Muito dos nossos gostos, de nossas escolhas, dizem muito a respeito de nós mesmos.
E revelar o livro favorito não deixa de ser uma superexposição. Dentro da campanha #MeuLivroFavorito, o Resenhando.com publica, a cada sexta-feira, uma indicação diferente. O objetivo de incentivar a leitura dos internautas, a partir da divulgação de livros favoritos de pessoas famosas e anônimas.
Nesta semana, o poeta e editor da revista "Mirante" Valdir Alvarenga revela que o seu livro preferido é o romance "Demian", de Herman Hesse.
"'Demian', de Hermann Hesse, me marcou muito e influenciou muitas gerações de sua época... No meu caso, este livro foi um amigo que conversou numa época pós-adolescência. Eu estudava no Ginásio Bairro Chinês, atual Mário de Almeida Alcântara... Resumindo, numa época em que eu não me comunicava com ninguém, a não ser o meu mundo interior, este livro falou comigo e me ajudou, por mais que as historias de Hesse e a minha fossem desiguais".
Valdir Alvarenga
O livro
Escrito por Hermann Hesse, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1946, "Demian" é considerado por muitos críticos a principal obra do autor, O livro mostra a influência que Hesse sofreu a partir do contato dos escritos por Nietzsche e a aplicação de seus conhecimentos de psicanálise, na elaboração do drama ético e da enorme confusão mental de um jovem que toma consciência da fragilidade da moral, da família e do Estado.
O enredo gira em torno de um jovem - Emil Sinclair, protagonista e narrador - criado por pais muito piedosos que, de repente, percebe-se em um mundo bem diferente daquele pregado por seus pais e avós. Atormentado pela falta de respostas às perguntas que faz sobre a existência, passa a procurar na introspecção as respostas.
Dividido entre o mundo ideal e o real, com suas interpretações (mundo claro e paternal, associado às idéias de seus pais e à residência destes, e o mundo sombrio e frio, externo à residência dos pais e com valores estranhos a estes), Sinclair experimenta ambos, através do confronto com suas próprias concepções, para tentar encontrar sua verdadeira personalidade.
Percorrendo este caminho perigoso, influenciado por Max Demian, um colega de classe precoce e envolvente, ele prova do crime, da amizade e das incertezas - surpresas que engendram as descobertas de sua vida adolescente. Sinclair, então, se rebela contra as convenções sociais e descobre não apenas a independência, mas o poder de praticar o bem ou o mal. A relação de Sinclair e Demian atravessa toda a narrativa a partir do momento que os personagens se conhecem.
Demian revela a Sinclair que existem os filhos de Caim, pessoas que possuem a capacidade de exercer o bem e o mal; também apresenta a entidade Abraxas, divindade de características humanas - também capaz de exercer o bem e o mal. A obra tem muitas referencias bíblicas, como o Sinal de Caim e o Gólgota, tornando difícil a leitura a quem não sabe muito sobre a religião cristã, mas também trata de misticismo e autoconhecimento, da busca da essência do "Eu".
A obra narra principalmente os conflitos internos que um indivíduo passa desde a infância, através da adolescência, até sua idade adulta. É possível afirmar que Demian trata-se de um romance iniciático, descrevendo os contatos de um indivíduo com aspectos existenciais e de sua personalidade.
Sobre Valdir Alvarenga
Nascido em 21 de abril, é formado em Letras pela Universidade Católica de Santos. "Eu? Apenas uma gota no Oceano do Uni Verso", ele se define, sem deixar de perceber que cada momento é um momento novo. E, entre as citações preferidas, está a de Sócrates:
"Só sei que nada sei". Valdir Alvarenga é o idealizador e editor da revista "Mirante", a revista independente de poesias e literatura mais antiga do país, sempre lançada, desde 1982, em eventos que reúnem poesia, canções, escritores, poetas e gente interessada em boa literatura.
É autor dos livros "Plenilúnio", "Pequeno Marginal" e "Autógrafo". Foi membro do lendário grupo "Picaré", que contou com nomes como Antonio Canuto, Edilza de Souza Fernandes, Sergio Marques Ferreira, Orleyd Faya, Fausto José, Vieira Vivo, Inês Bari, Sidney Sanctus e Raul Christiano Sanchez.
