Os fãs de poesia podem comemorar: Ana Cristina Cesar será a próxima autora homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty. Uma das vozes mais proeminentes da poesia marginal dos anos 1970, sua obra influenciou diversos autores da atualidade, como Ana Martins Marques, Bruna Beber e Angélica Freitas. Paulo Werneck, curador da Flip, justificou a escolha dizendo que a obra de Ana C. é densa, pulsante, e conquista leitores em todas as partes do mundo. "A homenagem vai poder iluminar áreas menos conhecidas de sua obra e desfazer alguns lugares-comuns a respeito de sua vida”, explica.
Sobre a autora e o livro "Poética"
Leia um trecho do livro em pdf no site da "Companhia das Letras" clicando aqui
Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se um dos mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das “leis do grupo”.
Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino - pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época.
Entre fragmentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num permanente jogo de velar e desvelar. "Cenas de Abril", "Correspondência Completa", "Luvas de Pelica", "A Teus Pés", "Inéditos e Dispersos", "Antigos e Soltos": livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice.
A curadoria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Dos volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos, a obra da musa da poesia marginal - reunida pela primeira vez em volume único - ainda se abre, passados trinta anos de sua morte, a leituras sem fim.
O que disseram sobre Ana Cristina Cesar
“Ana C. concede ao leitor aquele delicioso prazer meio proibido de espiar a intimidade alheia pelo buraco da fechadura. Um dos escritores mais originais, talentosos, envolventes e inteligentes surgidos ultimamente na literatura brasileira”, Caio Fernando Abreu, 1982
“Um texto ultrassintético, desdobrável em muitas leituras, mas nunca esgotável. Eu sou apenas um eterno deslumbrado com a poesia, a prosa e a pessoa da carioca”, Reinaldo Moraes, 1982
“Entre Ana e o texto, entre Ana e a vida, havia a elipse, o prazer do pacto secreto com seu possível interlocutor. A isso ela chamava ‘páthos feminino’. Disso, ela fez seguramente a melhor e a mais original literatura produzida dos anos 1970”, Heloisa Buarque de Hollanda, 1984
“Ela não foi - ela fica - como uma fera”, Armando Freitas Filho, 1985
“Ana Cristina Cesar deixou uma obra poética absolutamente singular no panorama da literatura brasileira do século XX”, Joana Matos Frias, 2005
“Ana Cristina, assim como outros poetas de sua geração, debate-se com o agora”, Viviana Bosi, 2013
Sobre a autora e o livro "Poética"
Leia um trecho do livro em pdf no site da "Companhia das Letras" clicando aqui
Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se um dos mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das “leis do grupo”.
Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino - pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época.
Entre fragmentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num permanente jogo de velar e desvelar. "Cenas de Abril", "Correspondência Completa", "Luvas de Pelica", "A Teus Pés", "Inéditos e Dispersos", "Antigos e Soltos": livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice.
A curadoria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Dos volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos, a obra da musa da poesia marginal - reunida pela primeira vez em volume único - ainda se abre, passados trinta anos de sua morte, a leituras sem fim.
O que disseram sobre Ana Cristina Cesar
“Ana C. concede ao leitor aquele delicioso prazer meio proibido de espiar a intimidade alheia pelo buraco da fechadura. Um dos escritores mais originais, talentosos, envolventes e inteligentes surgidos ultimamente na literatura brasileira”, Caio Fernando Abreu, 1982
“Um texto ultrassintético, desdobrável em muitas leituras, mas nunca esgotável. Eu sou apenas um eterno deslumbrado com a poesia, a prosa e a pessoa da carioca”, Reinaldo Moraes, 1982
“Entre Ana e o texto, entre Ana e a vida, havia a elipse, o prazer do pacto secreto com seu possível interlocutor. A isso ela chamava ‘páthos feminino’. Disso, ela fez seguramente a melhor e a mais original literatura produzida dos anos 1970”, Heloisa Buarque de Hollanda, 1984
“Ela não foi - ela fica - como uma fera”, Armando Freitas Filho, 1985
“Ana Cristina Cesar deixou uma obra poética absolutamente singular no panorama da literatura brasileira do século XX”, Joana Matos Frias, 2005
“Ana Cristina, assim como outros poetas de sua geração, debate-se com o agora”, Viviana Bosi, 2013
Samba-canção, o booktrailer de "Poética", de Ana Cristina Cesar
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