segunda-feira, 27 de abril de 2015

.: Entrevista com Marien Carretero, participante do BBB 13

"Sim, você está na televisão, mas na pior exposição possível"
Marien Carretero
Por Helder Miranda
Em abril de 2015


Nascida na cidade de Belo Horizonte, em berço de bailarina, Marien Carretero iniciou seus estudos na dança espanhola e balé clássico desde muito jovem. Na adolescência já participava de grandes produções e ajudava sua mãe Fátima Carretero com a Cia. de Dança Flamenca em Minas Gerais. Amante dos palcos, Marien também cursou interpretação para TV, Teatro e Cinema. E foi na sua própria cidade que recebeu o convite que lhe renderia grande visibilidade na mídia nacional. 


Em 2013, a mineira descendente de espanhóis foi uma das selecionadas para participar da 13ª edição do Big Brother Brasil, programa exibido pela Rede Globo de Televisão. Atualmente Marien divide sua carreira como bailarina de flamenco, mestre de cerimonias e presenças vips. A artista já está de malas prontas para morar em São Paulo, onde já tem grandes projetos para 2015. 

Nesta entrevista, uma parceria entre os sites Resenhando.comVotalhada e o blog Televizinha, ela conta absolutamente tudo a respeito do que as pessoas gostariam de saber sobre o confinamento no principal reality show do país.


RESENHANDO - Como a dança espanhola e balé clássico entraram em sua vida? 

MARIEN CARRETERO - A dança entrou na minha vida pelo fato de minha mãe ser bailarina,​ coreógrafa e diretora de uma companhia de balé flamenco. Ela tem formação clássica, foi a primeira bailarina do teatro Palácio das Artes na sua juventude, antes de entrar para o mundo flamenco,e dança clássica é a base para todas as danças. Comecei no balé aos quatro anos! No flamenco, atuo como umas das principais bailarinas da companhia da minha mãe, a Cia. de Baile Fátima Carretero, e sempre estamos nos apresentando em grandes teatros e participando de turnês com a direção de diversos diretores, como a Bibi Ferreira, Arnaldo Alvarenga, Deise Faria, entre outros. Eu me encantei pelo mercado de cenário e figurino, como os das grandes óperas "Carmen" de Bizet, "O Bolero de Ravel", e entrei para o ramo fazendo produções.



RESENHANDO - Amante dos palcos, você cursou interpretação para TV, Teatro e Cinema. Já tinha pretensões artísticas quando entrou para o BBB? 
M. C. - Na realidade, desde criança, como meus pais trouxeram o flamenco para o Brasil e o grande polo do flamenco era em Belo Horizonte, eles abriram um tablado de flamenco que se chama "La Taberna", com vinhos paella, sangrias, jantares românticos, uma casa incrivelmente cultural espanhola. Assim como o meu pai, que conseguiu trazer toda essa bagagem, eu, desde pequena, ficava nos camarins, assistia óperas, teatros, shows de jazz, piano, aulas contemporâneas... Cresci com isso, a arte faz parte da história da minha família, sou filha de coreógrafa e artista plástico, meu avô morou com o Picasso! Meu berço cheira a arte, não seria diferente me interessar. Comecei no teatro quando tinha oito anos, fiz propagandas, minissérie para a Band Minas ("Contos de Minas"), "O Dono da Rua", que teve exibições no cinema, entre outros.


RESENHANDO - Ser ex-participante deste programa atrapalha ou ajuda quem pretende ter uma carreira artística?
M. C. - É muito delicado para quem acha que vai entrar no BBB e sair com uma carreira artística, ou reconhecida pelo seu talento. Sim, você está na televisão, mas na pior exposição possível, porque é quando os nervos estão mais à flor da pele e as emoções estão lá... Ali não é um trabalho e, sim, o seu dia dia, onde até mesmo você descobre fraquezas ou forças desconhecidas, no qual você não tem oportunidade de mostrar o seu talento porque não está ali para isso e, sim, para jogar. Então, quando você sai da casa, você não é mais a Marien e sim a "ex-bbb". Certamente, para trabalhos específicos, atrapalha sim! Porque você já vem com uma marca que não é a sua. Tem que ser bem trabalhado e, se quiser estar na área, correr atrás dos seus sonhos e mostrar o seu talento.


RESENHANDO - Você é mineira e descendente de espanhóis. Como isso definiu sua personalidade?
M. C. - Ter a descendência espanhola, por parte do meu pai, com certeza fez a minha personalidade. Eu sou metade-metade: metade brasileira e metade espanhola, sangue quente, flamenco no pé, apaixonada por vinhos e uma roda de bulerias, flamenco não é baile, é estilo de vida. Sou forte, guerreira e sempre muito independente!