E revelar o livro favorito não deixa de ser uma superexposição. Dentro da campanha #MeuLivroFavorito, o Resenhando.com publica, a cada sexta-feira, uma indicação diferente. O objetivo de incentivar a leitura dos internautas, a partir da divulgação de livros favoritos de pessoas famosas e anônimas.
Nesta semana, o poeta e editor da revista "Mirante" Valdir Alvarenga revela que o seu livro preferido é o romance "Demian", de Herman Hesse.
"'Demian', de Hermann Hesse, me marcou muito e influenciou muitas gerações de sua época... No meu caso, este livro foi um amigo que conversou numa época pós-adolescência. Eu estudava no Ginásio Bairro Chinês, atual Mário de Almeida Alcântara... Resumindo, numa época em que eu não me comunicava com ninguém, a não ser o meu mundo interior, este livro falou comigo e me ajudou, por mais que as historias de Hesse e a minha fossem desiguais".
Valdir Alvarenga
O livro
Escrito por Hermann Hesse, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1946, "Demian" é considerado por muitos críticos a principal obra do autor, O livro mostra a influência que Hesse sofreu a partir do contato dos escritos por Nietzsche e a aplicação de seus conhecimentos de psicanálise, na elaboração do drama ético e da enorme confusão mental de um jovem que toma consciência da fragilidade da moral, da família e do Estado.
O enredo gira em torno de um jovem - Emil Sinclair, protagonista e narrador - criado por pais muito piedosos que, de repente, percebe-se em um mundo bem diferente daquele pregado por seus pais e avós. Atormentado pela falta de respostas às perguntas que faz sobre a existência, passa a procurar na introspecção as respostas.
Dividido entre o mundo ideal e o real, com suas interpretações (mundo claro e paternal, associado às idéias de seus pais e à residência destes, e o mundo sombrio e frio, externo à residência dos pais e com valores estranhos a estes), Sinclair experimenta ambos, através do confronto com suas próprias concepções, para tentar encontrar sua verdadeira personalidade.
Percorrendo este caminho perigoso, influenciado por Max Demian, um colega de classe precoce e envolvente, ele prova do crime, da amizade e das incertezas - surpresas que engendram as descobertas de sua vida adolescente. Sinclair, então, se rebela contra as convenções sociais e descobre não apenas a independência, mas o poder de praticar o bem ou o mal. A relação de Sinclair e Demian atravessa toda a narrativa a partir do momento que os personagens se conhecem.
Demian revela a Sinclair que existem os filhos de Caim, pessoas que possuem a capacidade de exercer o bem e o mal; também apresenta a entidade Abraxas, divindade de características humanas - também capaz de exercer o bem e o mal. A obra tem muitas referencias bíblicas, como o Sinal de Caim e o Gólgota, tornando difícil a leitura a quem não sabe muito sobre a religião cristã, mas também trata de misticismo e autoconhecimento, da busca da essência do "Eu".
A obra narra principalmente os conflitos internos que um indivíduo passa desde a infância, através da adolescência, até sua idade adulta. É possível afirmar que Demian trata-se de um romance iniciático, descrevendo os contatos de um indivíduo com aspectos existenciais e de sua personalidade.
Sobre Valdir Alvarenga
Nascido em 21 de abril, é formado em Letras pela Universidade Católica de Santos. "Eu? Apenas uma gota no Oceano do Uni Verso", ele se define, sem deixar de perceber que cada momento é um momento novo. E, entre as citações preferidas, está a de Sócrates:
"Só sei que nada sei". Valdir Alvarenga é o idealizador e editor da revista "Mirante", a revista independente de poesias e literatura mais antiga do país, sempre lançada, desde 1982, em eventos que reúnem poesia, canções, escritores, poetas e gente interessada em boa literatura.
É autor dos livros "Plenilúnio", "Pequeno Marginal" e "Autógrafo". Foi membro do lendário grupo "Picaré", que contou com nomes como Antonio Canuto, Edilza de Souza Fernandes, Sergio Marques Ferreira, Orleyd Faya, Fausto José, Vieira Vivo, Inês Bari, Sidney Sanctus e Raul Christiano Sanchez.
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