A "Santos Comic Expo", na oitava cidade mais nerd do Brasil, reúne juventude com apoio até de veteranos como Flávio Calazans, que autografa a quinta edição de seu quadrinho escrito e desenhado em Santos “Guerra das Ideias”.
Flávio Calazans começou a carreira de chargista e autor de histórias em quadrinhos ao publicar tiras e caricaturas em 1980 no "Jornal de Mesa", em Santos, um jornal impresso nas toalhas de mesa de papel dos bares e lanchonetes santistas.
Calazans fundou e participou por 20 anos, de 1979 a 2000, da revista "Barata" publicada em cooperativa em Santos, foi jurado da "Bienal de Quadrinhos" do Rio de Janeiro e criou o primeiro grupo de pesquisa de quadrinhos no "Intercom - Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação da ECA USP". Deste GTQH (Grupo de Pesquisadores em Histórias em Quadrinhos) organizou e publicou o livro volume sete da Coleção Intercom , “História em Quadrinhos no Brasil : Teoria e Prática” Intercom Unesp-Proex-SBPC - que irá autografar na "Santos Comic Expo". Calazans também irá autografar seus álbuns e graphic novels da coleção “As Guerras Calazanistas”.
“A Guerra dos Golfinhos", editada pela Marca de Fantasia em 2002 e agora em segunda edição, leva a mais uma viagem pelo universo mítico de Flávio Calazans. Como tão bem sabe fazer, o autor consegue transportar seus personagens e elementos ficcionais à mais plausível realidade. Ao mesmo tempo, projeta a criação para uma dimensão universal, ao retratar os conflitos humanos e as lutas pelo poder.
Em outra guerra, a "Guerra das Ideias", Calazans já apresentava as lutas que moveram o mundo a partir do tempo e do espaço. Nesse álbum, pequenas histórias isoladas mostram o modo de ser e agir do homem em sua evolução por meio de confrontos históricos. A obra traz outra estrutura narrativa, ao ser construída como uma história dramática perpassada pelos choques ideológicos, diferentemente de "Guerra das Ideias", em que o tema é o elemento unificador.
"Este detalhe faz a diferença na obra de Calazans. A concepção de uma história em quadrinhos, assim como a de um filme, exige um trabalho complexo de elaboração, onde pesam a construção das personagens, a ambientação, o desenvolvimento dramático, as elipses, o jogo de sedução por intermédio do manejo consciente do que se deve ocultar ou expor, da ordem de aparição das cenas, de uma conclusão coerente, ainda que por vezes aberta ou não explícita. Enfim, o domínio da narrativa e dos elementos estruturais é o que faz a graça ou infelicidade de um autor”, diz Henrique Magalhães, Doutor pela Sorbonne, em Paris.
Em fevereiro de 1987 saía a primeira edição de Guerra das ideias como edição extra do fanzine Quadrix, editado por Worney Almeida de Souza em São Paulo. Essa edição quase artesanal logo se transformou num acontecimento no meio dos quadrinhos independentes brasileiros. Esse álbum de Flávio Calazans é formado por uma série de pequenas histórias em quadrinhos de duas páginas que se encadeiam em uma grande história muito bem estruturada, a história do processo civilizatório desde os primeiros agrupamentos humanos até a revolução telemática.
Calazans firmava-se, com "Guerra das Ideias", como um dos mais criativos quadrinistas de sua geração, com uma obra baseada em pesquisas acadêmicas, com o experimentalismo no campo visual e a proposta inovadora do que viria a ser conhecido como “quadrinhos poéticos”, ou “poético-filosóficos”, como também são chamados. "Guerra das Ideias" parte desse princípio, da quebra da formatação dos quadrinhos comerciais, da exploração dos limites da criatividade e da crítica política por intermédio da reflexão pessoal.
Malgrado o álbum abordar um universo amplo e complexo, Calazans apresenta com maestria um verdadeiro tratado sobre a história da humanidade, suas lutas, contradições, mesquinhez e tiranias. Seu olhar é extremamente personalizado, mas ricamente fundamentado nos pequenos detalhes, minúcias de arquitetura, ambientação, vestuário, fauna e flora. O rigor na elaboração dos quadrinhos os aproxima da realidade histórica, ainda que subvertida pela interpretação crítica do autor. O espírito contestador de Calazans flui perfeitamente em "Guerra das Ideias", que se baseia na dualidade do cérebro: lado esquerdo X lado direito, conformismo X fantasia, lógica X liberdade criativa. As ideias revolucionárias contra os sistemas estabelecidos vêm à tona no discurso de negros, judeus, anarquistas, filósofos, que se confronta com preconceitos raciais, religiosos e políticos.
A quinta edição de "Guerra das Ideias", um fenômeno de persistência no volátil meio das produções independentes, corrobora a importância desse trabalho e brinda os leitores com uma obra que oferece um grande deleite em refinamento gráfico e um rico repertório para reflexão.
Os livros serão vendidos a R$ 20 e quem comprar ambos recebe um brinde. O lançamento será neste sábado, dia 31, das 10h às 20h, na av. Pinheiro Machado, 48, em Santos.
