Por Helder Miranda
Confesso que chorei de soluçar durante praticamente todo o segundo episódio de “MasterChef Brasil”. Ao ver os pratos desfilarem, indo e vindo, na frente de Érick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça, pensei que ali não estavam expostas apenas porções de comida, mas sonhos de gente que nem sequer pensou um dia em se candidatar a um programa como este.
Convenhamos, em duas edições brasileiras, o “MasterChef” não é sonho de ninguém que está ali, expondo o que cozinha e consequentemente se mostrando e disponível para ser humilhado. Respeito é bom, mas os chefs não gostam, preferem escarnecer, diminuir, talvez por se sentirem melhores fazendo isso. Mas por que o “MasterChef” não é sonho de ninguém e por que chorei tanto assistindo a um reality show?
Porque a palavra “sonho” é usada de maneira incorreta. Só se é sonho quando se quer muito algo a vida inteira – uma casa própria, uma profissão, um casamento, uma cura. Todo o resto é “querer”, muito ou pouco, mas não passa disso. Então, quando alguém fala que “sonhava” em participar de algum reality show, chegar à final dele, essa pessoa não está falando de sonho, está falando de um desejo, muitas vezes para satisfazer o próprio ego, principalmente se for favorecido por uma edição.
Marcos, o administrador, teve a implicância imediata da chef argentina. Há algum motivo que faz com que ela imponha alguma distância entre ela e ele. Talvez seja o jeito de dono do mundo, metido a “bonitão”, que fez com que ela dissesse um sonoro “não” de cara. É nítido que Paola detestou o participante por alguma implicância gratuita, que é extremamente interessante ao telespectador.
O publicitário João Felippe, de 44 anos, prometia ser um grande personagem que, mais uma vez, nadou, nadou e morreu na praia. “Por que de novo?”, questionou a chef Paola. “Você estaria nesse lugar hoje se você tivesse desistido na sua primeira objeção?”, disse ele, numa sacada de publicitário, aparentemente bastante orquestrada para gerar uma cena forte e comoção entre os jurados. E o pedido para a mãe, que o havia ensinado a fazer o doce que o levou a ser aprovado, a entregar o avental em vez da chef, foi patético.
Se João Felippe (no início do programa o identificaram no BG como Luiz) tivesse ido longe e, mais ainda, se tivesse conquistado o troféu, ele iria pedir para a mãe entregar o troféu? Muita encenação. O que me incomoda em participantes como ele é que exageram na carga do drama e da autopiedade. É um programa de TV, o cara é publicitário, aparentemente não levanta uma grande causa, nem vai tirar a barriga da miséria se fosse o campeão da temporada, então, por favor, vamos parar de mimimi? Até porque, com tanto drama, se tivesse passado para a próxima etapa, o programa seria um porre...
Outro publicitário, o santista Raul Lemos, promete ser um grande personagem e vem surpreendendo. Os jurados não entenderam o jeito santista de ser, despachado, de bermudão, nitidamente procurando uma oportunidade, como todos os outros ali. E foi isso que me fez chorar. São muito poucos os que querem ser cozinheiros. Todos ali estão em busca de uma oportunidade que possa mudar, de alguma maneira, a vida. Não importa se só querem fama ou dinheiro, estão apostando tudo em um projeto que nem é deles e só visa audiência.
Mas em questão de sonho, a produtora de eventos Izabel provou que tem esse sonho, já que cozinha desde os 12 anos e quase teve a trajetória no programa interrompida por Paola Carossela porque ela não apresentou firmeza. Henrique Fogaça corrigiu este que seria a primeira das grandes injustiças do programa.
Neste episódio, dos participantes representativos, saíram a atleta adaptada Lanny, que era uma personagem interessante, mas que, justiça seja feita, não era o melhor prato, o publicitário João Felippe, que garantiu não tentar uma terceira vez (ainda bem), Fabiana, que assim que passou disse que iria para a final, o italiano Francesco e o músico Piero, Jane, que pareceu promissora com uma sopa de nome complicada e ensaiava uma “paquera de mentirinha” gostosa de se ver com o chef francês Jacques, foi mandada embora. “A gente começou com um jantar à luz de velas, e vai terminar nossa relação dentro de um galpão”. Rose, a amiga competitiva, que deve ter perdido a amizade depois de sua atitude no programa. Dezoito participantes, o joio do trigo, para formar o trigo que irá separar o joio, ou a joia. Chorei novamente.