RESENHANDO - Com que objetivo você entrou no Big Brother? 
M. C. - Na realidade, o BBB nunca foi um grande sonho e, sim, uma oportunidade que existiu na minha vida. Assim como sempre, agarrei a oportunidade sem pensar, imaginando que seria bom e foi. Acredito que não tive tanta sorte por não ter um grande amor lá dentro, nem uma grande sintonia... Não sei se fiquei bem diferente do que sou....Acredito que todos que estão dentro da casa interferem na sua evolução... Gosto de todo mundo, apesar de quase não ter contato com ninguém que foi da minha edição, mas tenho carinho de uma oportunidade e vivência dentro da casa. Hoje faria tudo diferente, acreditaria mais na minha intuição.




RESENHANDO - O Big Brother é um programa que lida com estereótipos. Há os "sarados", os "barraqueiros", os "coitadinhos"... Em qual deles você acredita que se encaixava?
M. C. - Bom, antes de entrar... é o que sou aqui fora: sou "a feliz" e "a festeira". Sofri muito quando saí com meus amigos e famílias, e me  perguntaram o que houve comigo.. Lá eu me encaixei na "carente", "chorona" e "boa"! "Do bem" eu realmente sou, mas os sentimentos lá dentro se multiplicam. Tive uma coisa que aqui fora não tenho: medo e culpa. É muito louco ficar numa casa sem tanta harmonia.



RESENHANDO - Existe algum roteiro, ou vocês realmente vivenciam aquilo tudo espontaneamente?
M. C. - No BBB, desde o confinamento do hotel, perdemos todo o contato com o mundo de fora. É aquilo mesmo! Claro que a edição ajuda muito, isso depende do seu desempenho durante o programa.



RESENHANDO - O que é real, e o que é fictício, dentro do maior reality show do país?
M. C. - 
O real é exatamente todos os sentimentos ali vividos. E o fictício é viver com tanta intensidade os sentimentos, multiplicar problemas, viver achando que só existe aquilo porque naquele momento só estar lá dentro satisfaz.



RESENHANDO - Achou o resultado do seu programa justo? Em sua edição, quem você acredita que deveria ter vencido o programa, e por que?
M. C. - Acredito que foi justo sim, quando saí, torcia para outra pessoa, mas com passar do tempo vi que a Fernanda jogou muito bem! É inteligente, advogada, e soube jogar o jogo à sua maneira.



RESENHANDO - Você se arrepende de algo que fez, e não fez, durante o confinamento? O que?
M. C. - Eu me arrependo de não ter sido a Marien que está aqui fora: muito feliz, justa e festeira. Não fui justa comigo por medo de magoar as pessoas. Hoje seria totalmente diferente... Experiências (risos). A minha índole não mudou. Continuo sendo amiga, parceira e carente, mas seria menos intensa e não viveria tanto para agradar as pessoas



RESENHANDO - Para você, participar do "Big Brother Brasil" abriu ou fechou portas?
M. C. - É muito relativo, depende do que se trata, mas o importante é que conheci diversos tipos de pessoas.



RESENHANDO - Como foi, e é, a reação das pessoas, quando encontrarem você na rua?  
M. C. - Todos sempre muito curiosos com uma lista de perguntas (risos). As mesmas perguntas!



RESENHANDO - Você entrou no confinamento comprometida? Acredita que o relacionamento sobreviva? 
M. C. - Entrei solteira e não acredito. Acho que para participar de um BBB tem que desligar totalmente do mundo aqui fora.



RESENHANDO - Com quem você mantém amizade até hoje? E com quem você não quer contato de jeito nenhum?
M. C. - 
Quando encontro, cumprimento, mas confesso que a maioria nunca mais vi... Tenho contato com Yuri, Aslan, Ivan (Marcondes), Fani (Pacheco), com a Fernanda também, quando encontramos conversamos bastante. Sempre que temos a oportunidade de estarmos juntos, trocamos muitas conversas, mas são raros os encontros. Existe carinho, para mim o BBB valeu de experiência. O que ficou por lá, ficou. Não guardo nada que não foi de verdade.




RESENHANDO - Se pudesse voltar no tempo, participaria de outra edição? 
M. C. - Na realidade, gosto de várias pessoas de várias edições. Mas gosto da edição do (Diego) "Alemão" e do (Marcelo) "Dourado". Foram as histórias que mais gostei e com muita sintonia entre os participantes.



RESENHANDO - Como foi voltar para a vida real? Hoje, o que vem fazendo da vida?
M. C. - No começo é difícil, mas tenho os pés no chão, sou tranquila. Aproveitei o que podia aproveitar! Festas, badalos, flashes e, aos poucos, voltando a dançar e produzir como sempre... Vida que segue... Foi como se o espetáculo estivesse acabado e agora está em outra temporada.



