sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

.: Onde estão as novas marchinhas?‏ - Por Luiz Otero

Por Luiz Otero
Em fevereiro de 2015


Já não é de hoje que percebemos que as velhas marchinhas de carnaval não se renovam. Mas resistem ao tempo, sabe lá Deus como, nos raros bailes de salão ou naquelas matinês que as escolas geralmente promovem para preservar a memória cultural nos mais jovens. O fato é que o país, que sempre produzia anualmente novas canções do estilo para tocar nesse período do ano, parece ter jogado a tradição para debaixo do tapete.


Parece que o carnaval se limitou ao desfile das escolas de samba, cujos sambas-enredo raramente entram na memória popular nos últimos anos. Ou mesmo os desfiles dos trios elétricos na Bahia. As músicas que alegravam o povo simplesmente sumiram do mapa. Quero dizer, as novas, porque as velhas permanecem aí, encantando como sempre.


Impossível não se emocionar ao som da introdução de "O Teu Cabelo Não Nega", de Lamartine Babo, gravada originalmente por Castro Barbosa. E as grandes estrelas da música dos anos 30, 40 e 50 sempre gravavam marchinhas. Nomes como Orlando Silva (que gravou "A Jardineira"), Carmen Miranda (quem não se lembra de "Taí", "Alo Alo" e tantas outras da "Pequena Notável"), Silvio Caldas, Carlos Galhardo e Francisco Alves sempre dedicavam parte de seu tempo no estúdio para gravar uma marchinha que seria lançada para fazer sucesso no carnaval.


Hoje em dia, me incomoda o fato de não ver essa tradição renovada. As marchinhas parecem algo congelado, estacionado. Algo de uma época que sempre buscamos resgatar para não perder a alegria e a espontaneidade da maior festa popular do País. Espero que as futuras gerações da música olhem a questão da marchinha com mais carinho. Quem sabe assim outras canções sejam compostas nesse estilo e conquistem seu espaço no coração e na mente das pessoas.


O Teu Cabelo Não Nega



A Jardineira 

Pout-Pourri de Marchinhas 



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