sábado, 11 de abril de 2015

.: Série e a resistência da imprensa brasileira na ditadura militar

Terceiro episódio de Resistir é preciso vai ao ar na próxima terça-feira


À meia-noite da próxima terça, dia 14 de abril, para quarta-feira, a TV Cultura exibe o terceiro episódio de Resistir é preciso. A série resgata a trajetória da imprensa brasileira que resistiu e combateu o golpe militar. 
Começa a Ditadura Militar. A Resistência pela Imprensa também – título desta edição – traz a luta e as estratégias usadas pelos jornais para continuarem circulando. O golpe militar de 1964, de imediato, silenciou a imprensa operária, sindical e socialista. A última edição do jornal Novos Rumos, do partido comunista brasileiro, foi dia 1º de abril desse mesmo ano. A Pif Paf, primeira revista da resistência, teve uma curta trajetória. Foi fechada na 8ª edição. 

Entre as histórias relatadas nesta edição, há o fato curioso envolvendo o jornal Binômio, de Belo Horizonte. Criado em 1952, pelo jornalista José Maria Rabêlo, o impresso usava o humor para criticar todos os governos. Previu o golpe muito antes e denunciou os militares autoritários. Seu diretor teve que enfrentar, a socos, o general que invadiu a redação para reclamar de uma reportagem. 

O Sol surgiu no Rio de Janeiro em 1967 e sua estratégia de sobrevivência era circular encartado no jornal dos esportes, com paginação vertical para facilitar a leitura. Já em São Paulo, os estudantes do grêmio da faculdade de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo) criavam o Amanhã. 

A imprensa dos partidos de esquerda, que estava proibida, se recupera e publica, na clandestinidade, a Voz Operária, do PCB (Partido Comunista Brasileiro). E, em maio de 1968, surge o Libertação, jornal da AP (Ação Popular).

Levado ao ar semanalmente, o programa com 10 episódios é uma coprodução da TV Brasil, TC Filmes e TVM, feita com apoio do Instituto Vladimir Herzog, com narração e apresentação do ator Othon Bastos.


A série: Resistir é preciso traz depoimentos e material historiográfico de jornalistas que atuaram em três frentes de combate: a imprensa alternativa, a clandestina e a que atuava no exílio. A atração recupera a história de jornais alternativos, como o PifPaf, o Pasquim, Bondinho, Opinião e outros, permitindo conhecer as dificuldades de produção, as perseguições e manobras para mantê-los em circulação. Para relembrar e construir essas histórias, Resistir é preciso conta com depoimentos de jornalistas como Audálio Dantas, Juca Kfouri, Laerte, Raimundo Pereira, Paulo Moreira Leite, Bernardo Kucinsky, José Hamilton Ribeiro, entre tantos outros.
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