Flávio Calazans começou a carreira de chargista e autor de histórias em quadrinhos ao publicar tiras e caricaturas em 1980 no "Jornal de Mesa", em Santos, um jornal impresso nas toalhas de mesa de papel dos bares e lanchonetes santistas.
Calazans fundou e participou por 20 anos, de 1979 a 2000, da revista "Barata" publicada em cooperativa em Santos, foi jurado da "Bienal de Quadrinhos" do Rio de Janeiro e criou o primeiro grupo de pesquisa de quadrinhos no "Intercom - Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação da ECA USP". Deste GTQH (Grupo de Pesquisadores em Histórias em Quadrinhos) organizou e publicou o livro volume sete da Coleção Intercom , “História em Quadrinhos no Brasil : Teoria e Prática” Intercom Unesp-Proex-SBPC - que irá autografar na "Santos Comic Expo". Calazans também irá autografar seus álbuns e graphic novels da coleção “As Guerras Calazanistas”.
“A Guerra dos Golfinhos", editada pela Marca de Fantasia em 2002 e agora em segunda edição, leva a mais uma viagem pelo universo mítico de Flávio Calazans. Como tão bem sabe fazer, o autor consegue transportar seus personagens e elementos ficcionais à mais plausível realidade. Ao mesmo tempo, projeta a criação para uma dimensão universal, ao retratar os conflitos humanos e as lutas pelo poder.
Em outra guerra, a "Guerra das Ideias", Calazans já apresentava as lutas que moveram o mundo a partir do tempo e do espaço. Nesse álbum, pequenas histórias isoladas mostram o modo de ser e agir do homem em sua evolução por meio de confrontos históricos. A obra traz outra estrutura narrativa, ao ser construída como uma história dramática perpassada pelos choques ideológicos, diferentemente de "Guerra das Ideias", em que o tema é o elemento unificador.
"Este detalhe faz a diferença na obra de Calazans. A concepção de uma história em quadrinhos, assim como a de um filme, exige um trabalho complexo de elaboração, onde pesam a construção das personagens, a ambientação, o desenvolvimento dramático, as elipses, o jogo de sedução por intermédio do manejo consciente do que se deve ocultar ou expor, da ordem de aparição das cenas, de uma conclusão coerente, ainda que por vezes aberta ou não explícita. Enfim, o domínio da narrativa e dos elementos estruturais é o que faz a graça ou infelicidade de um autor”, diz Henrique Magalhães, Doutor pela Sorbonne, em Paris.
Em fevereiro de 1987 saía a primeira edição de Guerra das ideias como edição extra do fanzine Quadrix, editado por Worney Almeida de Souza em São Paulo. Essa edição quase artesanal logo se transformou num acontecimento no meio dos quadrinhos independentes brasileiros. Esse álbum de Flávio Calazans é formado por uma série de pequenas histórias em quadrinhos de duas páginas que se encadeiam em uma grande história muito bem estruturada, a história do processo civilizatório desde os primeiros agrupamentos humanos até a revolução telemática.
Calazans firmava-se, com "Guerra das Ideias", como um dos mais criativos quadrinistas de sua geração, com uma obra baseada em pesquisas acadêmicas, com o experimentalismo no campo visual e a proposta inovadora do que viria a ser conhecido como “quadrinhos poéticos”, ou “poético-filosóficos”, como também são chamados. "Guerra das Ideias" parte desse princípio, da quebra da formatação dos quadrinhos comerciais, da exploração dos limites da criatividade e da crítica política por intermédio da reflexão pessoal.
Malgrado o álbum abordar um universo amplo e complexo, Calazans apresenta com maestria um verdadeiro tratado sobre a história da humanidade, suas lutas, contradições, mesquinhez e tiranias. Seu olhar é extremamente personalizado, mas ricamente fundamentado nos pequenos detalhes, minúcias de arquitetura, ambientação, vestuário, fauna e flora. O rigor na elaboração dos quadrinhos os aproxima da realidade histórica, ainda que subvertida pela interpretação crítica do autor. O espírito contestador de Calazans flui perfeitamente em "Guerra das Ideias", que se baseia na dualidade do cérebro: lado esquerdo X lado direito, conformismo X fantasia, lógica X liberdade criativa. As ideias revolucionárias contra os sistemas estabelecidos vêm à tona no discurso de negros, judeus, anarquistas, filósofos, que se confronta com preconceitos raciais, religiosos e políticos.
A quinta edição de "Guerra das Ideias", um fenômeno de persistência no volátil meio das produções independentes, corrobora a importância desse trabalho e brinda os leitores com uma obra que oferece um grande deleite em refinamento gráfico e um rico repertório para reflexão.
Os livros serão vendidos a R$ 20 e quem comprar ambos recebe um brinde. O lançamento será neste sábado, dia 31, das 10h às 20h, na av. Pinheiro Machado, 48, em Santos.
Obrigado pela gentil materia, parabéns por divulgar o trabalho deste idoso veterano!
ResponderExcluir