Nada melhor para valorizar um trabalho inédito e arrojado que o reconhecimento. E foi com grande satisfação que a equipe da editora Nossa Cultura, ao lado do Ateliê João Turin, recebeu a notícia de estar entre os três finalistas de dois prêmios concedidos anualmente pela Associação Brasileira de Críticos de Arte.
Na categoria "autor por pesquisa publicada" (Prêmio Sérgio Milliet), o crítico de arte José Roberto Teixeira Leite, pela biografia “João Turin – Vida, Obra, Arte”, da editora Nossa Cultura, e no Prêmio Paulo Mendes de Almeida, em que a mostra homônima do livro, que teve a curadoria de Teixeira Leite, concorre como a melhor exposição de 2014.
Para José Roberto Teixeira Leite, autor do livro e curador da exposição do artista, o fato das indicações aos prêmios já denota a importância de todo o trabalho realizado. “A inclusão de ambos nos prêmios a serem atribuídos pela ABCA representa o reconhecimento de todo um enorme trabalho de equipe, e um passo importante para que a obra deste grande escultor brasileiro seja mais e mais conhecida”, afirmou.
O livro, que conta a história da vida de Turin, e foi lançado simultaneamente à abertura da exposição no Museu Oscar Niemeyer – MON – em junho do ano passado; faz frente junto aos outros finalistas de peso. A obra “Arte e Arquitetura no Vale do Paraíba”, de Percival Tirapeli, e “Design: o Livro dos Porquês”, de Alberto Cipiniuk.
No Prêmio Paulo Mendes de Almeida, a mostra do Turin, que ficou no MON de junho de 2014 até fevereiro deste ano e consagrou-se como a mais visitada da história do museu, recebendo 266 mil pessoas, foi indicada ao lado de outras grandes exposições: a de Mira Schendel, artista suíça naturalizada brasileira, que esteve na Pinacoteca de São Paulo de julho a outubro do ano passado; e a mostra do pintor franco-alemão Hans Hartung, que esteve no Centro Cultural Banco do Brasil, também em São Paulo, do início de novembro até janeiro deste ano.
Os vencedores dos prêmios da ABCA serão conhecidos no dia 29 de abril.
Sobre a exposição
Foram expostos 130 bronzes, sendo grande parte deles inéditos, uma vez que Turin deixou dezenas de matrizes em gesso prontas, já que lhe faltavam recursos para fundi-las. Entre as peças, estarão as que lhe consagraram como um dos principais escultores animalistas brasileiros: Marumbi, Luar do Sertão, Tigre pisando na cobra e Onça à espreita. Os visitantes também puderam admirar de perto o "Frade", escultura escolhida pelo governo brasileiro para presentear o Papa Francisco em sua visita ao Brasil em 2013, o que coloca João Turin entre os raríssimos artistas brasileiros presentes no Museu do Vaticano.
A mostra também trouxe uma verdadeira relíquia: uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, na Baixa Normandia, França. Mesmo depois da região ter sido severamente bombardeada e a Igreja de Saint Martin, com mil anos de história, seriamente danificada, a escultura permaneceu intacta. Além de documentos, desenhos, estudos e cartas do artista paranaense, a exposição trouxe uma reconstrução da “Casa Paranista”, símbolo maior do Paranismo. O movimento artístico onde Turin foi um dos idealizadores, buscava expressar na arte e arquitetura em geral símbolos tipicamente paranaenses, como o pinheiro e o pinhão.
Sobre o livro
Vida, obra e arte do grande escultor brasileiro João Turin (1878-1949), nascido no Paraná, filho de imigrantes italianos, constituem o tema do presente livro, que em 20 capítulos focaliza os primórdios do artista em Curitiba, os anos de aperfeiçoamento em Bruxelas, o longo período parisiense, o retorno ao Brasil, as diferentes fases de sua carreira, as principais características de sua produção – concretizada em bustos, relevos, estátuas, figuras de indígenas, monumentos, alegorias, soberbas representações de animais (não fosse ele o mais importante escultor animalista que o Brasil produziu), como também em pinturas, desenhos, projetos arquitetônicos, design de móveis, objetos decorativos e inclusive, pioneiramente, de moda -, sua participação decisiva no Paranismo e, para concluir, um juízo crítico sobre sua arte e sobre o lugar que de justiça lhe cabe no panorama da escultura brasileira do século XX. Texto em português e inglês, extensa bibliografia, 247 ilustrações.
Sobre o autor
José Roberto Teixeira Leite dedica sua vida à arte e mantém um rico currículo: professor universitário de História da Arte no Brasil, lecionou em instituições de renome como a UFRJ, Universidade Gama Filho, Instituto de Artes do Rio de Janeiro e Universidade Estadual de Campinas; pesquisador, fez a crítica de arte em grandes veículos da imprensa como jornal O Globo, Folha de São Paulo, revista Bravo! e Veja; curador de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, autor colaborador de mais de 30 livros, diretor do Museu Nacional de Belas Artes (1961-1964), exerceu cargos na Associação Brasileira de Críticos de Arte por diversas vezes, membro do Conselho de Orientação da Pinacoteca do Estado de São Paulo de 1989 a 2010.
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