Lançamento oficial da Flica consolida evento na agenda cultural do País
Com autores que participaram de edições anteriores, lançamento da Flica, em Salvador, reuniu o que de melhor já passou por Cachoeira com anúncio do que de melhor há de vir
Nos dias 18 e 19 de setembro a CAIXA Cultural Salvador recebeu o evento de lançamento da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira). Como uma prévia da Festa em Cachoeira, que acontece entre os dias 14 e 18 de outubro, a celebração contou com mesas literárias, programação infantil exclusiva e shows de música brasileira.
O lançamento oficial aconteceu no dia 18, às 18 horas, com os autores Cristovão Tezza e Ronaldo Correia de Brito falando sobre a temática A tradução da dor e do imaginário. Juntos, os autores dissertaram sobre a relação da dor com o exercício literário. A abordagem do tema - elo entre Cristovão e Ronaldo -, foi mediada pelo crítico pernambucano Cristiano Ramos.
Cristovão Tezza relacionou a produção literária à infelicidade. "Pessoas felizes não escrevem. O problema, a fissura, levam uma pessoa a escrever. Isso tem muito a ver com a orientação para literatura", considerou. Ronaldo Correia de Brito, por sua vez, afirmou que a infelicidade não é o seu referencial de escrita, mas a incompletude. "Eu acho que a minha escrita surge para preencher essa falta. Eu chamaria [a escrita] de necessidade de preencher uma falta", pontuou.
No segundo dia, Sonia Rodrigues e Victor Mascarenhas, abriram as conversas literárias, às 9 horas, falando sobre o tema Gentes como elas são. A partir de excertos de sua produção autoral, o premiado cronista ficcional de gentes baianas e a escritora que evoca inevitavelmente as personagens trazidas ao imaginário nacional por seu pai, Nelson Rodrigues, falaram sobre viventes e passantes, boçais e amantes. O diálogo teve mediação do curador do evento, Aurélio Schommer.
Às 11h, Fabricio Carpinejar e Miriam de Sales provocaram-se a partir da temática O bem e o mal que saem da boca. Tendo ao centro a vivaz condução de Jackson Costa, os autores falaram sobre o ofício do escritor e sobre como as palavras afetam os relacionamentos humanos. O ensino da literatura foi outro tema discutido. Carpinejar defendeu a existência de escolas para autores. “Literatura não é luxo. Literatura precisa de técnica”, afirmou. Já Miriam discordou de Carpinejar ao argumentar que o seu estilo de escrita é livre. “Quando eu escrevo, é para desassossegar, não para agradar. Nunca me preocupei se estou ou não vendendo livro e essa escrita que é minha que passo para o público”, contou.
Muitas andanças, um só rumo, foi a mesa literária das 15h, do sábado. Daniel Thame e Ana Maria Gonçalves dissertaram, entre outras coisas, sobre a efetividade das políticas públicas nas áreas de cultura e etnicidade. Os escritores defenderam ainda a democratização do acesso à leitura. Daniel iniciou o debate falando da importância de baratear os preços dos livros. "A primeira coisa é desintelectualizar o livro, tirar o livro e o escritor do pedestal. É preciso fazer um ‘rolezinho’ em bibliotecas. É preciso invadir, ocupar um espaço que é nosso. Falta a gente reclamar isso", acrescentou Ana. Daniel concordou que é preciso tomar iniciativas para mudar o cenário atual. "Se a biblioteca não funciona, vamos às praças", declarou.
Fechando o evento de lançamento, o escritor baiano Fernando Vita conversou com Laurentino Gomes a partir do tema Os fatos e as impressões. Em condução intimista, a conversa que aconteceu às 18h, abordou desde o processo de criação de narrativas históricas até a vida do autor.
Com público ativo, mediações instigantes e debates de qualidade, o lançamento da Flica na capital baiana coroou a Festa em Cachoeira como mais importante evento literário da Bahia. Para o curador, Aurélio Schommer, a programação revelou ainda a multiplicidade do público indo ao encontro da proposta de “dissonâncias” da Flica. “A linha mestra da edição 2015, as dissonâncias, já se antecipou em Salvador e pode se esperar bem mais em Cachoeira”, finaliza Schommer.
Celebrando sua 5ª edição, a Festa Literária Internacional de Cachoeira, traz autores do Brasil e do mundo em um encontro único, consolidando-se como evento fundamental do calendário cultural do País. A literatura será celebrada em múltiplas manifestações na cidade do Recôncavo Baiano entre os dias 14 e 18 de outubro.
