Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em agosto de 2015
Jovens cedendo aos desejos da carne e cenas com bons sustos são ingredientes do filme que chegará aos cinemas do Brasil em 27 de agosto: "Corrente do Mal". Para a nossa alegria, o longa dirigido por David Robert Mitchell, vai além e ainda foge do estilo filme caseiro cheio de tremeliques, tão batido nos dias atuais. Neste, os giros de câmera estão presentes e muito bem produzidos.
Contudo, o destaque do longa é todo da trilha sonora que é perfeita, com o estilo dos filmes antigos do gênero, lembrando as criações de John Carpenter. Embora o enredo não fuja da ideia de jovens, sexo e morte, "Corrente do Mal" consegue brincar com o público mantendo suspense nas cenas, por várias e várias vezes. Sim! Não há dúvida de que durante todo o tempo a trilha sonora trabalha a favor do longa.
Apesar do baixo orçamento, a fotografia da película é muito bem elaborada e consegue transmitir todas as sensações de Jay e do universo que a rodeia. No entanto, o que muito me desagrada são as "aparições" -neste e em tantos outros filmes da atualidade. Por que não manter o mistério por meio de vultos? É muito mais emocionante. Aproveito para confessar que "fantasmas nus" me fazem rir.
"Corrente do Mal" é indicado aos fãs do gênero suspense -psicológico- e que gostam de ser emergidos em enredos que permitem liberar a imaginação. Nos 94 minutos da película, é possível fazer parte do sofrimento da jovem de 19 anos, Jay (Maika Monroe), que levava uma vida tranquila, até fazer sexo com um garoto chamado Hugh. Desta forma, ela recebe a maldição e passa a ser assombrada por uma força maligna.
Portadora da maldição, para sobreviver, Jay, é incumbida de passar o problema a uma próxima vítima. Somente assim a moça deixará de ser alvo das assombrações que se transfiguram em "corpos diferentes" e a apavoram sem cessar. Perturbador? Claro! Aonde quer que vá é possível ser perseguido e por mais que ande devagar, caso alcance o último inserido na corrente, será o fim dele, voltando sempre para o final da lista dos "contaminados".
Na trama, a ausência dos pais da protagonista passa a ser visível, o que torna a mocinha da história ainda mais indefesa, mesmo recebendo ajuda de seus amigos fieis. Diante de uma Jay vulnerável, a atmosfera do medo ganha grandes proporções e Detroit fica com um toque de cidade fantasma.
Definitivamente, a produção de David Robert Mitchell é original. Por mais que tenha o intuito de mexer com os nossos nervos, permite várias leituras da narrativa. Embora o diretor endosse ter se inspirado em "monstros" que o assombravam na infância, "Corrente do Mal" é extremamente metafórico.
Assim, consegue ser um aliado na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e, claro, da gravidez indesejada. Deixa o alerta sobre a importância da responsabilidade na liberdade sexual, principalmente entre os jovens entendiados que buscam desafios e alcançar a passagem para a vida adulta. Entre as interpretações, o filme ainda passa a ideia da abstinência. Sem sexo, sem assombrações. Será a "Corrente do Mal" sexual? Vale muito a pena conferir, pois o final é livre para novas interpretações.
Filme: Corrente do Mal (It Follows, EUA)
Direção: David Robert Mitchell
Gênero: Suspense, terror
Ano: 2014
Elenco: Maika Monroe, Keir Gilchrist, Daniel Zovatto
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter: @maryellenfsm
Em agosto de 2015
Jovens cedendo aos desejos da carne e cenas com bons sustos são ingredientes do filme que chegará aos cinemas do Brasil em 27 de agosto: "Corrente do Mal". Para a nossa alegria, o longa dirigido por David Robert Mitchell, vai além e ainda foge do estilo filme caseiro cheio de tremeliques, tão batido nos dias atuais. Neste, os giros de câmera estão presentes e muito bem produzidos.
Contudo, o destaque do longa é todo da trilha sonora que é perfeita, com o estilo dos filmes antigos do gênero, lembrando as criações de John Carpenter. Embora o enredo não fuja da ideia de jovens, sexo e morte, "Corrente do Mal" consegue brincar com o público mantendo suspense nas cenas, por várias e várias vezes. Sim! Não há dúvida de que durante todo o tempo a trilha sonora trabalha a favor do longa.
Apesar do baixo orçamento, a fotografia da película é muito bem elaborada e consegue transmitir todas as sensações de Jay e do universo que a rodeia. No entanto, o que muito me desagrada são as "aparições" -neste e em tantos outros filmes da atualidade. Por que não manter o mistério por meio de vultos? É muito mais emocionante. Aproveito para confessar que "fantasmas nus" me fazem rir.
"Corrente do Mal" é indicado aos fãs do gênero suspense -psicológico- e que gostam de ser emergidos em enredos que permitem liberar a imaginação. Nos 94 minutos da película, é possível fazer parte do sofrimento da jovem de 19 anos, Jay (Maika Monroe), que levava uma vida tranquila, até fazer sexo com um garoto chamado Hugh. Desta forma, ela recebe a maldição e passa a ser assombrada por uma força maligna.
Portadora da maldição, para sobreviver, Jay, é incumbida de passar o problema a uma próxima vítima. Somente assim a moça deixará de ser alvo das assombrações que se transfiguram em "corpos diferentes" e a apavoram sem cessar. Perturbador? Claro! Aonde quer que vá é possível ser perseguido e por mais que ande devagar, caso alcance o último inserido na corrente, será o fim dele, voltando sempre para o final da lista dos "contaminados".
Na trama, a ausência dos pais da protagonista passa a ser visível, o que torna a mocinha da história ainda mais indefesa, mesmo recebendo ajuda de seus amigos fieis. Diante de uma Jay vulnerável, a atmosfera do medo ganha grandes proporções e Detroit fica com um toque de cidade fantasma.
Definitivamente, a produção de David Robert Mitchell é original. Por mais que tenha o intuito de mexer com os nossos nervos, permite várias leituras da narrativa. Embora o diretor endosse ter se inspirado em "monstros" que o assombravam na infância, "Corrente do Mal" é extremamente metafórico.
Assim, consegue ser um aliado na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e, claro, da gravidez indesejada. Deixa o alerta sobre a importância da responsabilidade na liberdade sexual, principalmente entre os jovens entendiados que buscam desafios e alcançar a passagem para a vida adulta. Entre as interpretações, o filme ainda passa a ideia da abstinência. Sem sexo, sem assombrações. Será a "Corrente do Mal" sexual? Vale muito a pena conferir, pois o final é livre para novas interpretações.
Filme: Corrente do Mal (It Follows, EUA)
Direção: David Robert Mitchell
Gênero: Suspense, terror
Ano: 2014
Elenco: Maika Monroe, Keir Gilchrist, Daniel Zovatto
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter: @maryellenfsm
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