Em outubro de 2015
Até a oitava edição do reality show, "A Fazenda", eu, enquanto telespectadora considerava o sino, um objeto sagrado, tal qual nas igrejas. Para encostar e percutir internamente -por um badalo ou por um martelo na face externa- tal instrumento oco, feito de bronze, para produzir sons mais ou menos fortes, graves ou agudos era obrigatório seguir regras, assim como uma religião.
No entanto, em "A Fazenda" 2015, o sino, meio utilizado para entrar em contato com a produção está mais para maçaneta de banheiro público. Vire e mexe e lá estão os peões "passando a mão" no sino. O objeto perdeu a representação e foi completamente banalizado! Qualquer peão, sem ser o fazendeiro, faz o que quer com o sino.
Seja para pedir desistência do programa -que, no fim, é camuflada por alguma negociação fatalmente realizada em segredo e bem longe das câmeras-, para implorar por psicólogo e até para o inédito "impeachment". O primeiro, contra Mara, foi até engraçado. Já o segundo, o de Douglas, foi escondido.
Como o protesto a favor da expulsão de Douglas foi totalmente contra a produção que optou por mantê-lo no jogo, as imagens deste bater do sino -citado por Rebeca e J.P.- foi parar diretamente para debaixo do tapete. Por outro lado, os participantes deram a letra na votação ao vivo, de terça-feira.
Assim, as perguntas que ficam martelando na mente de quem acompanha o reality show não encontram respostas: O que está havendo com a produção? Por que tanta coisa está passando batida? Quais são as regras deste jogo? Por hora, o que se tem certeza é de que o sino da "Casa da Mãe Joana" está na oitava edição de "A Fazenda"!
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm
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