A transformação do estilo e da obra de Machado de Assis, a partir da publicação de “Quincas Borba”, foi a base de estudo para Ana Cláudia Suriani da Silva que lança, pela nVersos Editora, a obra “Machado de Assis: do Folhetim ao Livro”.
Produzido originalmente como um doutorado, e publicado em inglês, o título chega ao mercado brasileiro trazendo uma importante análise do mais relevante autor brasileiro.
“Quincas Borba” foi o último romance publicado por Machado no tradicional formato de folhetim seriado em periódicos, no caso, a revista de moda "A Estação". Considerada fundamental na definição de seu estilo de narrativa, realista e irônica, a obra foi adaptada e publicada em volume único, pela editora B. L. Garnier.
As dificuldades enfrentadas pelo autor durante a publicação, e sua transição para a obra no formato livro, seus pontos de encontro e distanciamento e suas consequências são os principais pontos que a autora analisa e esmiúça nesta obra fundamental para o entendimento do universo machadiano.
A obra se debruça sobre o processo criativo do romance em seus dois momentos: quando publicado como folhetim na "A Estação", como dialogava com os outros elementos da revista, seus anúncios, gravuras e colunas; e na publicação como volume único, as peculiaridades e dificuldades na da publicação em folhetim influenciaram a produção da obra definitiva, sua narrativa global ao invés de progressões episódicas lineares.
Além disso, Ana Cláudia busca mostrar como o enfoque da revista, dedicado à moda e aos interesses da elite contribuíram para marcar no autor sua narrativa realista e irônica, dedicada a criticar os costumes e a situação política de seu tempo com mordacidade. Uma análise da coisificação do indivíduo, do homem tornado objeto pelo homem e como os vencedores tendem a ficar com os tubérculos.
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