terça-feira, 21 de abril de 2015

.: Peça "O Fingidor" tem temporada prorrogada, no Tucarena

O espetáculo "O Fingidor" - com texto e direção Samir Yazbek - prorroga sua temporada no Tucarena até o dia 17 de maio, com sessões às sextas-feiras (21h30), sábados (21h) e domingos (19h). Inspirado na vida e obra de Fernando Pessoa, o espetáculo está comemorando 15 anos, juntamente com os 80 anos de morte do poeta. A temporada também integra a programação de 50 anos do TUCA, festejados em setembro.

O “Fingidor” - Prêmio Shell de melhor autor e uma das mais festejadas montagens da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou – a peça é uma obra de ficção. O texto apresenta o poeta em seus últimos dias, quando se candidata disfarçado a uma vaga de datilógrafo, oferecida por um crítico literário, profundo conhecedor de sua obra. Envolvendo personagens reais e fictícios, inclusive os heterônimos de Pessoa, o espetáculo traz uma visão bem-humorada sobre a poética do autor.

Este retorno ao palco traz parte do elenco da montagem original, encabeçado por Helio Cicero que divide o palco com Daniela Duarte, Douglas Simon, Fause Haten, Fernando Oliveira, Fernando Trauer, Gabriela Flores, Luiz Eduardo Frin e Marcelo Cozza.

Esta é a sexta temporada de “O Fingidor” em São Paulo, tendo ainda se apresentado com sucesso em Portugal (XXV FITEI , no Porto, e no I Encontro Luso-brasileiro de Cultura, em Serpa), além de outras cidades brasileiras. O texto também foi adaptado para a televisão (Rede Cultura, projeto “Direções”), publicado duas vezes em português e traduzido para outros idiomas, como o francês e o espanhol. Para 2015, está previsto o lançamento de uma nova edição de “O Fingidor", pela Editora Giostri, e está em andamento um projeto de recriá-lo no cinema, pelo diretor Ugo Giorgetti.

O enredo: Segundo Samir Yazbek , "O Fingidor" não pretende ser um recital de poesia, tampouco uma biografia teatralizada do poeta. A peça serve-se da heteronímia, recurso por meio do qual Pessoa criava personalidades literárias, para apresentar, em carne e osso, uma personagem que Pessoa nunca imaginou: um “certo” Jorge Madeira (Helio Cicero). 

No enredo, Fernando Pessoa, vivendo seus últimos dias, disfarça-se como o datilógrafo Madeira, para conhecer José Américo, o crítico literário que o admira e prepara uma conferência sobre a sua obra. A partir daí, temos uma história com muitas surpresas. As situações se desenrolam com personagens reais e fictícias, tais como a governanta Amália, de quem Pessoa enamora-se, a irmã do poeta, o editor de uma revista literária, um jovem estudante de literatura e os principais heterônimos de Pessoa, resultando numa parábola sobre papel do artista na sociedade moderna.

A montagem: A direção de Yazbek valoriza o trabalho do elenco por meio da trajetória das personagens, investindo na comunicação com o público, abarcando desde a comédia de costumes até o drama existencial, revelando os aspectos mais sombrios da personalidade do poeta. Inspirada nas múltiplas vozes de Pessoa, a encenação transita entre a realidade e a imaginação, fazendo com que a crítica Mariângela Alves de Lima dissesse à época da estreia, no jornal O Estado de São Paulo: “ Samir Yazbek faz um espetáculo encantador pela simplicidade com que trama o imaginário e o ‘real’”.

Dialoga com essa concepção o cenário de Marisa Rebolo, formado por painéis deslizantes que, conforme a condução do elenco, ora se apresentam de forma opaca, com os escritos de Fernando Pessoa, compondo os ambientes realistas, ora de forma transparente, revelando outros planos de ação.

O figurino de Elena Toscano é inspirado na linguagem de época, mas, no caso dos heterônimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis , aproxima-se do expressionismo, traduzindo as contradições da poética de Pessoa. Em se tratando do heterônimo vivo, Jorge Madeira, o figurino revela uma identidade farsesca, remetendo a um referencial brasileiro de cultura popular. A sonoplastia de Raul Teixeira e a iluminação de Celso Marques intensificam as ambigüidades presentes na encenação.


