quarta-feira, 20 de maio de 2015

.: O tipo dona-de-casa, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2015



Não gosto mesmo de passar roupa... Contudo, o meu desafio maior é o de fazer comida. Até faço uma gororoba que dá para enganar o estômago, mas não sou chegada na arte culinária.

Sabe aquele arroz sem qualquer sal? Aquele bolo totalmente deformado? O franguinho frito com a aparência de um alien? Pois bem. Eu sei fazê-los. Sim! Sou deste tipo de dona-de-casa.


Cuidar do ninho de amor, tarefa cansativa, que consome muita energia e nunca aparece aos olhos dos outros é algo que muito me encanta. Reclamo da falta de valor -do outro- na limpeza diária ou daquele faxinão semanal feito no capricho. Mesmo assim, prefiro passar um dia inteiro tirando pó, lustrando móveis... limpando tudo de uma casa, menos cozinhar.

Não sei qual foi o trauma causado em mim. Lembro como se fosse hoje, no primeiro dia de casada fiz panqueca e o almoço foi incrível, principalmente considerando que, até então, nunca havia feito qualquer comida daquele tipo. Não estou mentindo! Fiz até um potinho especial para o meu sogro que se lambuzou, aprovando a minha criação. 

É claro que, ao longo destes quase 9 anos de casada, melhorei e muito na cozinha. Embora o meu frango não tenha a melhor das aparências, já não me esqueço de salgá-lo e temperá-lo, assim como o arroz. Há também o caso do bolo Torre de Babel... torto e cheio de imperfeições, mas tão saboroso que a feiura acaba sendo perdoada.


Sim! Este é o meu tipo de ser dona-de-casa. Amo cuidar de tudo, só não me peça para cozinhar.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm 

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