Confesso que chorei de soluçar durante praticamente todo o segundo episódio de “MasterChef Brasil”. Ao ver os pratos desfilarem, indo e vindo, na frente de Érick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça, pensei que ali não estavam expostas apenas porções de comida, mas sonhos de gente que nem sequer pensou um dia em se candidatar a um programa como este.
Convenhamos, em duas edições brasileiras, o “MasterChef” não é sonho de ninguém que está ali, expondo o que cozinha e consequentemente se mostrando e disponível para ser humilhado. Respeito é bom, mas os chefs não gostam, preferem escarnecer, diminuir, talvez por se sentirem melhores fazendo isso. Mas por que o “MasterChef” não é sonho de ninguém e por que chorei tanto assistindo a um reality show?
Porque a palavra “sonho” é usada de maneira incorreta. Só se é sonho quando se quer muito algo a vida inteira – uma casa própria, uma profissão, um casamento, uma cura. Todo o resto é “querer”, muito ou pouco, mas não passa disso. Então, quando alguém fala que “sonhava” em participar de algum reality show, chegar à final dele, essa pessoa não está falando de sonho, está falando de um desejo, muitas vezes para satisfazer o próprio ego, principalmente se for favorecido por uma edição.
Marcos, o administrador, teve a implicância imediata da chef argentina. Há algum motivo que faz com que ela imponha alguma distância entre ela e ele. Talvez seja o jeito de dono do mundo, metido a “bonitão”, que fez com que ela dissesse um sonoro “não” de cara. É nítido que Paola detestou o participante por alguma implicância gratuita, que é extremamente interessante ao telespectador.
O publicitário João Felippe, de 44 anos, prometia ser um grande personagem que, mais uma vez, nadou, nadou e morreu na praia. “Por que de novo?”, questionou a chef Paola. “Você estaria nesse lugar hoje se você tivesse desistido na sua primeira objeção?”, disse ele, numa sacada de publicitário, aparentemente bastante orquestrada para gerar uma cena forte e comoção entre os jurados. E o pedido para a mãe, que o havia ensinado a fazer o doce que o levou a ser aprovado, a entregar o avental em vez da chef, foi patético.
Se João Felippe (no início do programa o identificaram no BG como Luiz) tivesse ido longe e, mais ainda, se tivesse conquistado o troféu, ele iria pedir para a mãe entregar o troféu? Muita encenação. O que me incomoda em participantes como ele é que exageram na carga do drama e da autopiedade. É um programa de TV, o cara é publicitário, aparentemente não levanta uma grande causa, nem vai tirar a barriga da miséria se fosse o campeão da temporada, então, por favor, vamos parar de mimimi? Até porque, com tanto drama, se tivesse passado para a próxima etapa, o programa seria um porre...
Outro publicitário, o santista Raul Lemos, promete ser um grande personagem e vem surpreendendo. Os jurados não entenderam o jeito santista de ser, despachado, de bermudão, nitidamente procurando uma oportunidade, como todos os outros ali. E foi isso que me fez chorar. São muito poucos os que querem ser cozinheiros. Todos ali estão em busca de uma oportunidade que possa mudar, de alguma maneira, a vida. Não importa se só querem fama ou dinheiro, estão apostando tudo em um projeto que nem é deles e só visa audiência.
Mas em questão de sonho, a produtora de eventos Izabel provou que tem esse sonho, já que cozinha desde os 12 anos e quase teve a trajetória no programa interrompida por Paola Carossela porque ela não apresentou firmeza. Henrique Fogaça corrigiu este que seria a primeira das grandes injustiças do programa.
Neste episódio, dos participantes representativos, saíram a atleta adaptada Lanny, que era uma personagem interessante, mas que, justiça seja feita, não era o melhor prato, o publicitário João Felippe, que garantiu não tentar uma terceira vez (ainda bem), Fabiana, que assim que passou disse que iria para a final, o italiano Francesco e o músico Piero, Jane, que pareceu promissora com uma sopa de nome complicada e ensaiava uma “paquera de mentirinha” gostosa de se ver com o chef francês Jacques, foi mandada embora. “A gente começou com um jantar à luz de velas, e vai terminar nossa relação dentro de um galpão”. Rose, a amiga competitiva, que deve ter perdido a amizade depois de sua atitude no programa. Dezoito participantes, o joio do trigo, para formar o trigo que irá separar o joio, ou a joia. Chorei novamente.
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