RESENHANDO - Com qual outro participante, de qualquer outra edição, você se identifica mais? Por que?
M. C. - Ai, tenho carinho por vários! Adoro o "Alemão", "Mau Mau", "Júnior" do BBB 14, meu querido muso (risos), Monique, Rafa Oliveira. Fernando Mesquita, Lia Khey, Kelly , Francielle Almeida, Diego Grossi, Amanda Gontijo, Milene, Tati carioca. Tem vários, somos muitos, mais esses são os que mais tenho contato e gosto mesmoooooooooooo de encontrar. É muito bom estar perto, tenho sintonia,de caráter, de gostar das mesmas coisas, princípios, risadas, farras, amizade, companheirismo... Aaaah, amizade não se explica (risos).



RESENHANDO - Qual é a maior preocupação de quem está dentro de um confinamento?
M. C. - Para mim, o medo do que as pessoas achariam de mim a partir do que sairia na edição. Tinha muito medo do julgamento... Freud explica!



RESENHANDO - Existe alguma coisa faria você desistir do prêmio de 1,5 milhão de reais? O quê?
M. C. - Jogar com a emoção e a verdade do próximo, enganar, iludir.



RESENHANDO - Marien por Marien, como você se vê, e como acha que foi retratada na edição?
M. C. - Bom, a Marien daqui de fora é muito alegre, festeira, brincalhona. Adoro falar bobagem, estar com amigos e namorar... Lá dentro, fiquei carente e me senti sozinha. Aflorou sentimentos que aqui fora são bonitos, meu carinho, meu amor, minha amizade e cumplicidade. Lá dentro, fiquei "emoção demais" e isso me atrapalhou. Fiquei irreconhecível para mim, eu não gosto de assistir fico com raiva de mim (risos)!



RESENHANDO - Qual é o seu livro favorito?
M. C. - Gosto muito de ler. Não tenho um preferido, tenho fases e fases, mas me prendo a livros  como "a lei do segredo", curiosidades sobre o ser humano. Tenho vários momentos, depende da fase.



RESENHANDO - Qual é o seu filme favorito?
M. C. - Meu maior vício, impossível falar de filme e escolher um. Assisto pelo menos quatro filmes durante a semana... Vou ao cinema toda segunda, mesmo que sozinha... Meus preferidos são de suspense, adorei "Garota Exemplar", achei lindo. Eu me emocionei com "O Lado Bom da Vida" e me apaixonei por "O Grande Gastby", e me prendi no "Crime de Mestre",sou alucinada por filmes falo sobre isso com vocês por horas, e por aí vai...



RESENHANDO - Qual é o sua música favorita?
M. C. - Não existe uma música, existe o momento em que você está escutando e a fase em que está passando. Da MPB ,jazz, rap, eletrônico, ao sertanejo, o importante é tocar no momento. Eu gosto da "Take Me To Church" (Hozier), estou escutando ela agora para responder a entrevista (risos).


RESENHANDO - Quem é o seu ídolo... e por que?
M. C. - Não tenho um grande ídolo, admiro vários artistas com seus talentos diferentes...
Tenho um carinho especial pela atuação de Isis Valverde, Fernanda Montenegro, Cauã Reymond, Deborah Secco, Alexandre Nero... me perco em tantos outros talentos. O carisma e seu verdadeiro olhar é Luciano Huck, o fenômeno Steve Jobs, entre outros vários. Eu me perco mesmo...



RESENHANDO - Qual seria o seu plano B se nada na sua vida desse certo?
M. C. - Não pensei nisso, luto para que tudo sempre dê certo... Nossos sonhos são do tamanho de nossa luta... 



RESENHANDO - Um recado para os fãs, no Resenhando?
M. C. - 
O amor de fã é o mais lindo e puro que existe. Ele alimenta,dá força, faz lutar e nunca desistir. Acreditam mais na gente que nós mesmos, os fãs são leais, verdadeiros e puros. Alimentam em um abraço, amor de fã é o mais lindo do mundo. Obrigada a todos vocês, que sempre estiveram do meu lado...Tenho e hoje sou amiga de várias: a Carla,a Ellen, Roberta, Lucas, Daniel, Ronaldo, Giovanna, Bruna Bárbara, enfim, claro que não estou falando nome de todos, mas esses cuidam de páginas e me acompanham onde quer que eu vá. Eu me tornei amiga, família, tenho carinho enorme por todos, leio todos  os recadinhos, vejo todas as homenagens, respondo o máximo que eu posso, porque sem os fãs eu não sou nada, e eu amo essa troca de energia. Obrigada pelo carinho sempre amores!


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