Era imaginativo, criativo, mas engolido PA sanha dos outros de me diminuir. Eu acreditava neles. "João Bobão", ou coisa pior. Não jogava futebol, não soltava pipa. Eu era fechado no meu mundo.
Era na TV, nos desenhos e filmes que passavam, que eu me identificava. Um deles me mostrou uma galáxia muito, muito distante pela qual me apaixonei.
A história de um jovem fazendeiro esquecido no meio do nada que deixa para trás sua história para salvar a galáxia me pegou. Eu era Luke Skywalker. Eu era o pária que queria mudar sua história e se tornar algo mais do que uma sombra esquecida no deserto de Tatooine.
Ver a história de Luke, seu crescimento e seu fortalecimento ao longo dos três filmes me fortaleceu também. Eu cresci com esta fábula, me fortaleci com esta história. Ela me ajudou a passar por desafios durante a adolescência.
Então, agora, mais de 30 anos depois, eu contemplo esta história continuando...uma nova geração de párias se tornando a nova esperança de uma galáxia muito, muito distante... Os excluídos, escolhidos para liderar e salvar o universo...
Eu chorei durante o filme. Chorei pela minha adolescência, e por saber que Luke me ajudou a passar por ela. Chorei por ver que Finn e Rey vão ajudar outras gerações a passar pelos seus desafios também. Ao sair do cinema, foi no olhar das crianças que eu encontrei o encantamento maior que Star Wars passa, de geração a geração. Vi pais contemplando nos filhos o mesmo olhar que traziam trinta, vinte anos atrás. A história dos excluídos continua a ser contada e ela mostra que cada um de nós pode, sim, ser protagonista desta história. E nem precisa ser em uma galáxia tão, tão distante.
Sobre João Thiago da Cunha Neto*
Entre os melhores jornalistas de sua geração, João Thiago da Cunha Neto é formado desde 2003 pela Universidade Católica de Santos. Foi cronista político, cultural, e vem fazendo sucesso com suas reportagens na TV Arapuan e no Portal da Paraíba. Poucos sabem, mas também é um poeta nato e o melhor escritor que poderia ser lido.
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