segunda-feira, 16 de março de 2015

.: Crônica: A vida é uma caixinha de surpresas

Voltando ao passado, pois a  vida é uma caixinha de surpresas
Por: Mary Ellen Farias dos Santos*
Em março de 2015


Uma viagem extremamente aguardada por aquela que já tem uma idade avançada, mas que fingimos não perceber. Sim! A minha querida vó estava muito feliz e de malas prontas. Assim, lá se foram todos para Caldas Novas, enquanto eu e maridão fomos incumbidos de olhar a casa. 

Chegando em Praia Grande, o responsável pelas chaves, simplesmente lembrou-se de tê-las deixado em São Vicente. Ao retornar ao ponto de origem, nosso apartamento, considerando o valor do combustível, em meio a uma forte chuva... analisamos a possibilidade de passar a noite lá. Por precaução, agarrei uma sacolinha e levei as roupas de dormir. Voltando -pela segunda vez no mesmo dia- para a casa que foi o meu "sítio", fizemos uma comprinha no mercado que fica na mesma calçada. 

Já alimentados, vi que era preciso passar um pano na casa, varrer todo o quintal -cheio de folhas e flores-, além de limpar o carro com gosto. "Para ajudar" a sujar tudo, na rua, uma grande obra de rede de esgoto ainda estava em fase de andamento e a garagem ficou cheia de lama trazida pelos pneus.

Após o "Jornal Nacional", assistimos a reapresentação do capítulo final de "Império". Ok! Confesso que acompanhei somente a primeira semana desta novela, mas nós dois não gostamos do desfecho dado. Para a minha alegria, o fã de Big Brother Brasil, simplesmente zapeou por canais e pronunciou algo que não entendi de imediato. 

Assim, começamos a ver o compacto da semana de 'Mil e uma noites", produção árabe que apresenta a história da arquiteta e viúva Scheherazade Eviyaoglu. Mãe de um menino de cinco anos que passa uma noite com o chefe para conseguir dinheiro para o tratamento do filho que sofre de leucemia. Cansados da correria daquele dia, só queríamos um bom banho para dormir e lá fomos nós. 

Juntinhos, dormimos na minha cama de solteiro, que, fica bem ao lado da que era do meu irmão e que, agora, passou a ser da minha avó. Naquela noite de retorno à infância, até sonhei que estava no falecido parque de diversões, Playcenter e, claro, sonhei com a minha avó que estava bem longe dali, mas pertinho... em sonho.

Quando o ponteiro marcou exatas 6 horas e 32 minutos, acordei com o som selvagem do casal de jabutis que namoravam no jardim. Como dormimos com a porta do quarto aberta, consegui ver o relógio da cozinha e ali, tentando reencontrar o meu sono agradeci por ter podido desfrutar de tamanha felicidade.

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm 
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