Por Paula Richard
Roteirista da Rede Record de Televisão
Em agosto de 2015
Minha filha de 19 anos estava a caminho da academia hoje à tarde quando foi abordada por um sujeito de bicicleta. Ele disse: com todo respeito, me dá teu celular senão te mato. E mostrou uma faca. Ela, apavorada, retirou seu aparelho da bolsa e entregou ao sujeito. Ele então disse: volta, rápido. E partiu com sua bicicleta pela movimentada Rua das Laranjeiras, às quatro horas da tarde.
Ela chegou em casa em pânico, apavorada, chorando muito. Começou a se sentir culpada, porque estava com os fones de ouvido conectados ao celular que estava na bolsa. “Dei bobeira!” Ela nem fala ao celular na rua para não dar bobeira! Pôs a culpa nos fones que denunciaram a presença do aparelho na bolsa. Como se tivesse alguma culpa por sofrer com a violência desenfreada dessa cidade!
A reação seguinte foi: devia ter reagido, gritado, feito algo. Eu disse que prefiro uma filha inteira a um celular. Prefiro continuar a pagar as parcelas do aparelho a pagar remédios, internação ou coisa pior! Fez bem em não reagir, minha filha, mataram um médico a facadas!
Próxima reação: não saio mais de casa. Aí fiquei sem palavras... Me preocupo se meus filhos saem à noite, se vão à uma festa... Mas agora... não podem nem ir à academia do bairro? Podia ter acontecido no caminho da padaria! Sabe, a fornada das cinco?
Não é a primeira vez que ela foi assaltada. Falei que devíamos fazer B.O., mas ela tem medo da polícia. Já levou cantada de policial a quem foi pedir informações... Polícia aqui, infelizmente, não inspira confiança e nem dá sensação de segurança a ninguém.
O que fazemos? Continuamos apostando na sorte? Continuamos a vida ignorando os perigos? Nos trancamos em casa, neuróticos e fóbicos?
Policia diz que prende e que Judiciário solta. Beltrane diz que enxuga gelo.
Fica a pergunta: quem vai nos socorrer?
Como vamos proteger nossos filhos???
Roteirista da Rede Record de Televisão
Em agosto de 2015
Minha filha de 19 anos estava a caminho da academia hoje à tarde quando foi abordada por um sujeito de bicicleta. Ele disse: com todo respeito, me dá teu celular senão te mato. E mostrou uma faca. Ela, apavorada, retirou seu aparelho da bolsa e entregou ao sujeito. Ele então disse: volta, rápido. E partiu com sua bicicleta pela movimentada Rua das Laranjeiras, às quatro horas da tarde.
Ela chegou em casa em pânico, apavorada, chorando muito. Começou a se sentir culpada, porque estava com os fones de ouvido conectados ao celular que estava na bolsa. “Dei bobeira!” Ela nem fala ao celular na rua para não dar bobeira! Pôs a culpa nos fones que denunciaram a presença do aparelho na bolsa. Como se tivesse alguma culpa por sofrer com a violência desenfreada dessa cidade!
A reação seguinte foi: devia ter reagido, gritado, feito algo. Eu disse que prefiro uma filha inteira a um celular. Prefiro continuar a pagar as parcelas do aparelho a pagar remédios, internação ou coisa pior! Fez bem em não reagir, minha filha, mataram um médico a facadas!
Próxima reação: não saio mais de casa. Aí fiquei sem palavras... Me preocupo se meus filhos saem à noite, se vão à uma festa... Mas agora... não podem nem ir à academia do bairro? Podia ter acontecido no caminho da padaria! Sabe, a fornada das cinco?
Não é a primeira vez que ela foi assaltada. Falei que devíamos fazer B.O., mas ela tem medo da polícia. Já levou cantada de policial a quem foi pedir informações... Polícia aqui, infelizmente, não inspira confiança e nem dá sensação de segurança a ninguém.
O que fazemos? Continuamos apostando na sorte? Continuamos a vida ignorando os perigos? Nos trancamos em casa, neuróticos e fóbicos?
Policia diz que prende e que Judiciário solta. Beltrane diz que enxuga gelo.
Fica a pergunta: quem vai nos socorrer?
Como vamos proteger nossos filhos???
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.