Evento: Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica
Data: 14 a 18 de outubro de 2015
Local: Município de Cachoeira, a 110 km de Salvador
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Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica
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Com autores que participaram de edições anteriores, lançamento da Flica, em Salvador, reuniu o que de melhor já passou por Cachoeira com anúncio do que de melhor há de vir
Nos dias 18 e 19 de setembro a CAIXA Cultural Salvador recebeu o evento de lançamento da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira). Como uma prévia da Festa em Cachoeira, que acontece entre os dias 14 e 18 de outubro, a celebração contou com mesas literárias, programação infantil exclusiva e shows de música brasileira.
O lançamento oficial aconteceu no dia 18, às 18 horas, com os autores Cristovão Tezza e Ronaldo Correia de Brito falando sobre a temática A tradução da dor e do imaginário. Juntos, os autores dissertaram sobre a relação da dor com o exercício literário. A abordagem do tema - elo entre Cristovão e Ronaldo -, foi mediada pelo crítico pernambucano Cristiano Ramos.
Cristovão Tezza relacionou a produção literária à infelicidade. "Pessoas felizes não escrevem. O problema, a fissura, levam uma pessoa a escrever. Isso tem muito a ver com a orientação para literatura", considerou. Ronaldo Correia de Brito, por sua vez, afirmou que a infelicidade não é o seu referencial de escrita, mas a incompletude. "Eu acho que a minha escrita surge para preencher essa falta. Eu chamaria [a escrita] de necessidade de preencher uma falta", pontuou.
No segundo dia, Sonia Rodrigues e Victor Mascarenhas, abriram as conversas literárias, às 9 horas, falando sobre o tema Gentes como elas são. A partir de excertos de sua produção autoral, o premiado cronista ficcional de gentes baianas e a escritora que evoca inevitavelmente as personagens trazidas ao imaginário nacional por seu pai, Nelson Rodrigues, falaram sobre viventes e passantes, boçais e amantes. O diálogo teve mediação do curador do evento, Aurélio Schommer.
Às 11h, Fabricio Carpinejar e Miriam de Sales provocaram-se a partir da temática O bem e o mal que saem da boca. Tendo ao centro a vivaz condução de Jackson Costa, os autores falaram sobre o ofício do escritor e sobre como as palavras afetam os relacionamentos humanos. O ensino da literatura foi outro tema discutido. Carpinejar defendeu a existência de escolas para autores. “Literatura não é luxo. Literatura precisa de técnica”, afirmou. Já Miriam discordou de Carpinejar ao argumentar que o seu estilo de escrita é livre. “Quando eu escrevo, é para desassossegar, não para agradar. Nunca me preocupei se estou ou não vendendo livro e essa escrita que é minha que passo para o público”, contou.
Muitas andanças, um só rumo, foi a mesa literária das 15h, do sábado. Daniel Thame e Ana Maria Gonçalves dissertaram, entre outras coisas, sobre a efetividade das políticas públicas nas áreas de cultura e etnicidade. Os escritores defenderam ainda a democratização do acesso à leitura. Daniel iniciou o debate falando da importância de baratear os preços dos livros. "A primeira coisa é desintelectualizar o livro, tirar o livro e o escritor do pedestal. É preciso fazer um ‘rolezinho’ em bibliotecas. É preciso invadir, ocupar um espaço que é nosso. Falta a gente reclamar isso", acrescentou Ana. Daniel concordou que é preciso tomar iniciativas para mudar o cenário atual. "Se a biblioteca não funciona, vamos às praças", declarou.
Fechando o evento de lançamento, o escritor baiano Fernando Vita conversou com Laurentino Gomes a partir do tema Os fatos e as impressões. Em condução intimista, a conversa que aconteceu às 18h, abordou desde o processo de criação de narrativas históricas até a vida do autor.
Com público ativo, mediações instigantes e debates de qualidade, o lançamento da Flica na capital baiana coroou a Festa em Cachoeira como mais importante evento literário da Bahia. Para o curador, Aurélio Schommer, a programação revelou ainda a multiplicidade do público indo ao encontro da proposta de “dissonâncias” da Flica. “A linha mestra da edição 2015, as dissonâncias, já se antecipou em Salvador e pode se esperar bem mais em Cachoeira”, finaliza Schommer.
Celebrando sua 5ª edição, a Festa Literária Internacional de Cachoeira, traz autores do Brasil e do mundo em um encontro único, consolidando-se como evento fundamental do calendário cultural do País. A literatura será celebrada em múltiplas manifestações na cidade do Recôncavo Baiano entre os dias 14 e 18 de outubro.
Evento: Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica
Data: 14 a 18 de outubro de 2015
Local: Município de Cachoeira, a 110 km de Salvador
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