terça-feira, 9 de junho de 2015

.: “Histórias Que o Rádio Não Contou” será lançado dia 12

Um dos precursores da rádio na região, Reynaldo Tavares lança, pela Paulus Editora, a terceira edição, revista e ampliada, do livro “Histórias Que o Rádio Não Contou - Do Galena ao Digital, Desvendando a Radiofusão no Brasil e no Mundo”, dia 12 de junho, às 18h30, na Concha Acústica Vicente de Carvalho, na Praia do Gonzaga. O bate-papo terá mediação da jornalista Inês Bari.

O local de lançamento - fechado em 2001 por uma decisão judicial e reaberto em janeiro de 2015, recebendo, desde então, um público de sete mil pessoas - tem uma razão afetiva para ser escolhido: Reynaldo Tavares, autor do livro, foi o primeiro coordenador deste espaço, na década de 80, durante o governo do prefeito Paulo Barbosa, pai do atual prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.

Se na obra Reynaldo Tavares conta toda a trajetória da Rádio, em Santos ele também fez história na radiofusão, já que foi um dos fundadores e primeiro Diretor/Gerente da Rádio Tribuna AM, inaugurada em 31 de julho de 1961, desenvolvendo todo o projeto de implantação, desde a criação da linha editorial e artística, até a seleção dos primeiros redatores, locutores, programadores, noticiaristas, operadores, até os outros profissionais envolvidos.

Reynaldo também é autor do projeto que implantou o curso de radialista no Senac em São Paulo no início da década de 80, e foi docente da disciplina Rádio e Telecomunicação na Prática de Comunicação. A primeira unidade que recebeu o curso foi Guarulhos, depois Santos, seguida por Sorocaba, até se espalhar por todo o interior paulista. 

O lançamento do livro é uma promoção da Secretaria da Cultura de Santos, e contará com bate-papo com o autor, respondendo sobre curiosidades da história da rádio, e apresentação do Quarteto de Cordas Martins Fontes. 

Obra corrige erro cometido mundialmente
“Histórias Que o Rádio Não Contou” conta deliciosos detalhes sobre grandes nomes da rádio, como Roquette-Pinto, Ademar Casé, Carmen Miranda, Francisco Alves, considerado no auge como “O Rei da Voz”, o sambista Noel Rosa, entre outros. 

Há também curiosidades sobre as “Rainhas do Rádio”, os programas humorísticos, as radionovelas, as cinco Copas do Mundo conquistadas pelo Brasil e a participação do país na II Guerra Mundial sob o ponto de vista radiofônico. 

Mas, entre as “histórias que o rádio não contou”, a mais importante delas é a divulgação de que o inventor da rádio não foi o italiano Guglielmo Marconi, que figurou em várias enciclopédias mundiais até 1997 como o descobridor dessa maravilha tecnológica, mas o gaúcho Padre Roberto Landell de Moura, nascido em janeiro de 1861, que foi pároco de Santos durante alguns meses no ano de 1892. Perseguido, segundo o autor do livro, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, o Padre Landell de Moura era transferido com frequência.  De Santos, foi para Campinas e de lá para São Paulo, onde, em 1894, fez a primeira experiência radiofônica.

O lançamento do livro vem com o objetivo de reparar esse erro histórico, causado por uma pequena confusão: enquanto Landell de Moura conseguiu levar a voz e o som para distâncias incalculáveis, Marconi inventou a radiotelegrafia sem fio que, nada mais é, do que a transmissão em sinais extraídos do Código Morse.

Perseguido pela Igreja Católica, Landell de Moura, que teve seu laboratório destruído por paroquianos incentivados pelo clero, foi taxado como alguém que tinha pacto com o demônio, louco, bruxo, praticante do espiritismo e do candomblé. Landell não inventou apenas o rádio, mas o telefone sem fio e a ressonância magnética. Quase 100 anos depois, os inventos foram reconhecidos e o nome dele está inscrito no Pantheon dos Heróis Brasileiros, em Brasília.

Santos, Hebe Camargo e a primeira emissora de TV santista
Reynaldo Tavares começou a carreira na Rádio Atlântica de Santos e, nessa terceira edição, escreveu um capítulo exclusivo sobre a cidade. A obra trata, também, da primeira emissora de televisão santista, instalada na rua José Caballero, entre 1952 a 1958, que trazia para os estúdios da Rádio  Club de Santos grandes nomes nacionais, como Hebe Camargo que, às terças, descia a Serra do Mar pelo “Expresso Luxo” e passava o dia inteiro na cidade para trabalhar na emissora e na rádio. 

Neste capítulo, ele narra quais foram os principais radialistas de todas as rádios AM de Santos, tendo como pano de fundo a área política e falando sobre todos os prefeitos eleitos, por ordem cronológica, desde 1907 até os dias atuais. A nova edição conta com centenas de fotografias, que ilustram o texto e dois CDs, com transmissões narradas por grandes nomes da rádio. 

Sobre o autor
Santista, Reynaldo Castilho Tavares nasceu em 30 de junho de 1928. É bacharel em Ciências Sociais, jornalista, publicitário, radialista, escritor, pesquisador, memorialista e professor universitário na cadeira de Rádioteleeducação, com vários cursos de especialização como: Relações Humanas, Relações Industriais, Relações Públicas, Propaganda, Marketing e Merchandising. É membro da Academia Paulista de Jornalistas, onde ocupa a cadeira nº 13, cujo patrono foi Antônio de Alcântara Machado e o fundador foi José Blota Júnior.

Ao longo de sua extensa carreira profissional conquistou mais de 100 Títulos Honoríficos. Atuou por mais de 60 anos com comunicação, tanto impressa quanto eletrônica, e implantou o “Serviço de Utilidade Pública” pelo Rádio no Estado de São Paulo e o “Rádio Laboratório”, criando oportunidades de trabalho aos estudantes de radialismo.

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