Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em outubro de 2015
Ela ainda gosta de dividir o que tem, só não sabe até quando! Sempre foi assim. Lembrava de certa vez, ainda na infância, quando fez uma troca com uma amiguinha, num dia de catequese. Chegou em casa toda feliz com duas canetas de cor fluorescente, enquanto que a outra ficou com os quatro lápis também de cores chamativas. Ficou com menos, mas não importava! A outra queria muito os lápis dela e fez questão da troca.
Hoje, uma mulher adulta, tem o hábito de presentear. Afinal, sempre sentiu-se bem em dar o que ganhava -aos montes e não teria tempo hábil para usufruir. Acreditava que recebia tanto, justamente por carregar com ela o ato de dar. No entanto, a profissão escolhida por ela a fez entrar em dúvida. Era professora.
Com o objetivo de parabenizar os alunos sorteava livros novos. No início não percebia muito bem. Na visão dela, todos curtiam aquele momento especial.
Até que, certa vez, uma aluna que fechou o bimestre com nota máxima, ainda com o livro em mãos, com um jeitinho tímido, após receber o presente, aproximou-se dela e disse:
- Professora, este já é o meu segundo! No próximo bimestre, quero um fone de ouvido. Não leio muito!
Na hora, somente os olhos e olhares disseram tudo, embora a presenteadora tenha ficado sem qualquer palavra ou reação. Na verdade, ficou incrédula! Só por dentro, pois dava o que tinha e de bom grado. Sempre julgou fazer o bem, disseminando cultura. Tinha total certeza de que era uma excelente profissional, justamente por além de lecionar, ter o hábito de distribuir o direito ao prazer da leitura.
Ainda ali, após respirar profundamente, apenas disse:
- Bem, é o que eu tenho para dar. Caso não queira, é só dizer que eu passo para outro!
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm
Em outubro de 2015
Ela ainda gosta de dividir o que tem, só não sabe até quando! Sempre foi assim. Lembrava de certa vez, ainda na infância, quando fez uma troca com uma amiguinha, num dia de catequese. Chegou em casa toda feliz com duas canetas de cor fluorescente, enquanto que a outra ficou com os quatro lápis também de cores chamativas. Ficou com menos, mas não importava! A outra queria muito os lápis dela e fez questão da troca.
Hoje, uma mulher adulta, tem o hábito de presentear. Afinal, sempre sentiu-se bem em dar o que ganhava -aos montes e não teria tempo hábil para usufruir. Acreditava que recebia tanto, justamente por carregar com ela o ato de dar. No entanto, a profissão escolhida por ela a fez entrar em dúvida. Era professora.
Com o objetivo de parabenizar os alunos sorteava livros novos. No início não percebia muito bem. Na visão dela, todos curtiam aquele momento especial.
Até que, certa vez, uma aluna que fechou o bimestre com nota máxima, ainda com o livro em mãos, com um jeitinho tímido, após receber o presente, aproximou-se dela e disse:
- Professora, este já é o meu segundo! No próximo bimestre, quero um fone de ouvido. Não leio muito!
Na hora, somente os olhos e olhares disseram tudo, embora a presenteadora tenha ficado sem qualquer palavra ou reação. Na verdade, ficou incrédula! Só por dentro, pois dava o que tinha e de bom grado. Sempre julgou fazer o bem, disseminando cultura. Tinha total certeza de que era uma excelente profissional, justamente por além de lecionar, ter o hábito de distribuir o direito ao prazer da leitura.
Ainda ali, após respirar profundamente, apenas disse:
- Bem, é o que eu tenho para dar. Caso não queira, é só dizer que eu passo para outro!
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm
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