quarta-feira, 28 de outubro de 2015

.: Formação mais sólida, por Luiz Gonzaga Bertelli

Por: Luiz Gonzaga Bertelli*


A prova do Enem – o Exame Nacional do Ensino Médio – foi criada em 1998 pelo Ministério da Educação (MEC) para ser utilizada como parâmetro na avaliação da qualidade de ensino da educação básica. Com os dados nas mãos, o governo federal poderia adotar mecanismos para fortalecer o ensino, criando melhorias efetivas para a educação. Mas foi a partir de 2009 que o exame ganhou um novo status, transformando-se no segundo maior do mundo – perdendo apenas para o exame de admissão do ensino superior chinês – com mais de sete milhões de jovens inscritos e realizado em mais de 1,6 mil municípios. Hoje, seu resultado facilita o acesso ao ensino superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e para bolsas de estudo em escolas particulares, nos programas governamentais de financiamento estudantil Prouni e Fies. O Enem tornou-se, então, o principal de inclusão de jovens na educação superior.

Para a construção de uma carreira sólida, assim que entrar na universidade os jovens já podem procurar estágio. A capacitação prática facilita a integração dos alunos à carreira escolhida. Pelo treinamento prático, o estagiário vai conhecer o mercado de trabalho na sua área específica, ver as vantagens e desvantagens na carreira e optar pelo setor que mais lhe agradar. O intercâmbio promovido entre o que aprende na universidade e o que absorve no estágio também tende a enriquecer ainda mais sua formação. Em tempos de crise, a remuneração obrigatória também é um fator preponderante.

O CIEE, maior agente de integração do país, que há mais de 50 anos já encaminhou 15 milhões de jovens para o mercado de trabalho, tem um banco de dados de estudantes que alimentam as empresas, órgãos públicos e entidades que abrem suas portas para receber os jovens inexperientes. Fazendo um simples cadastro no portal (www.ciee.org.br), o estudante já pode concorrer às vagas de estágio abertas. Além de inserir-se com mais facilidade no mercado de trabalho, o jovem que faz estágio enriquece o currículo e ganha mais confiança e capacidade para enfrentar os novos desafios.

Após a Lei do Estágio, aprovada em 2008, foi regulamentado também o estágio para estudantes do ensino médio. Para isso, basta ter 16 anos ou mais e estar regularmente matriculado, para concorrer às vagas. Muitos estagiários, que recebem bolsa-auxílio, conseguem manter seus estudos e, até mesmo, ajudar financeiramente suas famílias. Para aqueles que já acabaram o ensino médio e não têm boas perspectivas para os resultados do Enem, o programa Aprendiz Legal pode ser solução de formação profissional para inserção no mercado de trabalho. Com contrato de até dois anos, o jovem de 14 a 24 anos, atua em uma empresa e em um dia da semana recebe a capacitação teórica dos profissionais do CIEE, distribuídos em polos de capacitação em várias modalidades.

Não há, portanto, desculpas para não se preparar bem para os desafios que estão por vir no mundo do trabalho. Quem estiver bem formado, que entende como funciona sua área de atuação e tem conhecimentos técnicos e experiência prática em sua função estará dando passos largos para uma carreira de sucesso.

*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).

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