segunda-feira, 3 de agosto de 2015

.: Poeta paulistano Ricardo Flaitt em oficina literária no Sesc Santos

Na ocasião, autor também apresentará seu livro “O Domesticador de Silêncios”, vencedor do Prêmio Literário do Mapa Cultural Paulista.



Como se dá o processo de criação de um escritor? Especificamente na poesia. Existe um caminho pré-estabelecido a seguir ou não? Tendo em vista essas questões que voltam frequentemente à tona, é proposta a oficina literária “O escritor e o encontro com sua própria voz” com um autor cujo livro tem alcançado importante repercussão no meio literário: o paulistano Ricardo Flaitt, que assina “O Domesticador de Silêncios”, obra resenhada pela Revista Cult e que gerou uma resposta via email de Antônio Carlos Sechin, membro da Academia Brasileira de Letras. 

Deste modo, Ricardo buscará levar ao público o caminho que leva um autor ao encontro de sua própria voz, tendo como base o processo de criação de seu livro.

O encontro ocorrerá em 22 de agosto, um sábado, das 17h ás 19h na sala 2 do Sesc Santos. É gratuito. A mediação será do jornalista André Azenha. Ao fim do encontro, Ricardo autografará seu livro.

O convidado responderá perguntas a respeito do tema e mostrará, em vídeo, alguns trechos do livro, comentando-os e também responderá perguntas do público.

Sobre o livro e o escritor: Foram 15 anos de espera até que Ricardo Flaitt – que também é crítico de cinema e colabora com o site CineZen Cultural - pudesse lançar seu primeiro livro de poemas:, “O Domesticador de Silêncios”.

Nascido em São Paulo há 37 anos, Ricardo viveu dos 10 aos 20 na cidade de Mococa, localizada no Nordeste do Estado de São Paulo, distante 290 quilômetros da capital, fazendo divisa com o Sul de Minas Gerais. A cultura “café com leite” do local e a maneira peculiar de seus moradores falarem influenciaram seu modo de compor poemas, e também o levaram a descobrir a literatura na pequena cidade, aos 16 anos, ao conhecer Getúlio Cardozo, decano da poesia local.

A partir de então, desenvolveu um universo próprio de produção de poemas, marcado sobretudo pela influência roseana da criação de neologismos, a partir da oralidade interiorana. Na sua juventude, compôs poemas presentes em “Domesticador de Silêncios”, como “Cheiros cerzidos”, “Monjolelétrico”, “Varanmundo” e “Ventilador”.

“Na região de Mococa a influência mineira é muito grande e as pessoas falam de maneira rápida, costumam cortar e emendar uma palavra na outra. Isso me chamou a atenção e passou a ser uma maneira de representar meu universo no momento em que escrevi o livro”, afirma Ricardo. Ele havia deixado as faculdades de Letras e Filosofia, que fazia, concomitantemente, nos campus da UNESP, em Assis e em Marília, e voltou a se instalar na cidade de sua infância.

Dessa vivência, nasceram neologismos como suas muitas “conjuminâncias”, sua busca no mais “profundemim”, sua vontade de descobrir objetos e sons como o “trintanar dagulha”, seus “renomeamentos” e “invertebramentos” de palavras e “quimiciriguelas”. As influências vinham não só da literatura, mas também do cinema de Federico Fellini, David Lynch, David Fincher, Godard, Alan Parker, David Lean e Allan Parker.

Com as criações, Ricardo conquistou o Prêmio Literário do Mapa Cultural Paulista, em 2000, promovido pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, com o próprio “Domesticador de Silêncios”. Em 2002, obteve nova conquista no Mapa Cultural Paulista, porém agora na Categoria Composição Musical, ao ver seu poema “Meridianos” ganhar os acordes de Kico Zamarian e a voz de Márcia Tauil. Em 2006, foi premiado no concurso literário da Universidade Federal de São João del-Rei.

Serviço:
Oficina/Bate-papo - “O escritor e o encontro com sua própria voz” com Ricardo Flaitt 
Sábado, 22 de agosto, das 17h às 19h
Sala 2 do Sesc Santos – Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida, primeiro piso
Gratuito. 
Informações: 3278-9800. 
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