segunda-feira, 8 de junho de 2015

.: USP: Programação especial sobre centenário do Genocídio Armênio

2015 é o ano do centenário do genocídio cometido pelos turcos contra os armênios. Calcula-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas tenham sido mortas. Seminários nos dias 11 e 12 de junho devem discutir o assunto
Diversas ações vêm acontecendo, principalmente em São Paulo, para relembrar a tragédia do genocídio armênio, que completou seu centenário em 24 de abril. 

O triste acontecimento ocorreu em 1915, quando dezenas de lideranças armênias foram presas e assassinadas em Istambul, dentro de um processo que já ocorria e que se intensificou resultando no massacre da população armênia que vivia no então Império Turco-Otomano. Nesta semana ocorrerá o seminário “Negacionismo, Silêncio e Direitos Humanos”, em 11 e 12 de junho, na USP, em São Paulo, às 16h e 9h, respectivamente. O evento tem coordenação dos professores-doutores Vahan Agopyan, Lusine Yeguiazarian e  Maria Luiza Tucci Carneiro.

Fazem parte da programação do evento palestras e debates, como a conferência inaugural a respeito da história e configuração jurídica do genocídio, com o professor-doutor Dalmo de Abreu Dallari, docente emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, e uma programação musical, com apresentação do pianista Datev Artinian.

Estão previstas ainda, entre outras, a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal aposentado, professor-doutorJosé de Castro Rezek; do presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP, Dr. José Gregori; e do senador José Serra. A programação completa está disponível no site www.usp.br/leer.

Calcula-se que 1,5 milhão de armênios foram mortos ao longo do genocídio e que até um milhão fugiu cruzando a pé o deserto. Eles foram abrigados na Síria, primeiramente, e depois acolhidos pela França, de onde partiram para vários países, entre eles o Brasil.

Para homenagear as vítimas e, com essa triste lembrança, também evitar que novas tragédias como esta assolem a humanidade, a comunidade armênia no Brasil está organizando as ações. Os seminários e as missas são algumas delas.

O genocídio armênio no Brasil: Hoje vivem no Brasil aproximadamente 100 mil armênios, muitos deles descendentes diretos de famílias vítimas do massacre e da perseguição. Para se ter uma ideia da dimensão desse massacre, basta lembrar que hoje vivem na Armênia 3,2 milhões de pessoas.

No Brasil, a comunidade armênia está liderando uma mobilização para rememorar esses fatos e reivindicar junto ao governo brasileiro o reconhecimento do genocídio armênio, além de reforçar na sociedade a consciência de que tais fatos chocantes não devem se repetir contra nenhum povo ou nação.

Na América do Sul, países como Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Bolívia têm legislações que reconhecem o genocídio. Na Europa, a França também tem legislação reconhecendo o massacre como um genocídio e tornando crime sua negação, assim como é com o genocídio cometido contra os judeus. Muitas outras nações, como Alemanha, Grécia, Holanda, Bélgica, Itália, Suécia, Suíça, Rússia, Polônia, Lituânia, Eslováquia, Líbano, Chipre, Canadá, além do Vaticano, também reconhecem o genocídio armênio.

Serviço:
Seminário “Negacionismo, Silêncio e Direitos Humanos”
Data:11/06, às 16h; e 12/06, às 9h
Local: Rua da Reitoria, 374, térreo – Butantã- São Paulo, Sala do Conselho Universitário, Reitoria USP
Inscrições:www.usp.br/leer
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