Por Helder Miranda
Em setembro de 2015
Minha geração, composta por pessoas com pouco mais ou pouco menos de 30, tem uma espécie de gratidão com Mara Maravilha. Ela, que foi a babá eletrônica de tantas crianças que ficavam sozinhas em casa enquanto seus pais trabalhavam ou por qualquer outro motivo. Mara, então uma adolescente cheia de si nas manhãs, ou tardes, do SBT, lembra, na minha memória afetiva, aconchego, bolo, chá ou café, casa de vó. Mara também me lembra vovó Mafalda e desenhos animados. “A Turma”, “Jem e as Hologramas”, “Punk, a Levada da Breca”.
Os marmanjos daquela época também têm uma gratidão eterna com a musa. Mara, despudorada e livre, ainda apresentadora infantil, surpreendeu lindamente nas páginas da “PLAYBOY”, quando a revista ainda tinha prestígio. Era uma índia como a da música que cantou anos depois, mas era alguém que assumia o domínio do próprio corpo e mostrava a sua morenice a quem quisessae folhear a revista.
Depois, Mara virou evangélica e os próprios protestantes devem ter ficado agradecidos com ela. Porque ela virou crente em uma época em que ter essa religião não era legal, e quando ainda era uma celebridade de primeira linhagem. Sempre cantou bem e lançou CDs de música gospel com sucesso, abrindo caminho para outros artistas. Tropeçou, engordou, falou besteiras, muitas, deu uma de chata moralista, ficou com a pecha de homofóbica, mas sempre falou o que pensava, verdadeira com os seus valores, estivesse certa ou errada. Mara parece não ter um filtro entre o cérebro e a boca, e é por isso que ela se torna uma participante tão impar.
A versão 2015 da Mara é uma mulher que voltou a ser linda. Está satisfeita com o seu corpo e com a autoestima maior do que nunca, ela que sempre foi inflada. Chora, ou finge chorar, tentando parecer frágil, mas é uma fortaleza que se entrega ao jogo de cabeça. Afinal, não emagreceu tantos quilos apenas pela s provas de resistência que disse ter se preparado. Emagreceu para aparecer linda e crescer no jogo. Está com cara de mulher bem-vivida e é, de longe, a mulher mais interessante de toda essa temporada.
O interesse do modelo Marcelo Bimbi por ela é, em parte, jogo, porque ele sabe que Mara é o nome dessa temporada, em parte porque ela traz, em seu jeito feminino, a trajetória de uma mulher de verdade, cheia de minúcias e peculiaridades, como a balzaquiana do romance de Honoré de Balzac. E, voltando à realidade do jogo, para a alegria dos fãs dessa mulher que se perde pelo tamanho da língua e falta de filtro, Mara está garantida por mais uma semana.
De qualquer maneira, nas próximas semanas, Mara corre o risco de sair, mas que tudo está girando em torno dela, está. Eta mulher porreta para movimentar o jogo! Acredito que muitos que queriam votar em Mara, na “Hora H”, não tiveram peito de votar nela porque sabem do fã clube, com exceção de Veridiana, que nitidamente quer causar sob qualquer preço, e Douglas, por alguma rusga pessoal com a apresentadora.
Já Marcelo, de cara pintada, é trash. Lembra a modelo Lorena Bueri, da malfadada equipe “Ovelha” da edição do ano passado, quando fez aquela palhaçada em homenagem à África com a clara intenção de prejudicar a funkeira e socialite (só em “A Fazenda” tem dessas coisas) Heloísa Faissol.
A intenção de Bimbi, apesar de parecer orgulho ferido, obviamente tem pouco a ver com isso. O fazendeiro quer é esvaziar o casal shipado “Thinerato”, porque eles podem se fortalecer entre quem compra esse joguinho manjado de fazer casal. Ou vocês acreditam, mesmo, que, como já ficaram em outras oportunidades, se se gostassem de verdade, não teriam ficado juntos? Agora, ele afirma que quer algo sério, ela age como se fosse uma freira, sabe-se lá o que aconteceu longe das câmeras tempos atrás.
Além disso, Thiago apareceu demais nos embates com Mara Maravilha. Logo, se ele não voltar com a imunidade, a saída ou a permanência dele após a berlinda dirá muito sobre a conduta de todos nesta oitava edição. E digo mais: Thiago ficando, Mara será execrada pelos que estão lá dentro. Thiago saindo, haverá um mundaréu de gente se desculpando com ela, porque entenderão que ela estava certa.
Entre os três torço para que Amaral volte como fazendeiro, já que acredito que ele não prejudicará Mara no jogo. O que me incomoda em Ana Paula Minerato, como me incomodou na maioria das ex-“Panicats” é a necessidade de tentar parecer mais burra do que realmente é, porque talvez burrice remeta à ingenuidade e bom-caratismo. Por fim, Thiago, um cantor sertanejo cheio que mostra, dentro do confinamento, ser cheio de empáfia, sem poder ser. Porque beleza, carisma e alguma coisa que não o torne extremamente desagradável de se ver e ouvir fora da tela da televisão passam longe. Não é à toa que Thaeme, que fazia dupla com ele e dizem ser "um amor", não aguentou e tratou logo de trocá-lo por um xará.
Mas, para quem duvidava da força de Mara, Douglas não ter aberto a arca foi uma mensagem. Ele votou nela, não esqueçam. Mara tem uma legião de fãs que não estão de brincadeira. Se ele abrisse a arca, poderia ter algo em torno de trocar alguém da berlinda por outra pessoa. De novo: ele votou nela, pensem. De novo: Mara está sendo acompanhada por milhares de fãs que vão defendê-la a qualquer preço. Por outro lado, a hastag para o rapaz abrir a arca entrou nos trend topics do Twitter, gerando reclamações sobre a idoneidade do programa. Poderia mudar o rumo do jogo? Poderia!
Mas Mara Maravilha é um nome cogitado para "A Fazenda" desde a primeira temporada e finalmente aceita participar, após a morte da mãe dela. Não há ninguém mais disposto a entreter o povo do que ela e as situações que cria para si mesma neste confinamento. Juntaram as peças? Para aqueles que não gostaram, lidem com isso.
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