sexta-feira, 19 de junho de 2015

.: Yukon Blonde, um som indie reciclando o passado

Por Luiz Gomes Otero
Em junho de 2015

A primeira impressão ao ouvir o disco "On Blonde", da banda canadense Yukon Blonde, é que o trabalho do grupo parece ter sido feito na época errada. O uso de sintetizadores e outros recursos de estúdio nos remetem diretamente para as décadas passadas, ainda que a sonoridade esteja dentro do contexto do indie rock atual.



A banda é liderada por Jeff Innes (vocal e guitarra) e complementada por Brandon Scott (guitarra e vocais), Graham Jones (bateria) e James Younger (baixo e vocais). E vem desde 2000 lançando EPs, conquistando seu espaço no disputado cenário indie rock. Mas com o CD "On Blonde" parece ter acertado o rumo que quer seguir.

O disco começa com "Confused", uma canção com arranjo que mantém solos discretos de guitarra e um sintetizador estilo retrô, como nos bons tempos do Depeche Mode dos anos 80. Tem refrão fácil, perfeito para os shows ao vivo.

O que se ouve depois é uma sucessão de canções bem construídas. "I Wanna Be Your Man", por exemplo, parece puro anos 60. Mas em "Saturday Night" o clima é puro anos 80,  como prova  a introdução feita no sintetizador e um vocal que parece evocar outras bandas  da época. E o clima oitentista volta a ser reforçado nas faixas "Como", "Starvation" e "Jezebel", que trazem uma série de clichês da época, sem soar cópia. Algumas dessas canções poderiam até estar tocando nas rádios.

É preciso entender que muitas bandas do cenário indie têm sua inspiração no passado. E isso não é algo negativo. Muito pelo contrário, pois a Yukon Blonde apenas recicla o que aprendeu ouvindo os discos de outras bandas. É possível produzir algo novo a partir desse conhecimento adquirido ao longo dos anos.





"Como"

"Saturday Night"

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