sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

.: Os 30 anos de um álbum legionário‏, por Luiz Gomes Otero

Por Luiz Gomes Otero
Em fevereiro de 2015

Há 30 anos, um dos grupos de rock originários de Brasília estreava em disco. O primeiro álbum da Legião Urbana foi lançado bem no período mais agitado da década de 80, quando a democracia voltava a se estabelecer e saia de cena o Regime Militar no Governo Federal. Além disso, o país ingressava no roteiro dos grandes shows internacionais, com a primeira edição do Rock In Rio. E consolidava a abertura para o rock nacional nas rádios, na TV e no cinema.

Formado por Renato Russo (voz, violão e teclados), Marcelo Bonfá (bateria), Dado Villa-Lobos (guitarra) e Renato Rocha (baixo), o grupo foi lançado pela gravadora EMI, a mesma dos conterrâneos do Paralamas do Sucesso. Herbert Vianna, por sinal, foi um dos incentivadores para a contratação da Legião, tendo incluído a canção "Química", de Renato Russo, no disco de estreia de seu grupo.


As canções iniciais da Legião Urbana  tinham forte inspiração no rock britânico da época, mais precisamente nos chamados grupos pós-punk (Smiths, Joy Division, etc). Foi a escola dos caras, sem sombra de dúvida.

Trata-se de um trabalho com canções politizadas. "Geração Coca-Cola", por exemplo, criticava os vinte anos de regime militar no Governo Federal, enquanto que "A Dança" era uma alusão a alienação do público jovem daquela época, assim como o hino legionário, "Será", que tocou bastante nas rádios. ("...Será só imaginação/Será que nada vai acontecer/Será que tudo isso é em vão...").


A qualidade sonora do disco não é um primor. Mas ainda ainda assim revelava um diamante bruto que começava a ser lapidado. Uma prova disso foi o outro hit, "Ainda É Cedo", que também foi bastante tocado nas rádios e até ganhou espaço no repertório de outros intérpretes, como Marina Lima. A balada "Por Enquanto", que fechava o álbum legionário, também foi um estrondoso hit de Cássia Eller.


O disco de estreia da Legião Urbana vale por ter sido um marco divisor da carreira do grupo, desde os tempos de Brasília, dos grupos embrionários como o Aborto Elétrico, até o período do Trovador Elétrico de Renato Russo, chegando até a gravação do primeiro álbum. Esse período inicial, aliás é retratado no filme "Somos Tão Jovens", inspirado na trajetória de vida de Renato Russo.








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