Ficha técnica 
Espetáculo: “O Fingidor”
Texto e direção:  Samir Yazbek
Elenco: Helio Cicero (Fernando Pessoa e Jorge Madeira), Daniela Duarte (Amália Conceição), Douglas Simon (José Américo), Fause Haten (Álvaro de Campos), Fernando Oliveira (Afonso Camargo), Fernando Trauer (Alberto Caeiro), Gabriela Flores (Henriqueta Madalena), Luiz Eduardo Frin ( Ricardo Reis ) e Marcelo Cozza (Miguel Escudero).
Dramaturgi​a​: Maucir Campanholi
Direção original de movimento: Dani Hu
Cenografia: Marisa Rebolo
Figurino: Elena Toscano
Concepção de luz original: Celso Marques
​Montagem e operação de luz: G​abriela Araujo e G​uilherme Trindade
Sonoplastia: Raul Teixeira
Assistência de direção e operação de som: Izabel Hart
​Programação visual original: Diego Spino​
Finalização de arte​ e desenvolvimento de app​: ​Bluesman Design Studio
Fotografias cena​: Fernando Stankuns
​​V​ídeo​: ​ Daniel Lopes
Assistência de produção:  Marília Yazbek
Produção executiva: Marcela Sanchez
Direção de produção: Silvia Marcondes Machado
Administração: Mecenato Moderno
Apoio cultural: Porto Seguro
Realização: Companhia Teatral Arnesto nos Convidou
Site: www.arnesto.art.br / Facebook: facebook.com/arnestonosconvidou​

Serviço 
Local: Tucarena  - www.teatrotuca.com.br
Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes/SP (entrada Rua Bartira). Tel: (11) 3670-8455
Temporada: Sexta (às 21h30), sábado (às 21h) e domingo (às 19h) - Até 17/05
Ingressos: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (meia); R$ 10,00 (estudantes, professores e funcionários da PUC-SP). Antecipados: www.ingressorapido.com.br (4003-1212). Grupos: (11) 5571-1407
Duração: 1h40 - Gênero: Drama cômico - Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 170 lugares - Ar condicionado - Acesso universal Estacionamento conveniado: R$ 14,00 (Pier Park, R. Monte Alegre, 835, tel. 3120-5052)
Reestreia: 7/3/2015

Histórico de “O Fingidor”: Desde a sua estreia, em 20 de agosto de 1999, após cinco temporadas em São Paulo (1999, 2002, 2006, 2009 e 2013), apresentando-se no Rio de Janeiro (2002) e participando do Porto Alegre em Cena (2007), “O Fingidor” acumulou uma série de distinções. Em 1999, Samir Yazbek recebeu o Prêmio Shell de melhor autor pela peça. Em 2002, o trabalho representou o Brasil no XXV FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica), do Porto, em Portugal, e no I Encontro Luso-brasileiro de Cultura, em Serpa, Portugal. Em 2004, a Editora Ática, por meio do PNBE (Programa Nacional de Biblioteca da Escola), do Ministério da Educação, distribuiu a peça para 475 mil alunos da rede pública de ensino. Em 2005 o texto foi traduzido para o francês, teve leitura dramática no XX Festival de Cádiz, na Espanha, e foi montado por diversos grupos em estados brasileiros como Amazonas, Ceará, Curitiba etc. 

Em dezembro de 2005, em sua edição de número 100, a Revista Bravo! colocou “O Fingidor” em 16º lugar, entre os 100 melhores espetáculos de teatro e dança dos últimos oito anos. Em 2006, o Banco Santander Banespa patrocinou uma temporada da peça em homenagem aos 70 anos de morte de Fernando Pessoa, no Teatro TUCA. No mesmo ano, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançou pela Coleção Aplauso, além de “O Fingidor”, outros dois textos premiados do autor: “A Terra Prometida” e “A Entrevista”. Em 2008, Samir Yazbek adaptou “O Fingidor” para a televisão, com o mesmo elenco da temporada anterior, no programa “Direções”, uma parceria da TV Cultura com o SESC TV. 

Em 2009, “O Fingidor” realizou temporada comemorativa dos dez anos, novamente no Teatro TUCA. Em 2013, o espetáculo integrou a programação do projeto “Imersão Samir Yazbek ”, realizado pelo Sesc São Paulo, abarcando o repertório da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou, leituras dramáticas de outros textos do autor, além de workshops de dramaturgia e interpretação. Nos últimos anos, a peça foi publicada pela revista cubana Conjunto, da Casa de Las Américas, além da editora mexicana Libros de Godot, com mais três obras destacadas do autor.

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