terça-feira, 9 de junho de 2015

.: Masterchef Brasil 2x3: Para quem ficou órfão de Cássia, como eu

Por Helder Miranda

Dizem que o sabor da comida reflete em nosso estado de espírito. E, com a pressão que é imposta aos participantes, chega a ser um milagre que algo saia bom, mas sai. Dom ou talento? E os participantes que foram superestimados por um prato sobreviverão?

O episódio começou com os participantes ainda deslumbrados por estar dentro do programa. Izabela, com suas tiradas parecidas com a de uma personagem de literatura chick-lit ou de um seriado açucarado, vem ganhado espaço e o coração de alguns fãs. 

A artista plástica Patrícia foi a primeira eliminada. “Muitos vão sair, eu só fui a primeira. MasterChef é só um”, relembrou ela em depoimento. Sabrina trouxe um frango cru, e ninguém comeu o prato que ela fez. Foi a primeira injustiça, pois a eliminação de Cássia foi prematura. 

Eles perderam uma ótima personagem, um exemplo de superação e alguém que fez da cozinha no programa, aquela que aparentemente é o seu algoz, uma maneira de ser aceita. Fica a lamentação da perda de uma boa história para contar. Mas vão-se os anéis e ficam os dedos cortados, para variar, dos participantes. 

Cássia talvez fosse uma participante pautada pelo drama, pelo menos tudo o que ela apresentou – dela mesma, apresentou isso, ou parte disso. Mas ali poderia ser desenhada uma história de superação. Mas, ao mesmo tempo em que me penalizou a saída dela, também me deixou bravo. 

Quem se candidata ao MasterChef não pode ficar de “mimimi”, e essa foi exatamente a reação de Cássia e de outros participantes ao saberem que precisava depenar um frango. “Eu estive na cozinha do MasterChef. E isso significou um crescimento pessoal muito, muito, muito importante na minha vida”. Que assim seja, Cássia. Ela tem consciência de que o caminho é muito comprido, mas, sem autopiedade, pois em três programas já tivemos exemplos de que drama forçado e autocomplacência não combinam nessa jornada.

Essa menina, porque Cássia é apenas uma menina, merecia ter tido uma segunda chance - principalmente em comparação ao prato de Sabrina, que nem foi saboreado, além disso, ela já é uma mulher com, teoricamente, mais experiência que a caçula das duas edições do programa. 

Depois de uma segunda prova que eliminaram duas competidoras, vem a terceira prova entre os piores das disputas anteriores. Larissa saiu e eu não sei o que escrever a respeito desta candidata mediana, mas cheia de atitude e tiradas engraçadas. Ela reclamou, correta, do cansaço mental e físico, fora a correria. Para escolher um chef de cozinha, não precisa tanta desumanidade, para um programa de TV, sim, para o deleite dos sádicos telespectadores, como eu. Fizeram um ovo beneditino. Disseram que é um clássico, eu nunca ouvi falar. Jiang, minha musa chinesa, ficou, gosto dela. Marco ainda vai render. Sabrina, sobrevivente da primeira injustiça do programa, promete, à sua moda, dar pano para manga. 

E o que dizer daquela propaganda ridícula entre os chefs em um hipermercado ensinando figurantes de falas decoradas? Risível é pouco, mas pelo menos compensou o chororô do segundo episódio.

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