quarta-feira, 29 de abril de 2015

.: Incentivo cultural no Brasil é desvendado em publicações

Material inovador para apoiar produtores de eventos foi lançado no Fórum Mercado DF Criativo, que discutiu os desafios do segmento
 
Três publicações vão ajudar os produtores de eventos culturais a elaborar suas propostas para obter o mecenato, uma forma de incentivo cultural que utiliza de mecanismos de renúncia fiscal para estimular empresas a patrocinarem projetos em troca de dedução de impostos. O material, formado por uma cartilha, um site e um catálogo, foi lançado em Brasília na última terça-feira, 28 de abril, durante o Fórum Mercado DF Criativo, evento que debateu os desafios da economia criativa na perspectiva de abertura de novos mercados.

A cartilha Projetos Culturais: como elaborar, executar e prestar contas mostra como criar propostas mais eficientes. “Esse produto não é novidade no mercado, mas o fato de focar na prestação de contas é inovador. Temos um grande número de agentes culturais inabilitados para financiamentos futuros por não terem feito a prestação de contas de projetos anteriores da maneira correta”, pondera Ronaldo de Moura, coordenador da pesquisa e diretor do Instituto Alvorada Brasil, parceiro do Sebrae nessa iniciativa.

O site Mapa de Financiamento de Projetos Culturais reúne informações sobre projetos executados entre setembro de 2008 e dezembro de 2013 por meio das leis de incentivo à cultura nos níveis federal, estadual e municipal. Também apresenta textos de referências e o conjunto da legislação sobre mecenato cultural no Brasil. Já o catálogo Mecenato Cultural no Brasil reúne rankings construídos a partir das diversas informações sintetizadas pela pesquisa. É possível, por exemplo, saber quem foram os maiores patrocinadores nas diversas linguagens culturais, em número de projetos, em valores e distribuição por região geográfica.

Durante um ano, um grupo de pesquisadores reunidos pelo Sebrae e o Instituto Alvorada buscou informações sobre os maiores incentivadores e os projetos que receberam o benefício. As três publicações são o resultado dessa parceria voltada ao apoio e fomento dos pequenos negócios da economia criativa.

A economia criativa reúne vários setores econômicos que geram bens e serviços produzidos a partir dos insumos da criatividade, diversidade e inovação. No Brasil, o Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) estima que o segmento movimenta entre 1,2% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB), emprega 2% da mão de obra e responde por 2,5 % da massa salarial.

No entanto, os dados sobre a economia criativa nesse segmento ainda são incipientes e os que estão disponíveis possuem uma abrangência limitada. Na busca por conhecer melhor esse segmento e propor ações para seu fortalecimento, o Sebrae e o Instituto Alvorada Brasil renovaram a parceria neste ano e vão realizar um amplo diagnóstico dessa cadeia produtiva por meio da coleta de dados secundários e da aplicação de questionários para levantar dados primários junto aos empreendedores criativos.

Mapeamento
“Nesse projeto, vamos fazer um desenho dessas cadeias, identificando como elas estão estruturadas, como funcionam e quais são os gargalos existentes. Ao fazer esse mapeamento, vamos conhecer a dinâmica do mercado para fortalecer as iniciativas exitosas e oferecer soluções voltadas ao desenvolvimento do setor, que representa 6% das empresas no Brasil. Começaremos pelo Distrito Federal e depois seguiremos para Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais”, diz a diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes. Ela adiantou também que o Sebrae vai ampliar sua atuação, estendendo seu apoio à economia criativa de base tecnológica.

A antropóloga e ex-secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão, será responsável pela elaboração da metodologia de pesquisa e deve focá-la nos pequenos negócios. Serão analisados 22 segmentos da economia criativa, incluindo a gastronomia, até então ignorada por estudos desse tipo.  O Fórum Mercado DF Criativo contou com a participação da professora Cláudia Leitão, do secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis, do coordenador da pesquisa Panorama da Economia Criativa no Brasil feita pelo Ipea, João Maria de Oliveira, e da gerente adjunta de Serviços do Sebrae, Ana Clévia Guerrero.

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